Escola Estadual Avertano Rocha, em Icoaraci, debate empoderamento feminino
Iniciativa integra ações como palestras, rodas de conversa, playlist ‘vozes femininas’, elaboração de curtas, construção de painéis, além de debates
Durante todo este primeiro semestre, estudantes e professores da EEEFM Avertano Rocha, em Icoaraci, distrito de Belém, desenvolvem o projeto ‘Diversidade no AR: tempo de abraçar’, que trata sobre ações de empoderamento feminino. Como parte integrante do projeto, a escola também lançou a campanha ‘Fluxo da Vida’, para auxiliar alunas e familiares em situação de vulnerabilidade social.
Nas turmas de ensino médio, foi trabalhada a vida e obra da artista mexicana Frida Kahlo, símbolo feminista não só pelas pinturas, mas por seu engajamento e empoderamento social frente a um cenário ainda conservador do século XX.
“Uma artista como Frida é singular e sempre esteve à frente de seu tempo, é empoderada até o último fio de cabelo. No entanto, a escolha não se esgota nela. Em sala de aula, as professoras Simone Camargo e Simone Naya exploraram tudo que foi possível para que houvesse profundidade na apropriação das informações por parte dos alunos, tendo em vista que outros artistas serão conhecidos nas próximas etapas do projeto”, comentou a professora Rita Leal, responsável pelo projeto Diversidade no AR na escola.
A aluna Camilly Adria Catanhede, do 2° ano, disse que é necessário abordar o empoderamento feminino nas instituições de ensino e que a artista Frida Kahlo a inspira pelas pinturas, coragem e luta pelos direitos da mulher. “É muito urgente dialogarmos e debatermos sobre o empoderamento feminino na coletividade, pois muitas vezes não damos a devida atenção, porém é isso que nos mostra e relata as nossas lutas, desafios, leis e até mesmo as nossas oportunidades. A minha avaliação é nota 10. Foi incrível e só tenho a agradecer pela oportunidade de fazer parte desta família, que é o colégio AR”, avaliou.
Na programação também já ocorreram palestras, rodas de conversa, playlist ‘vozes femininas’, elaboração de curtas, construção de painéis, além de debate sobre o livro ‘Torto Arado’, do escritor baiano Itamar Vieira Junior, que trata sobre as mazelas do trabalho escravo no Brasil, além de discussão dos textos da escritora Clarice Lispector.
As temáticas ‘mulheres nas mídias’, ‘mulheres em cena tendo a escolarização como ferramenta de mudança de vida’, ‘cuidados e saúde da mulher’, ‘mulheres em movimentos sociais’, ‘mulheres e suas vozes’, ‘estudo e biografia de cantoras’ e ‘estudo de leis’, principalmente a lei estadual 8.755/18 que institui a semana do empoderamento feminino nas escolas públicas ou privadas, também já foram discutidas nas diversas disciplinas pelos professores do Avertano. Antes de trabalhar em sala de aula, os docentes participaram de uma formação realizada pelo Cefor (Centro de Formação de Profissionais de Educação Básica do Estado do Pará) da Seduc.
Segundo a professora, discutir empoderamento na escola, não é desconsiderar o homem, mas investir em estudo para reduzir opressão, injustiça e machismo na sociedade. “Escola é espaço de formação. Nossa sociedade não está conseguindo atualmente reconhecer o valor da mulher e garantir a ela o mínimo de dignidade. Como mulher e professora digo que na escola tivemos uma vitória pedagógica: homens e mulheres falando sobre empoderamento feminino. Nossos alunos conseguem hoje falar de igualdade de gênero, sobre respeito, sobre combate à violência e combate à pobreza menstrual”, celebra Rita.
Parte do projeto, a campanha ‘Fluxo da Vida’, da EEEFM Avertano Rocha, foi lançada no dia 1° março e se estenderá por todo o ano. O objetivo é auxiliar alunas em situação de vulnerabilidade social, que poderão se cadastrar para receber absorventes. As doações podem ser feitas todos os dias, mas a inscrição para receber os absorventes vai até dia 20 de março.
Texto de Sâmia Maffra / Ascom Seduc