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Policlínica Metropolitana alerta para riscos do consumo abusivo de álcool e outras drogas

O excesso de bebida alcoólica no organismo afeta o fígado e pode comprometer atividades cerebrais, assim como as drogas psicoativas

Por Governo do Pará (SECOM)
18/02/2023 09h26

O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, celebrado em 20 de fevereiro, é umaPoli Metropolitana garante tratamento a pessoas que enfrentam dependência de álcool e outras drogas oportunidade para conscientizar a população sobre os danos causados pelo uso abusivo de substâncias químicas. Como forma também de trazer o tema a uma ampla discussão, os profissionais de saúde da Policlínica Metropolitana do Pará, em Belém, destacam a importância de manter um estilo de vida saudável e evitar o consumo excessivo de álcool e uso de substâncias químicas que podem afetar o corpo, a mente, as relações sociais e a vida profissional das pessoas. 

O principal distúrbio causado pelo consumo excessivo de álcool e o uso de outras drogas é a dependência química, que gera no usuário um desejo recorrente de continuar usando a substância, apesar das consequências prejudiciais à saúde, gerando uso repetido, com consequente tolerância, e ciclos de abstinência e comportamento compulsivo de consumo. 

A diretora técnica da Poli Metropolitana, Camylla Rocha, observa que o fígado é um dos principais órgãos afetados pelo consumo de álcool e outras drogas. A médica diz que cerca de 90% a 100% dos alcoolistas desenvolvem doença gordurosa, conhecida como esteatose hepática e, destes, 10% a 35% desenvolvem hepatite alcoólica, doença inflamatória provocada pelo consumo prolongado de álcool. 

A profissional também destaca que, entre 8% a 20% dos alcoolistas crônicos, desenvolvem cirrose, que é o estado de cicatrização permanente gerada pelos repetidos processos inflamatórios no órgão, resultando perda de suas funções. “Dessa forma, o usuário pode ser mais facilmente acometido por sangramentos gastrointestinais, sangramentos cerebrais, infecções bacterianas de modo geral, deficiência de vitaminas essenciais para o bom funcionamento do organismo e falência hepática fulminante”, diz Camylla. 

Estas doenças são ocasionadas pelo uso abusivo e prolongado de álcool, podendo se desenvolver de modo independente, não configurando-se necessariamente como uma sequência de alterações, ou estritamente ligada à dependência. 

Neurologia - Do ponto de vista neurológico, o consumo excessivo de álcool pode causar problemas de memória, atenção e aprendizagem, e de modo geral, as drogas psicoativas podem afetar o cérebro e causar danos permanentes, como a perda de memória, a redução da capacidade cognitiva, convulsões e acidentes vasculares cerebrais (AVC). “Há também os distúrbios do sono, a demência, a psicose, e outros transtornos psiquiátricos que estão intimamente relacionados ao consumo excessivo das substâncias químicas”. 

Cardiovascular - A médica ressalta que, quanto ao sistema cardiovascular, há associação do processo de degeneração dos vasos sanguíneos, desgaste e endurecimento das artérias, comprometendo também a musculatura do coração e aumento da pressão arterial, deixando o indivíduo mais vulnerável a sofrer eventos como infarto, insuficiência cardíaca e insuficiência vascular.

“Outro ponto de destaque é a interferência na função sexual masculina, podendo levar à disfunção erétil, à diminuição da libido e à infertilidade, em função da atrofia das células produtoras de testosterona, reduzindo a produção e circulação os hormônios masculinos no organismo”, ponderou a diretora técnica. 

Camylla Rocha também, destaca a importância de alertar quanto ao uso de substâncias psicoativas na hora de dirigir. “É uma escolha que tem efeitos e consequências, não só ao indivíduo mas a terceiros. Mundialmente, em cerca de 30% a 50% de todas as mortes registradas nas vias públicas, constata-se a a presença de álcool".

"A principal causa de morte entre jovens de 16 a 20 anos são acidentes automobilísticos associados ao álcool, isso pelo fato do álcool prejudicar de modo muito claro a capacidade de controlar a agressividade, a impulsividade e a capacidade de tomar decisões. Atualmente, o álcool está envolvido em pelo menos metade dos crimes violentos, seja o consumo observado no criminoso, na vítima ou em ambos, sendo clara a relação do álcool com a violência”, destacou. 

Tratamento - A identificação dessas doenças pode ser feita através de uma avaliação clínica e pode incluir exames de sangue, imagens e avaliações psicológicas. “Parte dos casos podem ser assintomáticos e diagnosticados apenas pelos achados laboratoriais típicos, além disso, dificilmente, os indivíduos que possuem problemas com o consumo excessivo de álcool, relatam este fato em momento de avaliação médica.  Alguns se sentem até constrangidos e demonstram-se reativos quando questionados sobre o assunto”, identifica Camylla. Dessa forma, além da dificuldade do paciente em buscar ajuda, há ainda a dificuldade em diagnosticar corretamente a situação de abuso dessas substâncias. 

Os tratamentos para essas condições variam de acordo com a gravidade e o tipo de problema. “Os mais comuns incluem terapia cognitivo-comportamental, que ajuda o paciente a mudar seus padrões de pensamento e comportamento, ensinando habilidades para lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão; o tratamento medicamentoso, que pode ajudar a reduzir os sintomas de abstinência e a controlar as doenças causadas pelo uso indiscriminado destas substâncias, e, em alguns casos, é associado tratamento de suporte nutricional, que auxilia a suprir as carências de minerais e vitaminas”, frisa Camylla. 

Para casos mais graves, em que o paciente necessita de cuidados médicos intensivos e suporte psicológico, a internação hospitalar é indicada. 

Em caso de sintomas relacionados ao uso de drogas e álcool, é importante procurar ajuda imediatamente. “Isso pode incluir um médico de cuidados primários, um especialista em dependência química ou um psicólogo. Não há vergonha em procurar ajuda e o tratamento precoce pode ser vital para a recuperação”, disse Anderson Albuquerque, diretor executivo da Poli Metropolitana. 

O gestor ainda ressalta que a unidade pode auxiliar os paraenses quanto ao diagnóstico de várias dessas doenças, incluindo problemas hepáticos, cardíacos e de saúde mental. “Os médicos podem indicar a realização de exames de sangue, avaliações psicológicas e outros testes para identificar a presença de problemas relacionados ao uso de drogas e álcool. Além disso, a Policlínica pode fornecer recomendações e direcionamento para o tratamento adequado”, informou. A Poli recebe pacientes via regulação estadual, todos devidamente com as consultas e exames com dia e hora marcados.

Texto de Roberta Paraense