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Sespa intensifica investigação e prevenção da raiva humana em Melgaço

Por Redação - Agência PA (SECOM)
18/05/2018 00h00

Uma equipe da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) iniciou, nesta sexta-feira (18), a vacinação na comunidade de Rio Laguna, no município de Melgaço, no arquipelágo do Marajó, onde está sendo realizado o trabalho de prevenção da raiva humana. A força-tarefa do Departamento de Controle de Endemias da Sespa vacinou, até o momento, 700 pessoas e 120 cães e gatos com vacina antirrábica. Também já foram capturados 50 morcegos hematófagos, que foram impregnados com veneno e soltos novamente para que contaminem as colônias. Dois mil mosquiteiros serão distribuídos à população nos próximos dias.

A comunidade fica a cerca de 70 quilômetros da sede do município. Lá residem aproximadamente três mil pessoas. Segundo o médico Bernardo Cardoso, diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa, uma equipe com três médicos, quatro enfermeiras, cinco auxiliares de enfermagem em seis rabetas, quatro voadeiras e dois barcos grandes estão na localidade para suprir a necessidade da população.

De acordo com o diretor, as mordeduras começaram em setembro do ano passado quando foram detectados focos de desmatamento nas matas próximas. “Por causa da invasão de seu habitat os morcegos começaram a procurar alimentos em humanos”, explicou.

Leia mais - Sespa e prefeito de Melgaço articulam estratégias para implementação das ações no município

O objetivo do trabalho é intensificar a investigação e a prevenção da raiva humana, que já estão sendo realizadas na área onde foram identificados os casos da doença. Esse trabalho é realizado em conjunto com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e Ministério da Saúde.

“Para cobrir toda a área vamos precisar de pelo menos mais seis ou sete mil doses de vacina; o Estado já solicitou para o Ministério da Saúde. De acordo com a recomendação do governador Simão Jatene todos os esforços devem ser feitos para a prevenção e controle da doença”, detalhou.   

Histórico do atendimento - Na última terça-feira, 15, a Sespa emitiu um Alerta Epidemiológico, que foi divulgado e enviado aos 13 Centros Regionais de Saúde. Segundo o alerta, “é preciso identificar precocemente a existência de agressões por morcegos hematófagos em humanos ou em animais no peridomicílio (área externa da moradia) com vistas à adoção, em tempo hábil, das medidas de controle pertinentes, tais como controle de quirópteros (morcegos), profilaxia da raiva humana e bloqueio animal”.

A finalidade do alerta é informar sobre a situação da raiva no Brasil e no Estado do Pará para que todos, sejam profissionais da Atenção Básica, da Vigilância Epidemiológica, da Assistência, da Agricultura, ou pessoas da comunidade, percebam a importância de notificar, imediatamente, essas agressões aos serviços de saúde, evitando a ocorrência de raiva humana.

A Sespa ainda recomenda que a pessoa, vítima de mordedura ou arranhadura de animais, sejam eles de estimação (cães ou gatos) ou silvestres (macacos, quatis, morcegos, entre outros), procure, imediatamente, o serviço de saúde mais próximo de sua casa para receber orientações e iniciar a profilaxia da raiva humana com vacina e/ou soro antirrábicos conforme o caso.

A doença

A raiva é uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente, pela mordedura. O vírus atinge o sistema nervoso periférico e migra para o Sistema Nervoso Central (SNC), levando a um quadro clínico característico de encefalomielite aguda, decorrente da sua replicação viral nos neurônios. A partir do SNC, dissemina-se para os diversos órgãos e glândulas salivares, onde se replica e é eliminado na saliva das pessoas ou animais infectados.

No que tange à suscetibilidade, a infecção é geral para todos os mamíferos. Não há relato de caso de imunidade natural nos seres humanos. A imunidade é adquirida pelo uso da vacina. Por isso é importante que a pessoa procure o atendimento médico rapidamente.

Casos confirmados de raiva humana no Pará não ocorrem desde 2005, quando 15 casos foram registrados no município de Augusto Corrêa e três em Viseu (nordeste paraense).

A Adepará também está em campo com ações de controle e prevenção da doença junto aos produtores rurais da região atingida em um raio de 12 quilômetros a partir do foco da doença.

O Programa Estadual de Controle da Raiva de Herbívoros (PECRH) atua no controle da ocorrência da doença em animais de interesse produtivo, tendo como objetivo reduzir a prevalência da doença na população de herbívoros domésticos. A gerente do Programa, Arlinéia Rodrigues, recomenda que os produtores que tenham animais que sofreram mordidas de morcegos, devem fazer o comunicado à Adepará.