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NOVA PONTE

Especialista da UFPA destaca que ponte de Outeiro atende ao futuro da construção naval

O modelo adotado pelo governo do Estado amplia o vão entre os pilares para evitar choques na estrutura da ponte

Por Kátia Aguiar (COHAB)
25/02/2023 08h00

A Ponte Enéas Martins, que dá acesso a Outeiro, distrito de Belém, será devolvida neste domingo (26) pelo governador Helder Barbalho  completamente renovada à população. Um novo projeto arquitetônico foi desenvolvido e garante a vida útil da estrutura para o futuro. A ponte fica sobre o Rio Maguary, entre os distritos de Icoaraci e Outeiro, na Região Metropolitana de Belém (RMB).

A ponte de Outeiro foi reerguida pelo governo do Estado adotando o processo de estaiamento, que consiste na utilização de cabos de aço nas quatro direções. O sistema trava o andaime (fixador), evitando que se mova em qualquer sentido.A obra oferece mais segurança à estrutura e espaço maior para a passagem de embarcações

Para Hito de Moraes, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), pós-doutor em Engenharia Naval e consultor de portos e hidrovias, o projeto da ponte de Outeiro está de acordo com as normas da navegação, pois atende ao futuro da construção naval. “Um dos temas que mais tem chamado atenção nos órgãos governamentais é a construção de pontes, uma vez que há uma tendência de as embarcações crescerem de tamanho. Cada vez mais há embarcações maiores, haja vista que algum tempo atrás embarcações transportavam 30 carretas, e hoje são 80 carretas, assim como as barcaças de soja, que começaram com comboios de 15 e hoje chegam a 30. As embarcações estão crescendo de tamanho, comprimento, altura e largura. São detalhes que têm de se levados em conta ao se projetar uma ponte”, explicou o especialista.

Nova estrutura - São 16 cabos, com cerca de duas toneladas cada um, que foram fixados em um mastro central com 50 metros de altura. O método permitiu que o vão entre os pilares sob a ponte passasse de 60 metros para 100 metros, criando dois canais de navegação - um de 100 metros e outro de 80 metros -, para impedir novos choques com embarcações, como ocorreu há um ano, quando uma embarcação colidiu e derrubou um dos pilares de sustentação da estrutura.

A ponte do Outeiro tem 360 metros de extensão e fica a 12 metros de altura da laje da ponte até o rio. Durante a obra, além da mudança no projeto arquitetônico para o sistema de estais, foram feitos ainda: revitalização dos pilares remanescentes, retirada de pilares excedentes ( desnecessários para o processo de estais), pintura de passarela de pedestres e ciclovias, novo pavimento asfáltico e nova iluminação.

Homenagem - Para os operários quem trabalharam na obra, devolver a ponte em novo projeto é a sensação de dever cumprido. Foi a primeira grande obra na trajetória profissional do servente de pedreiro Wander Silva. “É uma experiência que fica. Estou muito feliz pelo trabalho concluído”, disse Wander.

Para Ronaldo Leal, o sentimento é de gratidão e alegria. “Fiquei muito feliz, principalmente porque agora terei uma obra com meu nome”, ressaltou o operário, se referindo à homenagem programada  pelo governo do Estado a cerca de 500 operários, que durante um ano ajudaram a reerguer e a devolver uma nova estrutura para a rede de transportes do município de Belém.

“Mesmo a Setran mantendo obras em mais de 500 pontes em todo o Pará, a obra da ponte de Outeiro é cheia de significados para todos nós que trabalhamos nela. Estamos devolvendo à capital paraense uma ponte segura, projetada para o futuro; devolvendo o direito de ir e vir do povo que vive naquela região. Em breve estaremos iniciando a obra da nova ponte de Outeiro, ampliando ainda mais os benefícios para Belém, podendo atrair novos investimentos para o distrito de Outeiro, e consequentemente emprego e renda para as famílias”, detalhou Adler Silveira, titular da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), órgão responsável pela construção da ponte.