No Fórum Econômico Mundial, governador do Pará defende pagamento por preservação da Amazônia
Helder Barbalho voltou a enfatizar que o desenvolvimento da região passa pela bioeconomia, com a floresta em pé e financiamento de créditos de carbono
Em um evento historicamente incisivo nas tratativas sobre o futuro econômico do planeta, realizado nesta quinta-feira (19), o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), abriu espaço na programação principal para a região amazônica, com a realização do painel “A Amazônia em uma encruzilhada”. O evento contou com a presença de políticos, ambientalistas, estudiosos e investidores.
O governador do Pará e presidente do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal (CAL), Helder Barbalho, em sua palestra enfatizou, mais uma vez, a bioeconomia como opção sustentável na relação do homem com a natureza. Helder Barbalho também destacou que é o momento de o planeta avançar com financiamentos para preservação da região, que tem importância crucial para o clima o planeta.
“O crédito de carbono, sobre o olhar de preservação da nossa floresta, representa uma importantíssima estratégia que dialoga com a bioeconomia. Particularmente, eu defendo que a captura do carbono permite transformar a floresta em pé em uma nova commodity global”, frisou o governador do Pará.
Helder Barbalho disse entender “ser emergente que o mundo, e este Fórum é o local adequado para isto, possa compreender que é necessário e eminente, em face às urgências climáticas, que todos os grandes players e grandes companhias precisam participar e instituir esse mercado internacional, precificando e regulando”.
Governador Helder Barbalho durante sua palestra sobre desenvolvimento sustentável, no evento em DavosO líder dos governadores da Amazônia ponderou que, apesar de ações constantes de fiscalização e repressão policial no combate a crimes ambientais, a preservação dos recursos naturais com financiamento internacional precisa considerar alternativas de renda para os produtores da região. “Entendo ser essa união a solução real, e não romântica, de ter como aliados os produtores locais no momento em que a floresta passa a ter um valor. O crédito de carbono e a valorização da floresta, junto com a biodiversidade e bioeconomia, farão com que possamos garantir um grande novo negócio no espectro global”, reiterou Helder Barbalho.
Políticas públicas - Em sua palestra, o governador fez um breve resumo sobre as ações institucionais do Governo do Pará na implementação de políticas públicas permanentes para a preservação do bioma amazônico. Ele ressaltou ações programáticas de fiscalização, comando e controle, aliadas às regularizações fundiárias, capacitação e orientação dos produtores, e ainda os avanços em pesquisas e estudos.
Helder Barbalho mencionou a legislação específica para instituir a Política de Mudanças Climáticas, a criação do Programa Estadual Amazônia Agora (PEAA) e a Lei Estadual de Bioeconomia, afirmando que entre as ações futuras para potencializar a bioeconomia, o Estado vai criar um observatório específico, incrementar parcerias com startups e aumentar a oferta de cursos de graduação.
Durante o evento, todos os participantes concordaram com a necessidade de ação imediata para preservação do bioma amazônico, e aprovaram o momento institucional vivenciado no País.
Além do governador do Pará e presidente do CAL, participaram da programação a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o cientista especializado em aquecimento global, Carlos Nobre; a ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Maria Susana Muhamad, e o empreendedor em região amazônica Derek Gallo, com a intermediação da CEO da The Nature Conservancy, Jennifer Morris.