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CULTURA INDÍGENA

Preamar da Criatividade celebra o Abril Indígena

O evento contou com comercialização de produtos e apresentações culturais

Por Josie Soeiro (SECULT)
03/04/2023 13h56

Em alusão ao Abril Indígena, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) realizou, no último domingo (2), uma edição do Preamar da Criatividade apenas com produtores, artistas e influenciadores indígenas. A feira criativa ocorreu na Praça da Fonte, ao lado da Casa das Onze Janelas, e contou com a exposição e comercialização de diversos produtos, como artesanatos, decorações e comidas da culinária paraense. O objetivo da feira foi promover a aproximação do público com os artesãos locais e movimentar a economia. 

Participando pela primeira vez do Preamar, a artesã Lorena Lima de Souza mostrou seu trabalho, que utiliza diversas matérias-primas para confeccionar pulseiras, bolsas e brincos. A fazedora de cultura trabalha com artesanato há anos e agradece ao público por valorizar a arte e cultura da região. "O público paraense nunca me decepciona. Nosso público é fiel e gosta do nosso trabalho. O povo paraense gosta de cultura, arte. A expectativa de vendas por aqui é sempre boa", celebrou.

Participar de programações culturais que divulgam a produção local é muito importante, principalmente para a renda dos artesãos. É o que afirma Rodrigo Nascimento, indígena da etnia Wai Wai, que comercializou peças coloridas feitas de miçangas. O trabalho faz parte da cultura do povo de Rodrigo, mas também é o sustento de sua família. "A gente precisa de espaços como esse para vender nossos produtos e nos manter. Preciso estar nesses lugares e mostrar a minha arte, para que conheçam o que produzimos na nossa aldeia", reforçou.

A cearense Juliana Barroso aproveitou o domingo para visitar o Preamar da Criatividade e a exposição Brasil Futuro: As diversas formas da democracia, na Casa das Onze Janelas. A visitante mora no Pará há 5 anos e acha muito importante que seu filho prestigie a cultura paraense desde pequeno. "A gente sempre curte o circuito formulado pela Secult. Apesar de eu não ser daqui, meu filho é 'papa xibé' e quero que ele tenha contato com a cultura do Estado", pontuou.

Ainda de acordo com Juliana, as iniciativas culturais promovidas pela Secult contribuem para a visibilidade dos produtores regionais e para que suas vozes sejam escutadas. "Eu acho que é uma grande celebração e oportunidade. A Secult oportuniza a demonstração da diversidade cultural, pois eu acho que a arte também fala. É um papel fundamental", finalizou.

O público visitante pôde apreciar ainda a manifestação artística apresentada por Gabriel Pequeno Yawanawá e um sarau de canto por Márcia Kambeba, escritora, poeta e compositora originária do povo Omágua. 

Texto: Quézia Dias/Ascom Secult