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Projeto de empoderamento feminino da Uepa chega a Cachoeira do Arari, no Marajó

Iniciativa tem ações de educação popular, saúde, cidadania e formação profissional para as mulheres em situação de vulnerabilidade

Por Marília Jardim (UEPA)
04/02/2023 17h35

Romper as barreiras físicas dos muros da universidade e empoderar mulheres. Esses são os principais motes do projeto Empodera Marajoara, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que, neste sábado, 4, teve a cerimônia de encerramento no município Cachoeira do Arari, onde o "empoderamento feminino começa na casa do Poder Legislativo",  como bem lembrou Jaime Barroso, secretário Regional do Marajo, já que "dos onze vereadores eleitos do município, sete são mulheres", acrescentou ele. 

E para representar as autoridades municipais,  a primeira-dama da cidade, Vanize Murirema, e a presidente da Câmara dos Vereadores, Neta Brown, participaram da solenidade de encerramento e elogiaram o "projeto que veio enriquecer e trazer esperança para as nossas mulheres", disse a vereadora Neta. 

O Projeto Empodera Marajoaras, com ações de educação popular, saúde, cidadania e formação profissional para as mulheres em situação de vulnerabilidade, foi implementado em julho de 2022, por meio de convênio entre a Uepa e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet). O objetivo é potencializar o empoderamento feminino marajoara no campo educacional e social. 

Para o reitor da Uepa, Clay Chagas, "ações como essa mostram que a universidade pode estar presente onde ela não tem um campus físico, presente para alunos que não são oficialmente nossos. É isso o que o povo paraense espera da Universidade". Ele ainda destacou que é essencial "fazer o empoderamento das mulheres em uma sociedade que traz uma marca patriarcal e machista". 

Para que as mulheres possam alcançar a independência, são ofertados cursos profissionalizantes, como de panificação, curso básico de chocolateria e doces, manicure e pedicure, designer de sobrancelhas, limpeza de pele, maquiagem básica, cabeleireira e gestão financeira, com facilitadoras que já são profissionais no município. 

Luana Freitas contou que fez o curso de panificação "para adquirir conhecimento e ter um certificado a mais, porque eu já trabalho com a parte de alimentos, faço doces finos bolos, então o curso foi para aperfeiçoar meus conhecimentos". Ela também enxerga a educação como oportunidade já que, para ela, "o município tem carências, o desemprego é muito grande, então cada vez  que puder vir curso como esse é muito bom". 

Durante a programação de encerramento, houve palestras sobre Cidadania e Direito da Mulher, Apresentação sobre Saúde Íntima e Psicologia Preventiva. Na unidade de saúde do município também foram ofertadas consultas pediátricas, ginecológicas e testes rápidos. 

A técnica de enfermagem, Aline Beltrão, participou da programação sobre saúde feminina. "Gostei da palestra, tirei dúvidas sobre a higiene da região íntima. A linguagem foi abrangente e de forma direta, fazendo  com que o público se sentisse à vontade para participar", disse Aline.

Já a autônoma, Josiete Ferreira, levou o filho e elogiou a iniciativa. "É ótima, porque não tem pediatra na cidade, então ele veio fazer uma consulta de rotina".

Sob coordenação geral da professora Lana Claudia Macedo da Silva, o projeto conta ainda com a coordenação adjunta das professoras Ana da Conceição Oliveira, Camila Claíde Oliveira de Souza e com a assessoria técnica da vice-reitora da Uepa, professora Ilma Pastana. 

Para a professora Lana, cada município requer uma atenção diferente, devido às suas particularidades: "cada município é diferente um do outro, então a gente tem que pensar os municípios de formas diferentes porque a dinâmica é diferente, alem de usar estratégias diferentes para cada município,  como o horário dos cursos de acordo com a disponibilidade das participantes. Aqui foi perfeito, tivemos público em todos os cursos", comemora. 

Fruto de um grupo de estudos e pesquisas da universidade, que discute gênero, feminismo e sexualidade, o Empodera Marajoaras traz para o âmbito prático o que é discutido na academia. 

"A gente já desenvolveu ação de extensão em ilhas próxima a Belém. Aqui para o  Marajo recebemos o convite para estender e ampliar as nossas ações que eram restritas a região metropolitana da capital. Para a gente, foi um ganho porque o Marajó é uma região atípica , com a sua densidade populacional, hidrográfica e cultural", completa a professora Lana. 

A próxima e última parada será o município de Ponta de Pedras, que deve ter as suas atividades desenvolvidas até o mês de maio. Após a conclusão, também está previsto um estudo para avaliar como as ações do Empodera  mudaram, para a melhor, a vida das mulheres marajoaras.