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IDEFLOR-Bio promove a abertura da Flota do Trombetas para coleta da safra da Castanha do Pará 2023)

Por Aldirene Gama (SEDEME)
30/01/2023 18h25

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) informa que, na próxima sexta-feira (3) de fevereiro, ocorrerá a reabertura da Unidade de Conservação (UC) Floresta Estadual do Trombetas (FLOTA do Trombetas), para a coleta da safra da castanha do Pará 2023, na Base do Jaramacaru, município de Óbidos. Somente os extrativistas cadastrados previamente junto ao Instituto, serão autorizados a entrar na UC.

Entre os dias 23 e 24 de janeiro, o Ideflor-Bio, por meio da Gerência da Região Administrativa Calha Norte II (GRCN-II), vinculada à Diretoria de Diretoria de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação (DGMUC) promoveu na base do Jaramacaru, a atualização cadastral de 500 trabalhadores para a safra de 2023.

O Ideflor-Bio alerta aos extrativistas , que durante a entrada, será obrigatório a apresentação da carteira de credenciamento, que deve ser retirada na base do IDEFLOR-Bio no Jaramacaru, carteira de vacina comprovando a vacinação contra a covid-19, teste da covid -19, realizado em até 48h; documento de identificação com foto e Termo de Compromisso Individual, assinado, comprometendo-se ficar longe das áreas da Terra Indígena Zo’é. O descumprimento acarretará o afastamento do castanheiro e sua equipe de trabalho da coleta, não sendo mais permitido o seu retorno. As medidas sanitárias são necessárias para evitar a contaminação

A Flota do Trombetas está localizada na região Norte do rio Amazonas, ocupando 3.172.978 hectares de floresta nativa e abrange parte do território dos municípios de Oriximiná (88%), Óbidos (11%) e Alenquer (1%), e é administrada pelo Ideflor-Bio. A (UC) faz limite com a Terra Indígena (TI) Zo’é, com  cerca de 669 há e aproximadamente  330 indígenas. A (TI) fica  localizada  entre os rios Cuminapanema e Erepecuru, no município de Óbidos.

A presidente do Ideflor- Bio, Karla Bengtson, ressalta que o Ideflor-Bio, por meio da DGMUC, promove a gestão da (UC), e cumprirá todas os protocolos de segurança  para evitar a disseminação da Covid-19, resguardando a integridade da Etnia, de acordo com as diretrizes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). 

O Instituto mantém uma base  na comunidade do Jaramacaru,  e por meio da equipe técnica da gerencia Administrativa da Calha Norte II, responsável pela gestão da Flota, monitora as atividades  em  parceria com a  1ª Companhia Independente de Polícia Ambiental (CIPAmb), Associação Mista Agrícola Extrativista dos Moradores da Comunidade Jaramacaru e Região (Acaje), e Secretarias Municipal de Meio Ambiente (Semma) de Óbidos e Oriximiná.

Karla Bengtson ressalta também que a Flota do Trombetas é uma Unidade de conservação de uso sustentável, que visa compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, de forma sustentável, condicionada às normas estabelecidas em seu plano de manejo. “O extrativismo sustentável beneficia inúmeras comunidades do entorno da (UC); movimenta a economia da região, ao mesmo tempo promove a preservação e conservação do meio ambiente, com garantia plena da sustentabilidade mantendo a floresta em pé”, disse a presidente.

A coleta da castanha no interior da UC inicia após o período de queda do fruto da castanheira(Bertholletia excelsa), conhecido como ouriço, espécie de coco de casca grossa e resistente, que começa a cair entre os meses de dezembro e janeiro. Após o período da queda dos frutos, os extrativistas iniciam a coleta. No interior da (UC) os ouriços são amontoados em área aberta da floresta, em seguida são quebrados, para extração das castanhas. Em média, cada ouriço contém em seu interior entre 10 e 20 castanhas, que passam por secagem antes de serem ensacadas e colocadas para venda.

O gerente da Flota do Trombetas, Ronaldison Farias, ressalta que de acordo com o Plano de Manejo da Unidade de Conservação, 102 castanhais foram mapeados no interior da (UC).O gerente reforça que os extrativistas são autorizados a coletar os ouriços, após o ciclo da queda dos ouriços. 

“A medida preventiva visa evitar acidentes e garantir a segurança dos trabalhadores durante a atividade. Cada ouriço pesa em média 500 a 700 gramas, e a queda livre é de até 50 metros, podendo ocasionar lesões graves, se atingir um trabalhador. Ele reforça ainda que os trabalhadores devem ficar atento ao cumprimento do horário de entrada e saída que deve ocorrer de 07 h às 18h. 

Segundo Alberto Sampaio, membro da (Acaje) e conselheiro gestor da Flota do Trombetas, o período da safra da castanha movimenta a economia local, e sustenta inúmeras famílias. “Os extrativistas  caminham cerca de 12 quilômetros no interior da Flota, coletando os ouriços, que são carregados em paneiros até o ponto onde ocorre a quebra para tirar as castanhas,  essa caminhada é repetida inúmeras vezes.  Depois da quebra dos ouriços as castanhas são colocadas para secar, em seguida ensacadas e armazenadas até a  comercialização. 

Este ano o preço está abaixo da expectativa. O quilo da castanha  será comercializado pelo extrativista no valor de  R $2,40, a  lata com 12 kg, 28,80 reais e a saca com 60 quilos, 144 reais. Nas usinas no município de Oriximiná o preço da saca é comercializado em média 180 reais", disse Alberto.

De acordo com os dados da Associação dos Extrativistas do Jaramacaru (ACAJE), cerca de 350 extrativistas trabalharam durante a safra de 2022, no interior FLOTA do Trombetas, cujo resultado foi de 6 mil sacas de castanha coletados, o equivalente a 250 toneladas, movimentando aproximadamente 1 milhão e meio de reais.