Revalida terá etapa de Estudos Complementares no arquipélago do Marajó
Na prática, os médicos formados no exterior e que não obtiverem aprovação no processo de validação terão a oportunidade de refazer as provas, após um ano de aprendizados teóricos e atividades práticas
Em uma iniciativa inédita, a Universidade do Estado do Pará (Uepa), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), com apoio do Governo do Estado, incluiu a etapa de Estudos Complementares no processo de revalidação dos diplomas de médicos formados em instituições estrangeiras, com a oferta de uma bolsa de estudos aos candidatos que não tiverem obtido a nota de corte em uma das etapas do processo de validação.
Na prática, os médicos formados no exterior, que estão participando desta segunda edição do Revalida realizada pela Uepa, e que não obtiverem aprovação no processo de validação, terão a oportunidade de refazer as provas, após um ano de aprendizados teóricos e atividades práticas, que serão desenvolvidas em municípios do arquipélago do Marajó.
Para tratar sobre os termos do convênio a ser firmado entre a Uepa e os municípios marajoaras, o reitor da universidade, professor Clay Chagas, e a coordenadora do Revalida da Uepa, professora Regina Carneiro, estiveram reunidos, na última terça-feira (22), com prefeitos, prefeitas, secretários e secretárias de saúde do arquipélago, com a participação efetiva dos gestores, que elogiaram a iniciativa, ao reconhecerem que ela vai oportunizar a atenção médica nessa região ainda tão carente de profissionais.
De acordo com a professora Regina Carneiro, em algumas universidades os médicos pagam para cursar as atividades complementares, já no caso da ação implementada pela Uepa, após tratativas acordadas entre reitor da universidade, professor Clay Chagas, e o governador do Pará, Helder Barbalho, os médicos poderão ser pagos para se prepararem a uma nova tentativa de validação dos diplomas. A professora também destacou que essa medida também favorece uma futura fixação dos médicos nos municípios.
Clay Chagas fez questão de frisar, durante a reunião on-line, que os médicos que irão atuar no Marajó, são profissionais formados. “Eles apenas necessitam ter os diplomas estrangeiros revalidados, por uma exigência que existe no Brasil, para o exercício da profissão. Além disso, a atuação será acompanhada por tutores e supervisores médicos que também receberão bolsas para realizar este acompanhamento”.
Após a entrega dos diplomas revalidados aos médicos aprovados nas quatro etapas do Revalida, a Uepa lançará o edital dos Estudos Complementares com a convocação de matrícula dos 60 primeiros candidatos que não tiverem sido aprovados. Nesta edição do Revalida, foram 462 inscritos e 120 chegaram à etapa final, que corresponde à prova de habilidades.
Em outubro de 2020, em um momento crítico no cenário pandêmico de Covid 19, a Uepa realizou, pela primeira vez na instituição, o Revalida, um processo que em nível federal é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
“A Uepa realiza este processo de forma muito tranquila e qualificada, desde a primeira vez. E com certeza nos mantemos nessa direção para assegurar nossa credibilidade”, avalia a coordenadora do Revalida.
Texto: Guaciara Freitas/Ascom Uepa