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Sespa capacita médicos para o diagnóstico de morte encefálica

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/06/2018 00h00

Para aprimorar o diagnóstico de morte encefálica no ambiente hospitalar, a Central Estadual de Transplantes, gerida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), realizou nesta quinta-feira, 14, o primeiro curso de capacitação para determinação de morte encefálica, destinado aos médicos que atuam na assistência de paciente em coma nos hospitais do Pará com perfil de atendimento em trauma, neurocirurgia e transplante de órgãos da rede pública e privada.

Realizada no auditório do Hospital Ophir Loyola, a capacitação foi coordenada pelo chefe do serviço de neurologia do hospital, Hideraldo Cabeça, e teve como instrutores os médicos Bruno Lopes e Fernando Pachoal, também do Ophir Loyola, e o neurologista e intensivista Antônio Falcão, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP).

Durante o curso foram abordados diversos assuntos relacionados ao protocolo de morte encefálica, entre eles: fundamentos éticos e legais da determinação da morte encefálica; pré-requisitos; exame clínico; conduta pós-determinação; além de leis, decretos e resoluções que regem o diagnóstico de morte encefálica.

Considerada como obrigatoriedade no ambiente hospitalar, a notificação de morte encefálica agrega alguns procedimentos rigorosos no que tange ao diagnóstico. É necessário que o profissional tenha experiência de no mínimo um ano de atendimento de pacientes em coma e que tenha realizado pelo menos dez determinações de morte encefálica ou feito o curso de capacitação para determinação, conforme a nova Resolução 2.173/2017. “Temos no Brasil a mais rigorosa forma de diagnosticar morte encefálica. São feitos dois exames clínicos e um exame gráfico primordiais para se estabelecer o diagnóstico com segurança”, informou Hideraldo.

O diagnóstico é obrigatório em todos os pacientes com suspeita de morte encefálica e crucial para a doação de órgão. A coordenadora da Central de Transplantes, Ierecê Miranda, explicou que há dois tipos de transplantes: com órgãos doados de uma pessoa falecida e com órgãos doados de uma pessoa viva. “Entretanto, o transplante entre vivos somente pode ocorrer em casos de órgãos duplos, como rins e pulmão, ou quando o órgão se regenera, que é o caso do fígado. Já para o transplante com órgãos de pessoas falecidas é necessária a constatação da morte encefálica, para que haja a doação dos órgãos. Daí a importância da capacitação de médicos para realizarem o diagnóstico de morte encefálica dentro do rigor da lei”, disse Ierecê.

Dados

No Pará são realizados apenas os transplantes de rim, em Belém, Santarém e Redenção, e de córnea, em Belém, Santarém e Castanhal. Em 2017 foram realizados 72 transplantes renais. Até maio deste ano foram 29 transplantes do tipo, com destaque para Santarém, que realizou recentemente o primeiro transplante com doador falecido no interior do Estado.

Quanto à córnea, em 2017 foram realizados 303 transplantes e neste ano 132. Atualmente, 455 renais crônicos aguardam por transplante na fila do rim e 857 por transplante de córnea.

Em relação ao transplante de córnea, vale ressaltar que o Banco de Olhos do hospital Ophir Loyola é o único do Pará que atua na remoção, preservação e avaliação de córneas doadas em consonância com a Central Estadual de Transplantes, que realiza a alocação das córneas nos pacientes em fila de espera, conforme critérios estabelecidos por lei.

A Central Estadual de Transplantes coordena todos os processos de doação, captação e transplantes de órgãos e tecidos; cadastra junto ao Sistema Nacional de Transplantes equipes e estabelecimentos de saúde para realização de transplantes; monitora e supervisiona o Sistema de Lista de Espera, de acordo com a Legislação Federal, sendo que os registros e informações de todo o processo doação-transplante ocorrem on-line com o Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.