Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
APOIO À AGRICULTURA FAMILIAR

Atendimento da Emater ajuda 'mães solo' a expandir negócios na zona rural de Oeiras

Dados da Empresa de Assistência Técnica do Pará apontam que a cada 5 famílias atendidas pela Emater, 2 têm à frente mães solteiras

Por Governo do Pará (SECOM)
08/02/2023 12h52

Mulheres avançam ns trabalhos rurais e têm apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) Com o atendimento do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), agricultoras chefes-de-família de Oeiras do Pará, no nordeste do Estado, vêm conseguindo melhorar qualificação, ampliar renda e profissionalizar as atividades nas suas propriedades. 

De acordo com dados institucionais, a cada cinco famílias atendidas direta e indiretamente pela Emater no município, pelo menos duas têm à frente mulheres solteiras, divorciadas ou viúvas, a maioria mães solo. No dia a dia de campo, tornam-se responsáveis pelo sustento ou únicas provedoras do arranjo familiar, em um movimento feminista que vence na prática. 

“São mulheres que assumem a liderança não só do lar, mas que também funcionam como arrimos da família. Elas plantam, colhem, pescam, vendem e administram. A Emater atua no incentivo à participação e na criação de mecanismos que aproveitem o potencial”, explica Andrezza Gonçalves, administrativa da Emater em Oeiras. Andrezza reforça a preocupação de se combaterem tabus ligados à figura da mulher na sociedade rural. “São trabalhadoras que merecem reconhecimento e para as quais existem políticas públicas direcionadas”, indica. 

Mulher, Mãe, Pescadora e Extrativista

Nesse contexto, paira a sabedoria da pescadora e extrativista de açaí Maria Neli Machado, de 42 anos. No Sítio Urucuquara, dois lotes de sete hectares no total, com pés de açaí nativo na várzea do rio Oeiras, a divorciada, mãe de cinco filhos, reflete sobre a rotina esforçada e sobre a vida misteriosa.

“Tudo depende da maré. Tem maré boa, maré ruim. Maré favorável, maré desfavorável. A gente, que é mulher, mulher do interior, nasce contra a maré, enfrenta muitos desafios, só que vai aprendendo a nadar a favor da maré, e eu vejo o apoio do Governo como demais importante”, diz Maria Neli.  

Assistida pela Emater desde 2020, a família aplicou um crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) de R$ 3 mil, via Banco da Amazônia (Basa), no manejo orientado do açaizal, com o objetivo de controle de área e aumento de produtividade. Por ora, são até 60 latas de 14 quilos cada por semana durante a safra. 

Na lida, ainda, três vezes por semana Neli e os primogênitos saem de canoa a remo,com linha e malhadeira, para pescar aracu, mandubá e pescada branca. O resultado varia de dois a dez quilos, destinados à própria alimentação e com comercialização do excedente para a vizinhança. 

Neli e os filhos Rogério, Rodrigo, Roseane, Rosiel e Ronald, com idades entre 18 e 28 anos, sentam à mesa e consomem os produtos que eles mesmos produzem ou beneficiam. “Açaí, por exemplo, é sempre. Meio lata no almoço, meia lata no jantar”, calcula. 

Para o futuro, muitos planos: comprar terras anexas, fortalecer o vínculo dos filhos com a sucessão do negócio e contratar créditos maiores, que permitam a continuidade do manejo e o incremento da pesca artesanal.

“A Emater é uma parceria forte, porque facilita esses acessos a recursos que nunca conseguiríamos sozinhos e ajuda com as informações técnicas, de como fazer, de quando fazer”, detalha. 

Texto de Aline Miranda