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Programação variada conquista frequentadores da Feira Pàn-Amazônica do Livro

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/06/2018 00h00

O preço baixo e as diversas opções de livros foi o que atraiu o estudante de engenharia elétrica, João Neto, de 18 anos, na manhã desta segunda-feira (4) para a 22ª Feira Pan-Amazônica do Livro, que ocorre até o dia 10, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, das 10h às 22h, com entrada franca. Este ano, o país homenageado é a Colômbia e o escritor, o paraense Age de Carvalho.

O estudante conta que é frequentador assíduo do evento todos os anos e já sentiu diferença nessa edição. “Todo ano quando é possível estou na Feira do Livro. Gosto da organização e da qualidade dos livros. Hoje (4) foi o primeiro dia nessa edição da feira e estou gostando bastante, alguns estandes estão com os preços atrativos, por isso amanhã venho novamente com mais dinheiro para levar outros livros”, contou.

O estande do Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc-SP) é um exemplo de bom preços e opções variadas. Pela primeira vez no evento, as edições do Sesc estão com descontos de 30% em todos os livros e isso vem atraindo a atenção do público.

Outro estante bastante visitado tem sido o da Imprensa Oficial do Estado (IOE), especialmente por conta do Livro Solidário, projeto que recebe doações de livros e repassa para bibliotecas públicas, organizações sociais, instituições e centros comunitários. Além disso, a IOE, por meio do projeto, já abriu vários espaços de leitura com mais de 11 mil livros doados. Os interessados em fazer doações podem levá-las diretamente ao estande ou a sede da IOE, na Travessa do Chaco, número 2271, no bairro Marco, em Belém.

Redação

A programação da Feira nesta edição conta ainda com um concurso de redação promovido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) com o tema "Caminhos para paz".

O concurso vai selecionar alunos representantes de Unidades Seduc na Escola (USE). Este ano, participam estudantes das USEs 7, 10, 13 e 15. "De cada uma, serão selecionados 15 alunos do 2º e 3º anos ensino médio. Aqueles que tiverem melhor desempenho vão representar a sua unidade. E aqui eles produzem a redação para ser avaliada pela banca julgadora", explicou a coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares (Siebe), da Seduc, Arilene Piedade.

A aluna Louíse Cordeiro, 15 anos, estudante do 2º ano na Escola Estadual Cornélio de Barros, no bairro da Marambaia, teve o apoio e orientação dos professores e um incentivo especial para produzir os seus textos. "Quando era mais nova, gostava de andar de patins, meus pais então tiveram a ideia de me pedir para fazer uma redação sobre o assunto, como forma de me incentivar e deu super certo", contou.

Pontos como convenções da escrita, adequação ao gênero, tema e marcas de autoria serão os critérios adotados para avaliar a redação. "Por serem alunos do ensino médio, já realizamos com eles uma preparação para o Enem", comenta a professora da banca julgadora, Missilene Barreto. Os vencedores do concurso de redação serão conhecidos na próxima sexta-feira (8).

Projeto Biblioteca Viva

Com a câmera nas mãos e olhos vidrados no palco, a visitante da Feira, Socorro Siqueira, de 64 anos, se misturou ao público jovem que lotou o auditório Dalcídio Jurandir, nesta segunda-feira, para assistir a banda Ion Tamária. Socorro não é apenas tiete do grupo de rock, mas avó de um dos integrantes, o guitarrista Gabriel Tadashi e reconhece a importância de espaços de valorização da criança e adolescente. A apresentação musical faz parte do projeto Biblioteca Viva, ligado à escola Estadual Escola Professor Antonio Gondim Lins.

Além da banda Ion Tamária, houve a apresentação da peça de teatro “Musical Escolar”, e de grupos de danças. “Estamos vivendo um momento muito importante, de reconhecimento, porque somos de bairros periféricos e filhos de trabalhadores. Por isso é muito importante nesse momento poder expressar a minha arte”, disse a estudante Camillik Gonçalvez, que estreou como atriz no palco do Dalcídio Jurandir.

Os gritos entusiasmados, assovios e risos dos alunos dedicados ao professor idealizador do projeto denunciam a relação de admiração e afeto criada entre mestre e aprendizes. “O projeto foi fundamental para a gente está tocando nesse palco maravilhoso. O Lisboa é um cara que sempre abriu as portas, sempre nos apoiou”, declarou Tadashi.

“O cara” que o aluno guitarrista se refere é o professor de língua portuguesa Walmir Lisboa, que idealizou há cerca de um ano o Projeto Biblioteca Viva. “Identifiquei no espaço escolar muitas habilidades e assim percebi a necessidade de um espaço que contemplasse e incentivasse esses jovens. Aqui há espaço para todas as linguagens da arte. Somos uma biblioteca viva porque a literatura está presente em todas as ciências e vertentes artísticas”, avaliou o professor.

É sempre aos sábados que a escola estadual localizada no município de Ananindeua, promove o Projeto Biblioteca Viva. O espaço é dedicado a realizar rodas de leitura, aulas de teatro, dança e o que mais auxiliar na formação desses alunos. São 54 alunos envolvidos, mas a família também se mantém próxima como explica a avó Socorro Siqueira. “Tenho muito a agradecer ao professor Lisboa que criou esse espaço para nossas crianças e sempre os incentiva. Tenho muito orgulho dos meus netos, porque considero todos esses meninos meus netos”, finalizou orgulhosa.

Tarde

Ainda nesta segunda-feira (4) pela tarde, a programação da 22ª Feira Pan-Amazônica do Livro conta com um seminário políticas, ações e oportunidades às cadeias produtivas e criativas do livro. A ação é uma realização da Secult e Ministério da Cultura (MinC) com o objetivo apresentar políticas públicas, programas, ações e projetos de fomento e incentivo a escritores, ilustradores, editores e livreiros, entres outros.

A programação do seminário é composta pelos seguintes temas: Lei Rouanet; tradução; publicação e intercâmbio; mercado editorial; aquisição de livros para escolas públicas; livros didáticos e economia da cultura. Para tratar desses assuntos, foram convidados: Vicente Filho, do Ministério da Cultura (MinC); Fábio Lima, da Fundação Biblioteca Nacional, entidade vinculada ao MinC; Luiz Álvaro Menezes, da Câmara Brasileira do Livro (CBL); Wilson Troque, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); Edivar Noronha, do Ministério da Educação, e Ana Cristina Araruna, do MinC.

I Encontro Pan-Amazônico de Bibliotecas Públicas

Começa nesta segunda-feira (4) e segue até a terça-feira (5) o I Encontro Pan-Amazônico de Bibliotecas Públicas, voltado ao compartilhamento de informações, conhecimentos e boas práticas em bibliotecas públicas, valorização do papel dos profissionais da área e formação cultural em espaços públicos. Com foco em profissionais de bibliotecas públicas, o evento já está com as inscrições encerradas.

O encontro é uma realização da Fundação Cultural do Pará (FCP), com patrocínio do Programa Ibero-Americano de Bibliotecas Públicas (Iberbibliotecas), que recebe investimento anual do MinC de US$ 90 mil. O evento foi selecionado no Concurso de Ajudas do Iberbibliotecas, na edição de 2017. Além disso, conta com a parceria do Instituto de Políticas Relacionais (IPR) e da Faculdade de Biblioteconomia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e tem como público-alvo os profissionais de bibliotecas públicas.

Na noite dessa segunda-feira (4), dentro da programação cultural da Feira do Livro, o público poderá conferir o show “O Canto da Pajé”, com Zeneida Lima e convidados, às 20h30 no auditório do Benedito Nunes. A pajé, conhecida em todo o país, já foi enredo da Escola de Samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro, em 1998, escreveu livros de literatura infantil e autobiográfico e, no ano passado, inspirou a cineasta Tizuka Yamazaki a dirigir o filme “Encantados”, que transformou a pajé em personagem vivida pela atriz Carolina Oliveira. O filme baseadas em fatos reais, foi produzido a partir do livro “O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó”, que levou quatro anos para estrear no Brasil depois de seguir pelo circuito mundial. Durante o show de hoje à noite, a pajé promete contar muitas dessas histórias ao público presente.

Colaboração (texto): Camila Barros, Ruan Moraes e Roberto Brandão