Hospital Regional de Cametá aperfeiçoa o cardápio do serviço de nutrição e dietética
Entre as novidades, a unidade hospitalar criou o projeto 'Dia do Ouro Negro', em que o açaí é servido aos pacientes em condições nutricionais de consumi-lo
Moradora em consulta nutricional no Hospital Regional de Cametá, vinculado à Sespa A dieta hospitalar faz parte do tratamento de pacientes internados e tem como uma das metas recuperar ou preservar o estado nutricional deles, uma vez que a alimentação desempenha um papel relevante na recuperação durante a internação.
No Hospital Regional de Cametá (HRC), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a avaliação nutricional é realizada de maneira individualizada e baseada nas preferências e hábitos alimentares do paciente. Essa rotina diária é realizada em 4 fases: visita, avaliação, prescrição e acompanhamento. Seguindo esses procedimentos, os nutricionistas identificam se o paciente está em risco nutricional.
“No momento da admissão, é realizada anamnese, em que são investigados diversos fatores importantes para classificação do estado nutricional de cada paciente, como o peso e altura, para determinar o IMC; se houve perda de peso intensa nos últimos 6 meses e mudanças na alimentação; se apresenta alergias ou intolerâncias alimentares e, junto a isso, são avaliados os exames bioquímicos, histórico familiar, história da doença e medicamentos administrados. Ao final conseguimos traçar as metas para manutenção ou melhora do estado nutricional de cada paciente”, explica o nutricionista Leandro Damasceno, do HRC.
Nutricionista Leandro Damasceno segue os protocolos, desde a anamnese, em que são investigados fatores nutricionaisAinda segundo Leandro, por meio dessa avaliação prévia, dependendo dos resultados, é aplicada dieta hipercalórica ou hiperproteica para proporcionar a melhora no consumo de macro e micronutrientes. “Diversas patologias ocasionam déficit nutricional. Sendo assim, são necessárias avaliações diárias dos pacientes para adequações posteriores, de acordo com a evolução”, esclarece o nutricionista.
Recentemente, o HRC inseriu novidades no seu Serviço de Nutrição e Dietética (SND) e uma delas foi a inserção do açaí no cardápio. Leandro justifica que é de extrema importância a inserção de alimentos regionais na alimentação dos usuários. “Os paraenses, de maneira geral, são habituados a consumir o açaí diariamente junto a farinha de mandioca e percebeu-se que alguns usuários ficavam com a ingestão calórica prejudicada, devido à falta desses alimentos que são base em sua alimentação”, explica Leandro.
Por esse motivo, a direção do HRC junto ao setor de nutrição criou o projeto “Dia do Ouro Negro”, em que o açaí é servido uma vez por semana, aos pacientes que possam consumi-lo. “É uma forma de amenizar o sofrimento causado pela ausência desse alimento”, explica Leandro, ressaltando que o açaí adquirido pelo hospital vem sempre de locais licenciados e manipulados de forma correta, para que seja consumido de maneira segura.
De uma forma geral, antes de voltar à rotina em seus locais de origem, os pacientes do Hospital Regional de Cametá recebem orientação de alta, um cardápio especificando quais alimentos são indicados e como esses alimentos precisam ser preparados em casa. Além de detalhar os horários de todas as refeições, seguindo o mesmo padrão utilizado no hospital. “Toda essa orientação é por escrito, de maneira detalhada e em uma linguagem que todos possam compreender. Após um período, se necessário, é marcado retorno no ambulatório, para reavaliação, orientação e esclarecimentos pendentes”, explica Leandro.
Outra novidade implantada no HRC é o projeto “Dia Feliz”, voltado para pacientes que passam seus aniversários internados, para que possam celebrar esta data especial. “Nas refeições são distribuídas mensagens de incentivo, visto que nossos usuários são nossas maiores prioridades e uma mensagem expressa nesse contexto pode tranquilizar o paciente nesse momento de angústia”, explica Leandro Damasceno.
Atualmente, o HRC fornece, em média, 275 refeições diariamente, entre pacientes e acompanhantes. A cozinha do hospital prepara em média 605 refeições diariamente, distribuídas entre pacientes, acompanhantes e funcionários.
Atualmente o Hospital Regional de Cametá passa por obras de reforma e ampliação e prossegue atendendo normalmente casos de média complexidade encaminhados pela rede de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) de Cametá e de outros municípios da região do Baixo Tocantins, como Baião, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba e Oeiras do Pará.