Workshop do Ideflor-Bio auxilia aprendizagem de futuros engenheiros florestais
Programação discute os avanços e novidades no manejo florestal paraense
Aliar o conteúdo visto em sala de aula com a experiência do mercado de trabalho foi o que alguns acadêmicos da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) realizaram durante o II Workshop “Concessão de Florestas Públicas no Estado do Pará”, em Belém. Na última quarta-feira (22), o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) concluiu a primeira fase do seminário.
A programação ampliou o debate sobre as experiências que já existem em nível federal e de pesquisas relacionadas ao manejo florestal brasileiro. O evento, organizado pela Diretoria de Gestão das Florestas Públicas de Produção (DGFLOP), prossegue exclusivamente para colaboradores e profissionais das empresas concessionárias nesta quinta-feira (23).
Aluna do 6º semestre de Engenharia Florestal na UFRA, Anna Teotônio afirma que o evento tem uma grande contribuição tanto para o seu curso de graduação como para as outras profissões, visto que outras áreas por vezes não conhecem o que é desenvolvido na Amazônia da forma como tem sido debatido na programação.
“Eu creio que o workshop foi de suma importância, principalmente porque eu ainda não tive algumas disciplinas relacionadas ao que foi mostrado aqui. Portanto, conhecer mais sobre concessões e os problemas que o setor florestal vêm enfrentando abre um pouco os nossos olhos e nos ajuda nessa formação para que possamos ser futuros engenheiros florestais com uma mente mais expandida, para que não possamos repetir alguns erros que foram cometidos ou que estão sendo cometidos”, enfatizou a acadêmica.
Experiências - Segundo a diretora de Gestão de Florestas Públicas de Produção do Ideflor-Bio, Gracialda Costa, todo o processo de concessão de florestas para a produção de madeira é baseado no manejo florestal.
“Quando a gente faz contratos de concessão, tudo é feito em cima de estimativas. Trazer experiências do Serviço Florestal Brasileiro, que é um órgão que está aí há mais de 13 anos trabalhando com concessão de florestas, e de pesquisadores que estão desde a década de 50, testando modelos de manejo, isso enriquece muito a nossa atuação enquanto gestores de florestas públicas que estão sendo outorgadas para fazer manejo e obter produção”, pontuou.
Gracialda reforça, ainda, que a intenção é fazer girar a economia do setor de base florestal no estado do Pará, utilizando as espécies nativas que existem na floresta para produzir madeira, trazer uma legalidade para esse produto e que essa legalidade garanta a sustentabilidade dessas florestas.
“Que a gente possa daqui a 200, 300, 500 anos continuar tendo a mesma produção nessas florestas, porque a nossa ação de hoje foi sustentável. Isso é essencial para o estado do Pará, e é o compromisso que a gente tem para não provocar e ampliar mudanças climáticas, pelo contrário, para que possamos contribuir para a redução e o equilíbrio do planeta”, concluiu a dirigente.
Progresso - Para o representante da Madeireira Segredo, André Caldeira, a evolução do manejo depende de discussões como as que o Ideflor-Bio está promovendo. “Estava há oito anos longe do manejo, retornei agora em 2023 e fiquei muito feliz em saber que o pessoal já começou a debater mudanças para esse paradigma que existe, que não se faz manejo ou que se usa a atividade para esquentar madeira, entre outras ilegalidades”, afirmou.