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Secretaria de Saúde realiza evento para orientar municípios a prevenir e combater a doença de Chagas

Encontro reúne técnicos das regionais de saúde e das cidades que são consideradas prioritárias para a doença. De janeiro a outubro deste ano foram registrados 164 casos no Pará.

Por Melina Marcelino (SESPA)
17/11/2022 12h45

No Brasil, principalmente nos estados da Amazônia, o consumo de açaí processado artesanalmente, sem tratamento térmico, tem sido relacionado a casos de doença de Chagas, pela contaminação dos frutos pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido pelo inseto conhecido como "barbeiro". 

Com o intuito de prevenir e combater a doença de Chagas no Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Departamento de Endemias, está realizando nesta quinta (17) e nesta sexta-feira (18), na sede da Escola Técnica do SUS (ETSUS), em Belém, o “Encontro dos representantes Regionais de saúde sobre doença de Chagas: Oficina de epidemiologia e estratégias para seguimento dos pacientes com doença de Chagas”.

Adriana Tapajós é diretora do departamento de Endemias da SespaO evento conta com a participação de técnicos de todos os 13 Centros Regionais de Saúde, 17 municípios prioritários para doença de Chagas além de representantes da FIOCRUZ, Instituto Evandro Chagas e Organização Mundial da Saúde (OMS).

Adriana Tapajós, diretora do departamento de Endemias da Sespa, explica que o encontro é voltado para técnicos das regionais de saúde e dos municípios que são considerados prioritários para a doença de Chagas.

"Quando há um aumento no número de casos, é um alerta pra gente, mas são casos que estamos conseguindo identificar, isso mostra que a nossa rede de vigilância está fortalecida e integrada, garantindo a assistência desses pacientes. E a Sespa segue acompanhando junto aos municípios que estão tendo casos de Chagas".

O principal objetivo do encontro é fazer o planejamento de ações para 2023 para que, de forma integrada, todos os municípios possam alcançar a população e conseguir ofertar a melhor forma de atendimento nos serviços de saúde. 

Eder Monteiro atua como coordenador Estadual de Doença de Chagas da SespaSegundo o médico Pedro Albajar, responsável pelo controle de doenças de Chagas da Organização Mundial de Saúde, avalia que a Amazônia é o lugar do mundo que mais realiza ações para prevenir a doença. "É um privilégio estar aqui, poder estar na região que tem mais casos, mas a é região do mundo que está tendo mais ações de implementação de estratégias de prevenção. Queremos até 2030 diminuir o número de casos de doença de Chagas em toda a Amazônia."

Casos - De janeiro a outubro deste ano foram registrados 164 casos de doença de Chagas no Pará. No mesmo período do ano passado, foram diagnosticados 218 casos da doença.

Para Eder Monteiro, coordenador Estadual de Doença de Chagas da Sespa, o combate e a prevenção da doença de Chagas têm que ser pensados de forma estratégica para cada região. 

"Estamos pensando desde a educação da população que consome e que trabalha com o açaí, que é uma dos frutos que causa a contaminação da doença de Chagas, até a orientação dos profissionais da agricultura e comércio que também trabalham com a questão preventiva", esclarece o coordenador. 

A população também tem papel fundamental na luta contra a doença de Chagas. "A população representa os nossos olhos dentro do município, por isso, todos precisam saber o que é a doença e como se previne. A população pode fiscalizar os pontos que não estão de acordo com os protocolos e deve notificar as Secretarias de Saúde dos munícipios", alerta Éder.

A doença de Chagas tem duas fases, a aguda e a crônica, os principais sintomas são: febre persistente de mais de sete dias, inchaço generalizado, falta de ar, sensação de palpitação no coração e cansaço. Se você ou alguém que você conheça apresentar esses sintomas, deve procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível. 

O tratamento para a doença de Chagas se concentra no uso de medicamentos que matam o parasita e no controle dos sintomas.