Arquivo Público do Pará promove exposição e palestras no Preamar da Consciência Negra
Ações seguem às 9h30 deste sábado (19) com a palestras das professoras doutoras Barbara Palha e Marley Silva, em Belém
No Abacatal, os estudantes acompanham a mostra do Arquivo Público na escola Manoel Gregório Rosa FilhoAs atividades do Preamar da Consciência Negra seguem intensas dentro e fora dos espaços da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Na quinta-feira (17) e hoje (18), foi a vez do Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) dar a sua contribuição para a agenda do mês da Consciência Negra.
No dia 17, o órgão realizou a exposição “Quilombos ilhas de resistências e de liberdades: Registros documentais do Arquivo Público”, na escola Manoel Gregório Rosa Filho, no Território Quilombola do Abacatal, em Ananindeua. Além dos estudantes, a exposição recebeu visita de toda a comunidade que acompanhou de perto a amostra.
“Essa ação no quilombo de Abacatal foi muito importante, pois os nossos alunos não tinham conhecimento de que existem tantos espaços de resistência como o nosso, os documentos históricos expostos nos dão a ideia de como nossos ancestrais sofreram, tanto negros, como os índios, a sociedade nunca esteve preparada para a abolição dos escravos”, destacou a diretora da Escola, Maria Cardoso.
Nesta sexta-feira, a exposição foi levada também para a Escola Estadual Doutor Freitas, em Belém e foi conferida pela comunidade escolar.
“A montagem da exposição “Quilombos: Ilhas de resistência e de liberdade: Registros documentais do Arquivo Público” na Comunidade Quilombola do Abacatal e na Escola Estadual Dr. Freitas resultou de um esforço que o Arquivo Público vem demonstrando nos últimos anos, de fazer programações que conseguem sair do prédio histórico e ganhar outros espaços e usuários. Além de ressignificar os usos dos documentos históricos que ultrapassam os da pesquisa acadêmica, essa ação colabora para uma representação de luta e de resistência dos indivíduos e grupos negros. O destaque para esses grupos, que foram silenciados e esquecidos pela história, mas que estão registrados nos documentos depositados por este Arquivo Público, funciona como um despertar das memórias e histórias dessas populações que conseguem construir ou ressaltar uma ancestralidade. Acredito que esse caminho é a melhor forma de democratizar as informações e transformar os acervos históricos em instrumento de cidadania”, comentou o diretor do Arquivo Público, Leonardo Torii.
As ações do Preamar da Consciência Negra continuam neste sábado (19), às 9h30, na sede do Arquivo Público, com a palestra “Belém da Independência: Cidade negra e as agências de escravizados para sobrevivência e liberdade” com a professora doutor, Barbara Palha (Seduc). Em seguida, haverá a palestra “Mulheres africanas, liberdade, justiça e nação em Belém (1700 – 1750)” com a professora doutora, Marley Silva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará.