Sespa discute formação da Câmara de Fissura Labiopalatal
Definir a composição da Câmara Técnica de Fissura Labiopalatal e iniciar os diálogos com representantes das entidades participantes, a fim de amenizar as dificuldades de acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento no Pará foram os objetivos da reunião realizada nesta quinta-feira (16), às 14h30, no gabinete da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A primeira reunião para a implantação da Câmara Técnica foi proposta pela secretária adjunta de Saúde Pública, Heloísa Guimarães, na Sessão Especial sobre o assunto, na última segunda-feira (13), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).
As fissuras labiopalatais, conhecidas como lábios leporinos ou fendas palatinas, são malformações congênitas frequentes, que acometem o crânio e a face. A fissura pode ser no céu da boca (palato), com uma ou duas falhas no lábio. Essas malformações alteram a anatomia normal, podendo interferir na fala, na audição, na deglutição, na respiração e na formação da arcada dentária. A estimativa é de um caso para cada 650 nascidos vivos.
Helio Franco, assessor da Sespa, coordenador da reunião, disse que a “Câmara Técnica será criada para que a gente possa discutir permanentemente essa questão de uma forma mais sistematizada e com a participação de várias entidades, como a Sorrisos Largos, formada por mães e pais de pacientes portadores de fissura labiopalatal”.
Um dos grandes desafios da Câmara Técnica será definir um local para atender esses pacientes até que entre em funcionamento o Centro de Referência, no novo Hospital Regional Abelardo Santos, que está sendo construído em Icoaraci, distrito de Belém. Os atendimentos, atualmente, são feitos em diversas instituições, como o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, onde as crianças estão sendo operadas.
Proposta - Uma das propostas é que o atendimento ambulatorial funcione no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), onde há um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Por isso, essa proposta será analisada durante uma reunião entre o secretário de Estado de Saúde Pública, Vitor Mateus, e Paulo Amorim, superintendente do “Barros Barreto”, hospital vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA), além de representantes de entidades.
A Câmara Técnica também deverá definir uma proposta para a Notificação Compulsória de casos de fissura labiopalatal logo após o nascimento, assim como garantir assistência multidisciplinar às gestantes que descobrirem durante os exames do pré-natal que terão bebês com a malformação congênita.
Participaram da reunião as representantes da Associação Sorrisos Largos, Thatyana Mota (presidente) e Ludimila Magalhães; a diretora do Instituto Sorriso Legal, Palméria Cabral; Elisanete de Sousa, representante da Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras (Abenfo); Horácio Bastos, do Conselho Regional de Enfermagem (Coren); o representante do Sindicato dos Médicos, Eduardo Sizo; Dolores Guedes, representante da Associação Voluntária de Apoio aos Portadores de Fissura Labiopalatal (Aflab); o cirurgião-dentista do HUJBB, Helder Pontes; a coordenadora de Educação na Saúde, Sônia Bahia; Deise Bemerguy, representante do Departamento de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), além de cirurgiões plásticos, cirurgiões-dentistas, fonoaudiólogos, pedagogos e assistentes sociais das diversas instituições que atendem pessoas com fissura labiopalatal.
Ficou acertado que a Sespa enviará até a próxima segunda-feira (20) a minuta da portaria de implantação da Câmara Técnica para as entidades analisarem e apresentarem sugestões. Uma nova reunião sobre o assunto já está marcada para o dia 29 de novembro, às 14h30, no gabinete da Sespa.
