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1ª Copa TEA de futebol, promovida pelo Estado, celebra inclusão de crianças com autismo

No clima da Copa do Mundo do Qatar, crianças com Transtorno do Espectro Autista deram show na habilidade com a bola

Por Dayane Baía (ARCON)
19/11/2022 16h31

O evento estimula as habilidades esportivas das crianças, que se prepararam para a competição A 1ª Copa TEA, realizada neste sábado (19) pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) e Federação Paraense de Futebol (FPF), interagiu com o clima de Copa do Mundo e deu show de bola com os times formados por crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Secretário Rômulo Rodovalho ressalta o Pará na vanguarda das políticas de atendimento a pessoas com autismo“O Estado do Pará é um vanguardista nas políticas voltadas à pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Hoje temos a iniciativa de começar uma copa aproveitando o momento esportivo e festivo que o mundo vai viver com a Copa do Mundo. Isso é a continuidade de um processo de inclusão, que é feito pelo Estado dentro de uma política estabelecida. É um momento de inclusão e felicidade para todo mundo”, ressaltou o titular da Sespa, Rômulo Rodovalho.

Nayara Barbalho: "direito de ocupar todos os espaços"Conduzido pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), o jogo envolveu 15 meninos e meninas, na faixa etária de 7 a 11 anos. Nayara Barbalho, gestora da Cepa, reforçou que as pessoas com autismo devem e têm o direito de ocupar todos os espaços. “Assim como fizemos no TEAlentos, que trouxe as habilidades artísticas, precisamos mostrar também para a população que existem habilidades esportivas. E esse é um exemplo no campo do futebol, aproveitando a temática no mundo”, destacou.

A educação física adaptada é uma das técnicas que contribuem para o acompanhamento do autismo. “Fazemos a adaptação do jogo, flexibilização de algumas regras e estrutura de ambientação para que eles possam ter o conforto de estar presentes, dando o exemplo de que é possível”, acrescentou Nayara Barbalho. Os troféus entregues aos campeões da primeira edição da Copa TEA

"Postar no perfil" - Fernando Alexandre Ferreira, 11 anos, que gosta muito de futebol, conta que treinou “um pouquinho em casa. Tentei fazer chapéu, mas não consegui. O jogo foi bem legal. Eu vim agarrar e jogar para outros jogadores. Eu pedi para minha mãe me mandar a foto com a taça, para eu postar no meu perfil”.

Mãe de Alexandre, a dona de casa Fabiane Oliveira da Silva se dedica ao tratamento do filho. “É muito bom ele ter essa atividade. O importante não é competir, é participar. Não importa se ganha ou perde, mas sim que brincou e interagiu. Temos que viver cada instante”, afirmou.

Miguel Fernandes Filho, 10 anos, se preparou na véspera com os amigos da vizinhança para dar o melhor na partida de hoje. “Eu estava brincando na rua de bola e fiquei treinando até estar bom. Esporte é uma coisa muito boa para as pessoas. Gosto de basquete também”, contou o menino.

Daniele Almeida, diretora do Centro Esportivo da Juventude: inclusão pelo futebolArbitragem adaptada - Segundo a diretora do Centro Esportivo da Juventude da FPF, Daniele Almeida, a Copa TEA teve um caráter de inclusão social por meio do futebol. “Para nós, da FPF, é um orgulho estar participando da 1ª Copa TEA porque temos todo um preparo em relação à arbitragem. Quando fomos escalados para participar, imediatamente entramos em contato com a Comissão de Arbitragem do Estado do Pará, que gentilmente nos cedeu dois árbitros. Hoje estamos participando de forma técnica, com uma arbitragem altamente qualificada”, ressaltou.

Katia Rocha, da Seel, destaca a importância das parcerias Katia Rocha, diretora técnica da Seel, acredita que a parceria é indispensável para as políticas públicas de apoio ao esporte adaptado. “Trouxemos voluntários para contribuir com o evento, desenvolvendo estratégias com as particularidades de cada público, para que todos possam vivenciar o esporte e, quem sabe, também participar de competições voltadas e adaptadas para esse público”, disse a diretora.

Admitindo ser apaixonado por futebol, João Arthur Ferreira de Souza, 11 anos, foi responsável pelos dois gols que garantiram a vitória ao time verde. “Eu treino futebol no meu condomínio, e venho desenvolvendo. Desde que entrei aprendi a chutar, fazer gol, como fiz hoje para decidir o jogo. Queria fazer mais. Estava com sede de gol. Quero estar na próxima Copa TEA”, anunciou o menino.

Emocionada, Sara Souza ressaltou as conquistas do filhoAo alcance das mãos - A mãe, Sara Souza, assistiu à partida de João sem conter as lágrimas. “Eu sempre fico emocionada com todas as conquistas do João. Ele é uma criança autista que tem um hiperfoco em futebol. Eu percebi que aqui ele ficou muito feliz porque estava jogando dentro das limitações dele, e se tornou o artilheiro. Isso me deixa muito feliz, porque na vida aprendi que com o autista os meus sonhos têm que estar ao alcance das minhas mãos. E essa Copa TEA está ao alcance das mãos do João”, enfatizou Sara.

Ela destacou ainda a felicidade ao ver o espaço adaptado para receber as crianças. “Estamos vendo que o mundo está se tornando mais inclusivo, de fato. Eu fico muito feliz quando vejo espaços de acolhimento para ele. Espero um mundo melhor para meu filho, onde as pessoas respeitem os limites e entendam que todos nós temos dificuldades, independentemente de laudo e diagnóstico”, avaliou a mãe de João Arthur.