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MUDANÇAS E ADAPTAÇÃO CLIMÁTICA

Fórum se encerra com decisões que irão potencializar políticas ambientais em 2023

Ao todo foram sete reuniões que ocorreram paralelamente, refletindo espaços de apresentação do que foi feito no último ano e os novos passos a serem dados

Por Aline Saavedra (SECOM)
20/12/2022 08h25

O término das reuniões temáticas da quarta edição do Fórum Paraense de Mudanças e Adaptação Climática culminou na realização de uma reunião plenária do FPMAC que envolveu representatividades de povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, poder público, terceiro setor, empresa privada e comunidade jovem, no Belém Hall, nesta segunda-feira (19). O encontro foi conduzido pelo secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, que ressaltou a necessidade de debater e agir no enfrentamento às mudanças e adaptações climáticas. 

"Nós precisamos ter consciência de que estamos vivendo um momento decisivo para o planeta e para a nossa própria espécie. Nós podemos passar e o planeta vai ficar. Mas com certeza podemos fazer uma mudança ainda de postura para que a gente não siga ladeira abaixo como as coisas estão se apresentando. Então, o diálogo aqui, no Fórum, a postura que nós temos tido, é uma postura transparente, de acolhimento e de percepção de que precisamos estar todos juntos para que a gente possa alcançar nossos objetivos. E aí neste contexto, acho que muitos já participaram das apresentações pela manhã aqui, do balanço do Territórios Sustentáveis, do Plano Amazônia Agora, do Plano de Bioeconomia, da nossa participação nas duas Conferências do Clima (COPs), nós tivemos apresentando tudo o que vem sendo feito no Pará”, elencou o titular da Semas, Mauro O’de Almeida. 

Deliberações - Entre as deliberações apresentadas na plenária, como resultado dos encontros das câmara técnica foram, em relação ao comitê executivo do FPMAC, para que se tenha um trabalho inclusivo na representação dos grupos LGBTQIAP+. No Comitê Gestor do Sistema Estadual sobre Mudanças Climáticas (Coges-Clima) foi deliberada a institucionalização dos comitês regionais, a construção de um plano territorial para territórios coletivos, enquanto que a Câmara Técnica de Gênero e Equidade determinou estabelecer metas e métodos de monitoramento dos resultados das ações de políticas do Amazônia Agora para o tema de gênero e raça, enquanto que sobre o Plano Estadual de Bioeconomia foi deliberado reforçar a comunicação do PlanBio no setor privado e criar ações específicas de educação ligadas à bioeconomia. 

Professora da Universidade Rural da Amazônia e integrante da Câmara Técnica de Equidade, Igualdade de Gênero e Mudanças Climáticas, Ruth Almeida destacou a importância do espaço para o diálogo construtivo. 

"O Fórum é um espaço primeiro de governabilidade e de governança. É um espaço que vai unir diferentes atores, seja da sociedade civil, do governo, seja das instituições, é um espaço que discute um tema que é muito emergente, que é o das mudanças climáticas. Fazer parte do Fórum também significa dizer que Estado, sociedade civil e instituições de ensino superior estão unidas para discutir um tema que é muito importante e que nos impacta diretamente. Eu sou de uma Federal Rural e a gente sabe do impacto deste tema para as populações rurais, por exemplo. E mais especificamente para as mulheres agricultoras. Faço parte da Câmara Técnica de Equidade de Gênero e Raça, então, falar sobre o impacto das mudanças climáticas nessas populações é essencial porque isso vai impactar diretamente no trabalho, nas atividades dessas mulheres, e nas políticas públicas que devem ser investidas", frisou. 

Após sete reuniões que ocorreram paralelamente, refletindo espaços de apresentação do que foi feito no último ano e os novos passos a serem dados, a estratégia de construir coletivamente, com e para a sociedade, especialmente para os que vivem na floresta e possuem conhecimentos tradicionais para continuar protegendo a natureza, foi comemorada pelo coordenador do Conselho Nacional dos Extrativistas (CNS), Ivanildo Brilhante. 

“A sociedade, em particular os povos tradicionais da Amazônia, os indígenas, os extrativistas, os quilombolas, a nossa visão sobre a questão do clima, sobre conservação de floresta, de manejo de floresta. Apesar de muito invisibilizada, eu acho que a estratégia de ouvir e a construir a metodologia de participação, que vem sendo construída aos poucos, a gente percebe que a evolução desses processos nos leva a mudar a dinâmica de uma abordagem do estado para com a sociedade, uma abordagem de esperançar. O nosso sentimento é o de que ninguém precisa fazer para nós, mas fazer conosco, a partir de nossos saberes e fazeres que historicamente conservar as florestas”, ressaltou. 

Participaram da mesa do Fórum representantes da Federação dos Povos Indígenas (FEPIPA), Banpará, CNS, ONG The Nature Conservancy (TNC), Universidade Rural da Amazônia (UFRA), Sindicato das Indústrias Minerais do estado do Pará (SIMINERAL), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).