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EDUCAÇÃO

Professora da rede pública estadual é selecionada para intercâmbio nos EUA

A educadora do município de Altamira, na região sudoeste paraense, vai participar de formações durante cinco meses em escolas norte-americanas

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
06/12/2022 20h27

Participar de um intercâmbio nos Estados Unidos parecia ser um sonho distante para a professora Cleide Oliveira, que leciona na Escola Estadual Profª. Ducilla Almeida do Nascimento, em Altamira, município da região sudoeste paraense. A educadora foi um dos cinco brasileiros selecionados para o Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Língua Inglesa (Fulbright Distinguished Awards in Teaching Program for International Teachers – Fulbright DAI).

A iniciativa é coordenada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e as Secretarias Estaduais de Educação. Essa é uma oportunidade destinada aos professores efetivos da rede pública, que lecionam para turmas do ensino médio, participarem de um curso de aperfeiçoamento durante cinco meses nos Estados Unidos, com todas as despesas pagas.

O intercâmbio terá duração de um semestre acadêmico de uma universidade americana. Inclui aulas e treinamento intensivo em metodologias de ensino, planejamento de aula, estratégias de ensino, liderança e, também, no uso de tecnologias no processo educacional. O programa nos EUA ocorrerá entre os meses de agosto a dezembro de 2023 e incluirá um estágio supervisionado em uma escola de ensino médio, para que os participantes possam interagir e praticar seus novos conhecimentos com colegas de profissão e alunos americanos.

“Ouvi falar a respeito do programa há cinco anos, entretanto, na época eu não cumpria os requisitos mínimos para a candidatura, pois era professora contratada e não concursada. Um ano depois, fiz o concurso e passei! Minha esperança era que um dia tentaria a bolsa e ela veio. Me inscrevi, mas sem muitas esperanças de que conseguiria, já que é um processo longo, com poucas vagas e sabendo que existem muitos profissionais excepcionais no nosso país. Jamais imaginei que, eu, aqui no interiorzinho do Pará, seria escolhida para viver um dos maiores sonhos da minha vida”, afirmou a professora Cleide Oliveira.

Ela conta ainda que viu o programa como uma oportunidade de trazer visibilidade para a sua escola, que apesar de todas as dificuldades, tem feito um trabalho de excelência em Altamira. Cleide Oliveira destaca que sua participação neste intercâmbio trará parcerias importantes e uma proposta de metodologia inovadora para continuar avançando na melhoria da educação básica da Região da Transamazônica.

“Constantemente, nos ocupamos tanto com as demandas do dia a dia da sala de aula que nos esquecemos, que, nossas ações geram frutos extraordinários, que os nossos esforços não são em vão e que um dia, somos recompensados por tudo aquilo que fazemos e investimos na educação. Hoje, o sentimento é de gratidão! Gratidão a Deus por sempre abrir caminhos, aos amigos, família e escola que sempre foram meu incentivo para continuar. Grata à Seduc que tem priorizado a qualidade de ensino em nosso estado e está investido na qualificação dos professores da rede. Ações como esta é que fazem toda a diferença e geram resultados positivos na educação”, complementou a educadora. 

Escolha - A seleção ocorreu em três fases, começando pela avaliação das candidaturas por um comitê constituído por especialistas indicados pela Comissão Fulbright e Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Na primeira fase, foi julgada a proficiência dos professores através da prova do TOEFL. Por último, foram realizadas entrevistas por videoconferência ou telefone, com os candidatos que passaram nas duas primeiras fases, para que fossem escolhidos oito educadores para a etapa internacional.

A secretária de Estado de Educação, Elieth de Fátima Braga, afirmou que a experiência que a professora irá adquirir durante o intercâmbio vai possibilitar um maior desenvolvimento das atividades pedagógicas em sala de aula. “Fico muito feliz com esta iniciativa que vai permitir com que educadores que lecionam o Inglês, possam aprimorar seus conhecimentos e experiências acadêmicas. Aos que não puderam participar desta vez, fiquem atentos aos prazos e não percam a oportunidade de aprimorar ainda mais suas competências e habilidades”, ressaltou.

Vale destacar que o Fulbright existe no país desde 1957 e já levou mais de 4.900 brasileiros para estudar nos Estados Unidos, garantindo aos selecionados a possibilidade de se conectar com pessoas de mais de 160 diferentes localidades do mundo.