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AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Programação para mulheres agricultoras e artesãs incentiva o empreendedorismo feminino

Mulheres das lhas de Mosqueiro e Caratateua participam de oficinas promovidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater)

Por Sarah Mendes (EMATER)
24/03/2023 15h53

Com o objetivo de incentivar o empreendedorismo feminino, por meio do trabalho artesanal, e assim ajudar no complemento da renda familiar, o Escritório Local (Esloc) de Belém, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) promoveu para as mulheres agricultoras da Comunidades Mari Mari II, na Ilha de Mosqueiro e artesãs moradoras da Ilha de Caratateua, ambas nos Distritos de Belém uma programação diversificada com início de oficina de reciclagem de papelão, roda de conversa, exposição de produtos produzidos em cursos e apresentações culturais. As ações ocorreram nos dias 22 e 24 de março, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 deste mês.

As mulheres agricultoras da Comunidade Mari Mari ll participaram de cursos de bordado livre, sianinha, fitas e produtos de higiene e limpeza ministrados por extensionistas da Emater, na Associação dos Pequenos Agricultores da Comunidade Mari Mari II (Apamm) no período de um ano.

O término das aulas culminou em uma manhã descontraída na última quarta-feira (22), com apresentação de dança de carimbó e troca de experiências, onde as participantes das oficinas puderam compartilhar o que mudou na vida delas com o aprendizado nos cursos. 

A agricultora Maria Cristina dos Santos, de 67 anos, já fazia produtos de limpeza para uso doméstico, no curso de “Fabricação caseira de produtos de higiene e limpeza” com a utilização da reciclagem de óleo de cozinha, a produtora  aperfeiçoou a técnica e começou comercializar os produtos.

“Eu sempre participo dos cursos ministrados pela Emater para eu obter mais conhecimento. Na oficina eu vi a possibilidade de aumentar a minha renda e deu certo. Hoje eu tenho um lucro de 100% nas vendas de sabão”, contou Maria Cristina que vende 16 barras de sabão, por R$ 5,00 cada unidade. "A venda do sabão vem para complementar a minha renda", explicou a agricultura de árvores frutíferas.

Na comunidade Comunidade Mari Mari II mais de 230 agricultores são assistidos pela Emater. Aqui eles já receberam cursos de agricultura, piscicultura, avicultura e suinocultura. A intenção da ministração dos cursos artesanais é que as mulheres tenham alternativa de renda com rentabilidade imediata.

“Essas práticas que não são agrícolas são uma fonte alternativa de renda enquanto a produção agrícola não finaliza. Essa fonte alternativa por meio dos cursos gera uma renda para elas mais rápida”, explica a coordenadora da Esloc de Belém, Camila Salim, engenheira ambiental.

“É nossa responsabilidade enquanto técnico da Emater trazer tecnologia, orientação e informação para que o agricultor continue no campo produzindo e tendo alternativas de produção. O nosso próximo projeto é ensinar aqui na comunidade as mulheres trabalharem com o reaproveitamento de alimento com a utilização da abóbora para a produção de compotas, doces e biscoitos, para elas terem essa venda e recurso imediato que ajuda muito na renda familiar”, concluiu.

A Emater também busca ser parceira das mulheres no enfrentamento dos desafios do empreendedorismo. “Por meio dos cursos nós ensinamos as mulheres não só a empreender, nós ajudamos essas mulheres a ter autoestima, a cuidarem da saúde mental; quantas vezes encontramos aqui mulheres com depressão, mas que descobriram no projeto da Emater forças para superar a doença. Tem também a questão de buscar parcerias para a realização de feiras em que elas consigam expor e vender seus produtos”, relatou a extensionista da Emater Teodora Golenhesky, que há 40 anos faz atendimentos no campo.

Em Outeiro

Nesta sexta-feira (24), foi a vez das mulheres artesãs do Distrito de Outeiro expor seus trabalhos na “Feira com Venda de Produtos da agricultura Familiar” promovida pela Emater com apoio da Fundação Escola Bosque (Funbosque). A programação deu início a nova turma da “Oficina de Reciclagem de Papelão” que terá participação de 20 artesãs. Embalagem para presente, porta-joia, missangas são alguns dos objetos que podem ser criados com a caixa de papelão.

“É do artesanato que eu tiro a minha renda, já são mais de 10 anos fazendo arte, ao longo do tempo eu só fui me aperfeiçoando, eu amo o que eu faço”, disse a artesã Cândida Moreira, de 50 anos, que confecciona bonecas de tecido e vai participar da oficina de papelão para acrescer mais uma atividade a sua renda familiar. Para preservar na família a arte do artesanato, hoje ela ensina a neta Yasmin, de 7 anos. “Eu ensino o artesanato para minha neta em casa e ela me acompanha nas feiras quando dá, ela gosta muito. Eu compartilho com ela para manter viva essa cultura em nossa família”, contou.

As oficinais de materiais recicláveis além de proporcionar uma renda alternativa com baixo custo, ainda contribuem na preservação do meio ambiente.