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Santa Casa é referência no atendimento de fissura de lábio e de palato

Prédio ganhou novo espaço de reabilitação, oferecendo maior qualidade no tratamento dos usuários

Por Carol Menezes (SECOM)
08/11/2022 12h05

Realizados há quase 15 anos, os atendimentos de reabilitação a pacientes fissurados no estado ganharam um espaço bem maior e mais adequado no final do mês passado dentro da Fundação Santa Casa do Pará, em Belém. Os tratamentos hoje são realizados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e dentro do Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (SFAC), chegando a receber até cinco casos novos por semana, para além das 20 novas vagas de consultas abertas semanalmente em diferentes especialidades. 

A fonoaudióloga Déborah Costa, responsável técnica do SFAC, conta que atualmente o espaço conta com 17 profissionais para atendimento exclusivo de fissurados, dentre cirurgiões plásticos, odontólogos e psicólogos, além de fonoaudiólogos.

"O serviço foi crescendo, evoluindo, tanto em quantidade como na qualidade. Começamos a observar que a maioria dos pacientes precisava fazer um acompanhamento audiológico, passamos a precisar de mais equipamentos, de mais aparato na parte odontológica. Com o novo espaço, hoje dispomos de tratamento completo para os nossos usuários", relata.

Complexidade - Engana-se quem pensa que quem tem algum tipo de fissura, seja labial ou seja no céu da boca, precisa apenas de cirurgia. Esta é apenas uma das etapas de um tratamento, que pode começar no início da vida e se estender até a adolescência.

"O ideal é que a gente receba o paciente assim que ele nasce, isso pode contribuir para que tenhamos os melhores resultados. Mas uma de nossas principais preocupações envolve a alimentação. Por vezes recebemos pacientes do interior que vêm de ambulância só para receber essa orientação. Hoje, o uso da sonda alimentar pode não ser necessária se a criança não tiver alguma comorbidade, se for apenas uma fissura isolada. Naquele primeiro contato a gente conversa bastante com a mãe, que vai passar com a fonoaudióloga para receber todas as orientações sobre alimentação, vai passar com a nossa psicóloga também para receber suporte", detalha Deborah.

Quando a fissura é apenas labial, a alta pós-cirúrgica pode acontecer logo, mas o mesmo não é possível quando a fissura é lábio palatal - nesta segunda condição, a primeira das cirurgias só pode ser realizada a partir de um ano de vida da criança.

"Pacientes que têm a cavidade oral se comunicando com a cavidade nasal vão precisar de um longo trabalho para conseguir, posteriormente, ter uma qualidade vocal, uma qualidade de fala" justifica a fonoaudióloga. O trabalho de fala é feito de forma gradual, respeitando o crescimento e o desenvolvimento do paciente. 

Melhorias - Deborah Costa confirma que, com a abertura do novo espaço de reabilitação, o tratamento dos usuários teve ganhos em qualidade.

"O paciente fissurado não vai chegar, operar e ir embora. Ele fica em acompanhamento, então, com essa demanda crescendo a gente começou a observar que a nossa sala de espera, que era toda organizada, com brinquedoteca, começou a não comportar mais todo mundo. Hoje temos uma equipe que dá conta de atender essa demanda, e com um espaço físico mais adequado, com mais consultórios, temos também melhores equipamentos de exames audiológicos de primeira geração, um centro especializado odontológico, serviço de otorrino específico, bem como de pediatria", explica.

A aposentada Maria do Socorro Dias Monteiro mora em Tomé-Açu, no nordeste paraense, com o neto Felipe Walace, de 14 anos, e uma vez por mês eles vêm à capital para que o garoto faça acompanhamento na Santa Casa. "A gente vem desde que ele era criança, ele nasceu prematuro em Tomé-Açu e aqui em Belém foi que descobriram a fissura no palato. Chegou a precisar de traqueostomia e sonda, mas hoje está bem. Ele sempre passa por aqui pelo atendimento de fono, psicologia e odonto, e o hospital é uma maravilha. Ele tem vontade até de vir porque gosta, o tratamento é muito bom", relata ela.

Serviço: O Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (SFAC) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) foi implantado em 2018 e possui aproximadamente mil pacientes cadastrados, de recém-nascidos a idosos, da Região Metropolitana de Belém e interior do Estado. 

O serviço de referência da Santa Casa realiza 680 atendimentos ambulatoriais por mês, atendendo os pacientes de forma integrada, como uma equipe multiprofissional que inclui médicos especialistas em cirurgia craniofacial, cirurgia plástica, otorrinolaringologia e pediatria, além de fonoaudiólogos, odontólogo, técnico em saúde bucal, nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeira, técnica de emergência e técnico administrativo. O atendimento ambulatorial é realizado de segunda a sexta, no turno da tarde.