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Em Marituba, Usina da Paz oferta minicurso de gastronomia para pessoas trans

A programação alusiva ao Dia Nacional da Visibilidade Trans oferece o acolhimento da UsiPaz à comunidade LGBTQIA+

Por Paulo Garcia (SEINFRA)
07/02/2023 17h18

Com muita atenção, as alunas aprenderam cada detalhe da receita ensinada por Cláudio GibsonA fim de capacitar e orientar mulheres trans no mercado de trabalho, a Usina da Paz Antônia Corrêa, no bairro Nova União, em Marituba (Região Metropolitana de Belém), realizou na manhã desta terça-feira (07) o minicurso de Atuação Profissional Trans no Mercado Gastronômico. A atividade é alusiva ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de Janeiro.

A cabeleireira Aldeyde Evangelista viu uma oportunidade de gerar renda extraAs alunas aprenderam o passo a passo da receita de cupcake, decorado com as cores da bandeira trans, além de contar com a companhia de outras alunas do Curso de Gastronomia, criando um ambiente de acolhimento e aprendizado na sala de culinária da UsiPaz. 

"Esse curso teve o objetivo de trazer mais visibilidade a esse público, que existe e merece respeito. Hoje tivemos cinco mulheres trans que aprenderam a fazer cupcakes. Dessa forma, observaram que podem monetizar com esses cupcakes, criando uma fonte de renda a partir daquilo que elas aprenderam na Usina da Paz. Isso é muito interessante, porque traz para elas uma parte curricular de gastronomia da qual elas podem atuar e ganhar um dinheiro extra se elas já trabalham, ou ter isso como fonte de renda diária”, informou Cláudio Gibson, que ministrou o minicurso.

Experiência visionária - As alunas participaram desde a elaboração da massa até a produção do recheio, e ainda compartilharam experiências de vida. Bruma Ferreira, estudante e ativista social de Marituba, agradeceu pela oportunidade e reforçou a importância de espaços públicos promoverem atividades específicas para pessoas trans.A estudante Bruma Ferreira aprovou a experiência e os conhecimentos adquiridos na UsiPaz

“Foi uma experiência incrível, muito interessante e visionária. Foi uma troca de saberes muito legal. Estou extremamente contente. Eu sei o peso e o quanto custa trazer uma pessoa trans para dentro de um espaço como esse, e falo isso com propriedade de quem percebe o quanto que a gente não ocupa esses espaços. Quando a gente vê uma oficina dessa montada pra gente, percebe que essas pessoas estão em todos os lugares, menos nesses, lugares de formação, de estudo, capacitação. Trazer essas pessoas para espaços de construção de conhecimento é uma luta. Parabenizo a iniciativa e deixo essa reflexão de que as instituições precisam ter um olhar diferenciado para essa população”, ressaltou Bruma.As alunas mostram os certificados recebidos ao final do minicurso

Incentivo - Para a cabeleireira Aldeyde da Cruz Evangelista, a aula ajudou a expandir os conhecimentos na área da culinária e despertou a vontade de fazer outros cursos na Usina da Paz. “A oficina foi muito boa. Aumenta nosso conhecimento. Algumas coisas eu não sabia, e isso ajuda na construção mais elevada do meu conhecimento de culinária. É fundamental, porque nós precisamos ser preparadas para levar esse conhecimento para fora. Posso começar a ganhar dinheiro também nesse ramo. Gostei muito, e quero me atualizar cada vez mais e fazer mais oficinas aqui na Usina”, disse Aldeyde.

Ao final das atividades as alunas receberam certificados de conclusão do minicurso. As programações para a comunidade LGBTQIA+ na UsiPaz estão sendo articuladas desde o ano passado, e outras ações deverão ser realizadas nos próximos meses.

“A Usina da Paz vem se aproximando do público e do movimento LGBTQIA+ desde o final do ano passado, através de movimento popular da juventude e do movimento negro. No início deste ano, para que a gente pudesse pensar algumas ações específicas, começamos a dialogar mais com esse público. Tendo isso como meta, realizamos uma roda de conversa para entender o que essas pessoas estavam necessitando - formação, escolarização, capacitação, cursos específico. A comunidade está vindo para a Usina estabelecer trocas, sobre como gostam de ser chamadas, de como é ser uma pessoa trans, o que é uma identidade social, ocupar esses espaços que também são delas. Estamos nessa fase de finalizar algumas propostas da Usina e oferecer diversas atividades para esse público”, informou Kátia Santos, coordenadora geral da UsiPaz Antônia Corrêa.