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HISTÓRIA E PATRIMÔNIO

Escola Pe. Francisco Berton lança jornal dedicado ao mês da Consciência Negra

Em Belém, o periódico foi desenvolvido por alunos da 1ª série do Ensino Médio, com a supervisão da professora, Tânia Monteiro, de Língua Portuguesa  

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
30/11/2022 12h56

Estudantes da Escola Estadual Padre Francisco Berton, no Tapanã, em Belém, em uma das ações pela 'Consciência Negra'Durante todo o mês de novembro, diversas escolas da rede pública estadual realizaram programações alusivas à Consciência Negra, em todo o Pará. A Escola Estadual Padre Francisco Berton, no bairro do Tapanã, em Belém, inovou ao lançar, na terça-feira (29), um periódico dedicado à causa. 

O jornal escolar “Berton Informado” foi construído por alunos da 1ª série do ensino médio, com o auxílio da professora de Língua Portuguesa, Tânia Monteiro. A iniciativa surgiu como parte das atividades pedagógicas pelo Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. O encarte contemplou vários eixos do Novo Ensino Médio, sobretudo os que se referem à recomposição da aprendizagem e ao Projeto Integrador. 

Inicialmente, durante três meses, os estudantes percorreram os vários gêneros textuais encontrados nas páginas dos jornais, entre eles, a notícia, a reportagem, o editorial, as cartas do leitor, o anúncio publicitário, entre outros. Depois de conhecê-los, partiram para o “mãos às obras” como repórteres.

“Os alunos pesquisaram, entrevistaram, fotografaram e produziram os textos como se estivessem na redação de um jornal de verdade”, explica a professora Tânia Monteiro, que coordenou o trabalho. 

Devido o tema integrador ser a “Consciência Negra”, a pauta jornalística se concentrou nesse assunto, mas não foram esquecidas outras questões de relevância para a escola, como o trabalho desenvolvido pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE), a formatura dos alunos da 3ª série e a importância do Novo Ensino Médio.

Alunas em atividade escolar do projeto que utilizou o jornal impresso como recurso pedagógico Satisfação - A diretora da unidade, Rosana Marques, descreve a sensação em presenciar o envolvimento de toda a escola nas ações de conscientização e empoderamento da comunidade afrodescendente.

“Isso mexe e arrepia o emocional de qualquer gestão. Por isso que fomos mais a fundo neste mês, trabalhando e conscientizando que podemos enfrentar, lutar e, principalmente, se fundamentar nos estudos teóricos, pesquisar a cultura negra e se apropriar da história”, afirmou a diretora.

Rosana Marques disse, ainda, que com o surgimento da Lei nº 10.369, que estabelece como obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, nos espaços de aprendizagem dos ensinos fundamental e médio, oficiais e particulares, reafirma a importância de se discutir sobre o assunto.

“O protagonismo dos jovens através da arte, cultura e educação, a partir de ações semelhantes às que nós realizamos, é uma das maneiras de se combater o racismo cultural e estrutural. Tudo isso evidencia que temos rostos, cores de pele e tipos de cabelo diferentes, mas que no fim o importante é que o respeito prevaleça”, enfatizou Rosana Marques.

A escola informou que o nome do jornal foi escolhido pelos próprios alunos e a iniciativa faz parte das ações  para marcar a data que vem mobilizando toda a escola em torno da temática da cultura afro-brasileira. No lançamento do jornal, outra turma da 1ª série apresentou uma dança de origem africana, sob a coordenação do professor de Artes, Ari Nemer. 

De acordo com a escola, outras turmas do ensino fundamental e médio realizaram atividades sobre a temática, entre elas, a história da escravidão, contação de histórias, além de desfile de beleza negra.

“Agradeço o apoio da diretora Rosana Ribeiro e da coordenadora pedagógica, Vera Silva, que estão sendo fundamentais na condução desse novo momento na escola”, complementou a professora Tânia Monteiro.