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Governo instala 'Sala de Situação' para gerenciar força-tarefa que atua em áreas atingidas pelas chuvas em Oriximiná

Iniciativa articula Secretarias Estaduais e Prefeitura Municipal em prol dos atingidos. Defesa civil interditou casas de forma preventiva nesta terça-feira (21)

Por Evaldo Júnior (SECOM)
21/02/2023 18h59

O Governo do Pará continua agindo no município de Oriximiná, região oeste do estado, com o objetivo de minimizar as ações ocasionadas pelas fortes chuvas que vêm atingindo a região nos últimos dias. 

Uma “Sala de Situação” foi criada para gerenciar a força-tarefa que está no município de Oriximiná em virtude da chuva que incide sobre o município.O local, que funciona no prédio da Secretaria Municipal de Educação, integra órgãos que compõem a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), a Secretaria Regional de Governo, a Secretaria estadual de transporte (Setran) e a Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), além da Prefeitura Municipal. 

Interdições - Na tarde desta terça-feira (21), 33 pessoas, sendo 10 idosos e 03 crianças, precisaram desocupar suas residências preventivamente. Os imóveis estavam localizados próximo a um dos pontos mais críticos, no bairro Novo Horizonte. Uma  cratera se abriu por meio de um boçoroca, uma espécie de erosão mais acentuada, comum em terreno arenoso. Das oito famílias, sete foram para casas alugadas pela prefeitura e uma família foi  abrigada por parentes.

Uma das pessoas que precisaram desocupar o imóvel foi da dona Eliane Goes, que mora com a filha de 9 anos e o marido próximo ao terreno acidentado. 

“Eu fico com o coração apertado de ter que deixar a minha casa. Moro aqui há mais de cinco anos; deixar assim é muito doloroso. A gente tem que entender que precisa sair, pois é para a nossa segurança. É um risco muito grande. Se for possível a gente voltar, volta, senão, entendemos também”, disse trabalhadora autônoma,  emocionada. 

A poucos metros, dona Cleunice Cardoso Andrade, de 60 anos, colocava na frente da sua residência seus objetos pessoais. Cadeiras, ventiladores, roupas faziam parte da mudança emergencial. 

“Hoje eu comecei a arrumar minhas coisas. A equipe da assistência social e pediu para a gente sair, de forma consciente. E é isso que estou fazendo. Eu moro aqui com outras sete pessoas, meus filhos. Meu coração está muito agitado, mas também estou feliz, pois em outros locais não há tempo nem das pessoas pegarem suas coisas. Aqui, não, estamos podendo levar nossas coisinhas. Ontem choveu tanto que era o mesmo que eu estar olhando para o rio. Todos nós ficamos assustados. Foi incrível. Aqui em casa entrou água, mas não muito. Eu logo imaginei que precisaríamos sair por causa da cratera. E não tem como eles tentarem reconstruir com a gente aqui”. 

“Com auxílio da Defesa Civil, estamos trabalhando para preservar vidas. Neste momento o foco é resguardar as famílias. Desde a manhã, estamos visitando todos os espaços apontados durante as vistorias dos órgãos integrados. Já estamos avaliando a possibilidade de doar novas unidades habitacionais, com apoio do Estado, a essas famílias. Sem dúvida, é um momento bem difícil, que precisamos dar mais atenção às famílias dessas áreas sensíveis”, pontou Eucilene dos Santos Nobre, coordenadora municipal de Habitação. 

“Nesta quarta-feira (22) estarão chegando engenheiros da Setran e técnicos do serviço Geológico do Brasil (CPRM), que irão fazer análise de solo e irá subsidiar o trabalho dos engenheiros aqui, neste local crítico de erosão continental. Por causa das fortes chuvas, retiramos também as famílias que moram no entorno deste espaço. Ressaltamos que estamos em pleno inverno amazônico. Não há nada de atípico, com pequenas alterações, mas não podemos afirmar que exista nada fora da realidade. Estamos com essa força-tarefa para minimizar os transtornos à população.”, completou o coronel Jayme Benjó, Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros. 

Vistorias - Nesta manhã de terça-feira (21), a comitiva do governo visitou os três pontos considerados críticos até o momento. No bairro residencial “Tia Ana”, a concretagem da rua Antônio Macaxeira não suportou a força das águas durante a madrugada de hoje. O local foi interditado pela Defesa Civil por medida de segurança. Não houve vítimas e uma casa que fica às margens da via passará por vistoria. No bairro Novo Horizonte, uma obra de galeria pluvial não suportou o grande fluxo hídrico e foi arrastada pelas águas. Não houve vítimas, apenas danos estruturais. No bairro Penta II, a enxurrada abriu uma nova rota de escoamento no meio da décima oitava Rua, impossibilitando a passagem de veículos e pedestres.

Articulação nacional - No intuito de reduzir os dados causados pelo inverno amazônico na região da Calha Norte, o governador Helder Barbalho determinou uma ação integrada das secretarias estaduais para dar assistência à população atingida e solucionar de forma célere os estragos. Em sua rede social, o chefe do Executivo também destacou o apoio do governo federal nas ações como o ministro das Cidades, Jader Filho e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waltez Góes. 

Trabalho integrado - A força-tarefa, integrada por órgãos que compõem a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) e a Secretaria Regional de Governo, realiza o mapeamento das áreas atingidas, o número de vítimas e o impacto estrutural no município, que fica localizado a cerca de 800 quilômetros da capital, Belém. De forma célere, os agentes das forças de segurança pública do Pará desembarcaram em Oriximiná ainda nas primeiras horas desta segunda-feira (20), e iniciaram os deslocamentos até as áreas afetadas mais afastadas.