Crianças são maioria entre pacientes atendidos em cirurgias de otorrino no Hospital Jean Bitar

O Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Jean Bitar, em Belém, realiza cerca de 70 procedimentos cirúrgicos por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Serviço começou a funcionar em outubro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, o que reduziu o número de cirurgias nesse período.

Em 2022 foram realizadas 300 cirurgias nessa especialidade, referência da unidade hospitalar. Crianças na faixa etária de 01 a 12 anos representam 60% dos pacientes que passam por cirurgias na unidade. Dados da Gerência Assistencial mostram que a maioria dos pacientes é menor de dez anos, faixa etária que mais demanda cirurgia em otorrinolaringologia. Os principais procedimentos são amigdalectomia, adenoidectomia, adenoamigdalectomia, septoplastia para correção de desvio, turbinectomia, frenectomia e uvulopalato-faringoplastia.

Com um meio de transporte especial, os pequenos pacientes se distraem a caminho do centro cirúrgico

Segundo a coordenadora do Centro Cirúrgico, enfermeira Luciana Gomes, desde o início da oferta de cirurgias, em outubro de 2020, a equipe multiprofissional do HJB realizou 995 procedimentos em otorrino, beneficiando principalmente o público infantil.

"A criança passa pelas equipes de otorrinolaringologia, anestesiologia e pediatria, e faz todos os exames pré-operatórios. Sendo liberada para o procedimento cirúrgico, ela é encaminhada para o agendamento da cirurgia no Hospital Jean Bitar. Para isso, é necessário que a criança não esteja com nenhum tipo de infecção. O processo é rápido. Entre internação e alta há um intervalo de apenas 24 horas. Quanto à média de tempo de espera para a realização do procedimento, é de no máximo três meses", informou Luciana Gomes, que também coordena a Central de Material de Esterilização (CME) e o Programa Obesidade Zero.

Humanização - Uma estratégia para que os pequenos usuários fiquem mais tranquilos antes da cirurgia é a utilização de um carro para levá-los da enfermaria ao Centro Cirúrgico. O meio de transporte, indicado para crianças entre dois e cinco anos, agradou ao público infantil. O carro foi doado pela médica Raissa Tomaso, que faz parte da equipe multiprofissional do Hospital Jean Bitar.

“Estar em um ambiente hospitalar aguardando uma cirurgia é algo traumatizante para uma criança, por ela não entender o motivo de estar aqui. É bom também para os pais, que ficam muito nervosos. A gente pensou nessa estratégia para crianças até 05 anos, por ser uma forma lúdica para a criança tirar o foco do medo, da ansiedade, por estar longe dos pais na hora da cirurgia. Para as maiores, entre 06 a 09 anos, são oferecidas atividades para colorir enquanto esperam a cirurgia. O fato de todas as crianças, independente da idade, ficarem com a mãe na sala de espera do Centro Cirúrgico também auxilia muito na diminuição da ansiedade e do nervosismo”, ressaltou a gestora.

Marcela da Silva Medeiros, moradora do município de Paragominas, no Sudeste do Pará, trouxe a filha Ayla Vitória, 03 anos, ao HJB para a retirada de amígdalas e adenoide. Para a mãe, o carro usado no transporte da menina para o Centro Cirúrgico a fez esquecer o medo de agulhas e de hospital.

Marcela elogiou a estratégia e o pouco tempo de espera pelo procedimento, realizado na segunda-feira (09). "Quando chegamos aqui, a Ayla perguntou sobre injeção. Estava assustada e nervosa. Ela tem muito medo de agulha, não gosta de hospital de jeito nenhum. Mas ao entrar no carrinho, ela esqueceu de tudo. Agora está alegre, descontraída, e nem está lembrando que se encontra em um hospital. Ela está pensando que tudo não passa de um passeio, de diversão. É muito bom ter algo assim pra distrair a criança, principalmente neste momento. Foi muito boa essa ideia. Também quero agradecer por ter sido tudo tão rápido. Com a cirurgia, minha filha vai poder dormir sossegada, sem ficar sentindo falta de ar", reiterou Marcela.

A médica Cássia Oliveira, do Serviço de Otorrinolaringologia do HJB, uma das profissionais que atuaram na cirurgia, garante que essa estratégia facilita muito o trabalho da equipe médica. "A criança chega mais tranquila ao Centro Cirúrgico e facilita nosso primeiro contato com ela, trazendo mais segurança na relação médico-paciente", destacou.

Fluxo de atendimento - Antes de chegar ao HJB para a cirurgia, o usuário, obrigatoriamente, tem que ser submetido à avaliação na Policlínica Metropolitana de Belém por um otorrinolaringologista, por meio de consulta marcada pela unidade de saúde de origem do paciente, via sistema de regulação. Na consulta clínica, o médico avalia se há indicação cirúrgica. Caso haja necessidade do procedimento, são solicitados os exames pré-operatórios na própria Policlínica.

"A Policlínica tem um pré-operatório rápido, o que facilita o processo para o usuário do SUS. O paciente chega de manhã cedo, faz todos os exames, cujos resultados saem em poucas horas, e posteriormente já passa com o cardiologista e o anestesista. Se tudo correr bem, dependendo do fluxo de agenda, ele consegue voltar com o otorrinolaringologista no mesmo dia”, explicou Guilherme Machado, coordenador da equipe cirúrgica de Otorrinolaringologia do HJB e da equipe de otorrinos da Policlínica Metropolitana.

O diretor Executivo do HJB, Giovani Merenda, disse que o "nosso Serviço de Otorrinolaringologia é ágil, resolutivo, e tem mudando a vida de muitas pessoas, sobretudo crianças que precisavam realizar os procedimentos para melhoria da qualidade de vida. Essa é uma de nossas missões: garantir assistência em saúde com qualidade, segurança, visando à satisfação dos nossos usuários”.

Serviço: O Hospital Jean Bitar, que integra a rede pública de saúde do Governo do Pará, é administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade fica na Eua Cônego Jerônimo Pimentel, no bairro Umarizal, em Belém.

Texto: Joelza Silva – Ascom/HJB

Foto: Joelza Silva / Divulgação