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Bioeconomia: um modelo mais sustentável é defendido no Floresta Pará 2022

Além dos debates técnico-científicos, o Floresta Pará 2022, oferece ao público uma pequena mostra de produtos locais no espaço Boulevard das Feiras, no Armazém 3 da Estação das Docas

Por Governo do Pará (SECOM)
10/11/2022 11h05


Alinhados à proposta defendida pela delegação paraense na Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (Cop 27), que terá a participação do governador Helder Barbalho, especialistas das áreas ambientais, socioculturais, educação e da sociedade civil defenderam que é possível e viável, economicamente, o uso mais sustentável dos recursos naturais nas florestas. A ideia foi debatida durante a mesa redonda “Potencial da Bioeconomia da Floresta”, realizada nesta quarta-feira (9) durante o “Floresta Pará 2022”. O evento ocorre na Estação das Docas e segue até quinta-feira (10).

A organização do evento convidou representantes estaduais dos setores de meio ambiente e de linhas de crédito, além de membros da sociedade civil e academia. Para a presidente do Ideflor-bio, Karla Bengtson, os participantes selecionados ampliaram os pontos de vista sobre as ações desenvolvidas dentro do Pará. "Pensamos no Floresta Pará como um evento de amazônidas para amazônidas. Buscamos tornar esse espaço em um amplo debate sobre a sustentabilidade e o modo de produzir", avaliou a presidente.

Camille Bermeguy, diretora de bioeconomia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), uma das palestrantes do encontro, destacou os avanços na política climática paraense obtidos com a criação do Plano de Bioeconomia do governo do Estado do Pará.  “Em 2020, nós iniciamos o questionamento de qual é a bioeconomia que queremos. Não existe um único conceito sobre o que é bioeconomia. O estado do Pará segue dentro do questionamento e traçando ações para o desenvolvimento”.

A participação ativa dos povos para garantir a criação e o desenvolvimento de políticas em defesa da floresta foram apresentados por Ivanildo Gama, representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas. Em seu discurso, ele ressaltou que o acesso às políticas primárias, como comunicação, saúde, emprego e negócios é fundamental. "Existe uma diferença enorme entre fazer para os povos e fazer com os povos. O grande desafio é aplicar os recursos de forma equilibrada entre todos os atores envolvidos. A floresta viva e conservada vai depender de formular ações que fomentem o manejo de produtos florestais”, ponderou Gama.

Destaques - De forma virtual, o engenheiro florestal Aluísio Patrocínio, representante da Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona), participou da mesa e apontou como a bioeconomia e o uso da floresta por moradores da Flona Tapajós vem crescendo a partir do manejo sustentável das atividades madeireira, mas indo muito além.

“Hoje, nós temos atividades em todas as áreas. Identificamos o potencial dos locais e estamos comercializando para empresas. Existem ainda outras atividades, como biojóias e artesanatos, além do forte incentivo ao ecoturismo que tem como base o rio. Tudo isso com o apoio da gestão estadual para gerar renda a partir da floresta em pé”, contou Aluísio.

Karla Bengtson é presidente do Ideflor-BioO papel da academia dentro do processo de construção de uma bioeconomia e o panorama estadual também foi pontuado pelo pesquisador da Universidade Federal no Pará (UFPA), Danilo Fernandes. De acordo com o estudioso, o açaí, a castanha do Pará e o cacau ainda são os principais ativos da cadeia econômica da bioeconomia. “Essa cadeia é produzida aqui e funciona dentro da economia local, nas nossas feiras e centros. Onde a renda é produzida ela fica, e é exportada. A base da produção rural representa 82% do total. Essa é uma economia que já existe, que já mostrou sua capacidade de crescer ainda mais para o desenvolvimento regional”.

O desenvolvimento da bioeconomia a partir de negócios locais foi um dos pontos levantados pelos representantes convidados para compor a mesa. Para pontuar as ações de investimento relacionados às cadeias produtivas sustentáveis, Cindy Ornela, representante do Banco do Estado do Pará (Banpará), apresentou a trajetória da instituição em apoiar iniciativas agroambientais como forma de garantir o manejo sustentável dos recursos.

“Em Capitão Poço, Ourém, nós apoiamos a citricultura, mas não apenas em monoculturas, como a laranja. Ou seja, apoiamos a produção de várias frutas cítricas. Assim como também financiamos a recuperação de áreas degradadas e de eco turismo. Atuamos com financiamentos de até R$ 250 mil e com prazos de financiamento com até 12 anos. A nossa análise leva em consideração a sustentabilidade do negócio”, frisou Ornela.

Além dos debates técnico-científicos, o Floresta Pará 2022, promovido pelo Ideflor-Bio, oferece ao público uma pequena mostra de produtos locais que têm ganhado cada vez mais importância na esteira da bioeconomia. O público poderá conferir e adquirir nos estandes expositivos insumos alimentares, como chocolates, mel e farinha; e opções para saúde e beleza, desde vestuário, adereços e cosméticos derivados do extrativismo sustentável na Amazônia paraense. A exposição ocorre no espaço Boulevard das Feiras, no Armazém 3 da Estação das Docas, de 10h às 22h.

Programação:
16h30 às 18h
Mesa redonda: Estratégias econômicas para produção e conservação em florestas públicas.
Palestrante: Cristina Galvão Alves (SFB) (virtual), Socorro Almeida (Ideflor-Bio) e Jaqueline Ferreira (Instituto Escolhas)
Moderação: Iranilda Moraes (Ideflor-Bio)

20h às 22h
Roda de conversas - Desafios da Engenharia Florestal no Pará - (APEF)

10 de novembro - (quinta-feira)

8h30 às 10h - Mesa redonda: Floresta e produção: bens e serviços.
Palestrantes: Maria Tereza Uille (Instituto Clima) e Milton Kanashiro (Embrapa) e Yago Borges (Semas)
Moderação: Gil Mendes Sales (Ideflor-Bio)

10h30 às 12h
Painel: Produtos madeireiros da floresta: diversidade, produtividade, produção e mercado.
Palestrantes: Deryck Martins (Fiepa), Murilo Souza Araújo (Unifloresta) e Daniel Bentes (Confloresta)
Moderação: Gracialda Ferreira (Ideflor-Bio)

14h às 16h
Painel: Mineração, Desmatamento e Mudanças Climáticas.
Palestrante: Tasso Mendonça Jr. (ANM), Luis Maurano (INPE) (virtual) e Lise Tupiassu
(UFPA) (virtual)
Moderação: Marcelo Moreno (Semas)

16h30 às 18h
Mesa redonda: Restauração Florestal
Palestrante: Mayra de Nazaré Barral das Neves (Hydro), Marcelo Arco-Verde (Embrapa
Florestas) (virtual) e Ima Célia Vieira (Mpeg)
Moderação: Walmer Bruno Martins (Ufra)

Programação cultural
08/11 - DANÇA - 18h
Grupo/artista: DANÇART (Companhia de dança de Marituba – Espetáculo Amazônia)
Imaginária.

09/11 - MÚSICA - 17:30h
Grupo/artista: Mário Mousinho e Banda - Canções Amazônicas

10/11 - MÚSICA - 17:30h
Trio Manari e Andrea Pinheiro - Sons da Floresta