Em menos de um ano, Escola Tecnológica de Xinguara mudou a realidade da formação educacional na região
Instituição conta com parcerias da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Estado do Pará (Unifesspa) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet)
Entregue em maio de 2022 pelo Governo do Estado, a Escola Estadual de Educação Profissional e Tecnológica do Xinguara (EETEPA) é a 100ª unidade educacional a atender e oferecer especialização profissional. No município do sul paraense são cerca de 1.030 alunos de diferentes idades e fazendo diferentes cursos - incluindo uma turma do programa "Forma Pará", do curso de Agronomia, por meio da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
O prédio foi erguido com recursos do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e oferta cursos como o de técnico em edificações, técnico em agricultura, técnico em agropecuária, técnico em segurança do trabalho e técnico em informática.
Felipe Mendes busca formação no curso de MineraçãoFelipe Mendes, de 14 anos, ia fazer o Ensino Médio em uma escola particular de Xinguara, mas os pais dele mudaram de ideia quando souberam da possibilidade de ele fazer também um curso tecnológico junto com a formação educacional obrigatória.
"Eu escolhi o curso de Mineração pela oportunidade de terminar o Ensino Médio já com uma boa chance entrar no mercado, assim, ganho tempo fazendo essa profissionalização ao mesmo tempo", relata.
Prestes a iniciar as aulas, o jovem não esconde a ansiedade. "Gostei muito da escola, achei o espaço muito bonito; espero viver bons momentos aqui!", almeja o estudante.
Tereza Jesus optou pelo curso de AgropecuáriaAos 15 anos, Tereza Jesus, escolheu a estudar Agropecuária ao mesmo tempo que faz o Ensino Médio. "Sou muito cativada pelo ramo, minha família trabalha nisso há tempos, sou familiarizada. É maravilhoso não ter que sair de casa, do estado para estudar isso, ainda mais aqui, que é a capital do boi gordo", conta a nova aluna, que também não vê a hora de usufruir da estrutura da EETEPA de Xinguara.
A Escola Técnica tem 12 salas de aula, auditório, dois laboratórios especiais, biblioteca, anfiteatro, quadra esportiva coberta, bicicletário, recreio coberto, cozinha, despensa, despensa fria, dois vestiários femininos, dois vestiários masculinos, cantina, lavagem de utensílios, grêmio, depósito de manutenção de mobiliário, área de carga e descarga, depósito de material pedagógico, laboratórios de química, de biologia, de física, de matemática de línguas e de informática, dois almoxarifados, depósito de material multimídia, almoxarifado do laboratório de informática, biblioteca, banheiros, sala dos professores, sala de multimídia dos professores, diretoria, coordenação pedagógica, coordenação de estágio, sala de reprografia, almoxarifado, secretaria, auditório, guarita, estacionamento, anfiteatro, motório e bicicletário.
A diretora da Escola Técnica, Thatiana Julio, conta que se envolveu com o local desde a retomada das obras, que ocorreram de 2019 para cá. "Esse lugar era algo que queríamos muito. Uma obra abandonada que foi finalmente concluída para que pudesse de fato cumprir sua função. A EETEPA não atende só as novas gerações, atende as anteriores também, que estão buscando ou uma formação que nunca tiveram ou se aprimorar, se atualizar", conta a gestora.
União de forças - A unidade educacional segue fazendo parcerias com várias instituições. Junto à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Estado do Pará (Unifesspa) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), a Escola Técnica desenvolve um projeto que consiste em montar a estrutura física de suporte à rede de laboratórios móveis de atendimento veterinário.
Thatiana Julio é diretora na Escola Técnica"O Forma Pará tem turmas de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unifesspa em Piçarra, Tucumã e São Félix do Xingu, sendo que a sede do primeiro curso pela Universidade é aqui em Xinguara. Porém, precisávamos desse espaço adequado para dispor dos equipamentos de ponta que compõem o laboratório. Acabou que o Governo do Estado foi quem teve a sensibilidade e deu respaldo, corrigindo uma problemática que, na verdade, é do governo federal por defasagem de verbas, para garantir a formação desses alunos, recursos humanos dedicados à produção animal que respeite preceitos econômicos, sociais e ambientais, principalmente. Os efeitos práticos disso beneficiam não só a cidade, mas as duas regiões, da banda oriental do Rio Xingu até as margens do Rio Araguaia", destaca o docente Pedro Quevedo, responsável pelo laboratório instalado na EETEPA e um dos coordenadores dos cursos citados.
Também pelo "Forma Pará", Eudes Bueno, de 23 anos, estuda Agronomia pela Ufra dentro das dependências da Escola Técnica. "Eu teria que sair daqui, ir para outra cidade estudar se quisesse fazer uma federal. Está sendo interessante, estou gostando bastante!", reconhece o universitário.
Colega de turma de Eudes, Aline Ribeiro, de 26 anos, está focada inclusive em expandir a presença feminina em uma área há pouco tempo dominada apenas pelo gênero masculino.
"Muitas empresas nacionais e internacionais estão tendo espaço conquistado por cada vez mais mulheres. E eu estou tendo essa oportunidade para em cinco anos estar no mercado de trabalho, dando o meu melhor, assim como outras colegas aqui", finaliza a aluna.