Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE PÚBLICA

Santa Casa do Pará é referência na Amazônia em cirurgia pediátrica de média e alta complexidade

Nos últimos quatro anos, cerca de 8 mil procedimentos cirúrgicos foram realizados em pacientes pediátricos, incluindo transplantes de órgãos

Por Governo do Pará (SECOM)
13/01/2023 18h12

Cirurgia de gastrosquise realizada na Santa Casa pelo cirurgião pediátrico Eduardo Amoras e equipeReferência na atenção à gestação de alto risco e neonatologia, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) tem um dos maiores centros de cirurgia pediátrica do norte do Brasil, com atendimento em média e alta complexidade, o que inclui cirurgias corretivas e transplantes de órgãos, chegando a quase 8 mil procedimentos nos últimos quatro anos.

O médico Eduardo Amoras, que gerencia a Clínica em Cirurgia Pediátrica, ressalta que “nossa instituição é a quarta mais antiga do País, por isso é uma referência tanto na região amazônica, como para as sociedades brasileiras de Pediatria, de Cirurgia Pediátrica e de Urologia. É um grande celeiro que produziu e produz algumas gerações de médicos nesses anos como Fundação. É um Hospital de Ensino e Pesquisa. Hoje, atende a toda a alta complexidade do sistema público pediátrico cirúrgico da Região Norte”.

Hospital conta com retaguarda de UTI, caso o tratamento intensivo seja necessário no pós-operatórioA instituição recebe muitos pacientes de outros estados. “A nossa demanda varia entre 230 e 240 cirurgias por mês. De todas as cirurgias que se possa imaginar, e todas as patologias que se possa tratar. Nós temos uma equipe que consegue, com toda expertise, fazer um atendimento de qualidade, de segurança e de bons resultados para nossos pequenos clientes e para suas famílias também, que querem ver esses pequenos no futuro como adultos saudáveis, com capacidade de desenvolverem qualquer tipo de atividade no trabalho, e sem restrições”, enfatiza Eduardo Amoras.

Qualificação profissional - A Fundação Santa Casa conta, segundo o médico, mantém na equipe três cirurgiões pediátricos que foram residentes no Hospital, o que representa o retorno dos investimentos financeiros, mas principalmente na formação e qualificação profissional. O cirurgião pediátrico, além da graduação em Medicina durante seis anos, passa por treinamento na Residência em cirurgia geral por três anos, e pela cirurgia pediátrica, em mais três anos de estudos. São necessários 12 anos para ter um profissional qualificado atuando no serviço de cirurgia pediátrica.

Com a oferta de 60 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI-Neo), 60 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários convencional (UCI) e 20 leitos de UCI para o Método Canguru, a ala Neonatal da Santa Casa dá suporte para cerca de 30% das cirurgias pediátricas realizadas na unidade.

Unidade materno-infantil da Fundação Santa CasaExperiência secular - Norma Assunção, diretora Assistencial da FSCMP, diz que a Santa Casa é um hospital de grande porte, com cerca de 500 leitos, com referência em atendimento materno-infantil no Estado e experiência de mais de 300 anos – no próximo mês, a instituição completará 373 anos de funcionamento.

“A população já tem credibilidade nesta instituição, que ao decorrer desses anos foi se fortalecendo através de uma qualificação maior da equipe, de processos mais bem elaborados e estruturados, de protocolos já bem definidos e internalizados pela equipe, para dar maior qualidade a esse atendimento, e segurança. É um hospital que tem todo um complemento de assistência na linha de cuidado materno-infantil, que realmente acaba sendo uma referência para a população”, frisa Norma Assunção.

“Como hospital com toda essa evolução, todo esse desempenho ao longo de 2022, depois de uma pandemia que realmente trouxe uma relativa desestruturação na área da saúde, a partir do ano passado começamos a retomar o nosso crescimento em todas as áreas disponíveis para o atendimento à população”, destaca a diretora Assistencial.

Protocolos cirúrgicos - Em relação às cirurgias de maior complexidade, Eduardo Amoras explica o que a área de cirurgia pediátrica realiza na Santa Casa. “Temos hoje todas cirurgias do trato urogenital, crianças com deformidades de parede abdominal, como as gastrosquises, e que hoje já temos um protocolo bem definido, que se chama Simil-Exit (técnica cirúrgica para acompanhamento e correção de gastrosquise no minuto zero). Este protocolo trata o paciente praticamente no período intrautero, no momento da cesárea. O paciente ainda ligado ao cordão umbilical é operado vinculado à placenta materna”, informa o especialista.

Eduardo Amoras ressalta que “nosso protocolo foi introduzido na instituição em 2019. Temos 15 cirurgias sob esse protocolo. No contexto geral os resultados obtidos são maravilhosos, comparados aos de antes deste protocolo. Temos 12 crianças transplantadas de 2019 para cá. Com a pandemia houve redução nos procedimentos, tanto transplantes como cirurgias eletivas. Sem a pandemia, com certeza esses números seriam maiores”.

Segundo o cirurgião, a equipe da Gerência de Cirurgia Pediátrica é formada por neurocirurgião, cirurgião plástico - que trata anomalias craniofaciais - e oftalmologista (que cuida de retinopatias no prematuro), além da equipe vascular, que dá suporte aos acessos venosos dos pacientes que fazem hemodiálise, e a equipe de Nefrologia, que acompanha pacientes transplantados renais.Leandro Valente, que passou por transplante de rim , ao lado do padastro e de parte da equipe que o acompanhou no pré e pós-operatório

Legado - O que queremos deixar para as próximas gerações é que esse trabalho dignifica muito com esses resultados e todo o investimento feito. Seja do ponto financeiro, mas principalmente da valorização de todos da equipe. Uma equipe não é só o médico. É a equipe de enfermagem, a administrativa, o biopsíquico, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e nutricionistas. Todo o suporte que nós contamos hoje em nosso serviço nos faz ser melhores. Fico orgulhoso do nosso trabalho, de tudo que foi conquistado, desse acervo de informações que temos em relação à clientela que atendemos”, destaca o Eduardo Amoras.

A excelência dos serviços é reconhecida por familiares de pacientes transplantados, como do menino Leandro Valente, 09 anos, que passou quase metade da vida esperando um transplante renal, e em setembro do ano passado recebeu o órgão na Santa Casa. Um procedimento que alcançou o êxito almejado.

Davi Elyasafe, padrasto de Leandro, agradece “à equipe da Santa Casa, pois não só o Leandro, mas todos nós fomos muito bem tratados. O meu filho foi bem cuidado. Eles tiveram preocupação com os mínimos detalhes, e o transplante foi um sucesso. Estou muito feliz por ele estar indo agora pra casa”.

Texto: Samuel Mota - Ascom /Santa Casa