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Patrimônio audiovisual preserva a história gravada por diferentes tecnologias

No Pará, o Museu da Imagem e do Som (MIS) é o responsável pela preservação de materiais audiovisuais

Por Dayane Baía (ARCON)
27/10/2022 08h34

Dayseane Ferraz mostra como material é acondicionado em ambientes com condições especiaisCinema, televisão, fita cassete, DVD, arquivo digital. Cada mídia reflete a tecnologia de uma ou mais épocas. Do mesmo modo, as câmeras filmadoras passaram por transformações ao longo dos anos até chegar a dispositivos audiovisuais como o aparelho celular.

O que não muda entre esses elementos é o valor de registro e memória da sociedade, a partir de sons e imagens. Por isso, em 27 de outubro, celebra-se o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, data instituída pela UNESCO e que reforça a importância de salvaguardar imagens em movimento.

No Pará, o Museu da Imagem e do Som (MIS) é o responsável pela preservação desses materiais. Idealizado pela escritora e jornalista paraense Eneida de Moraes, o espaço foi inaugurado há 49 anos e é vinculado ao Sistema Integrado de Museus da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). 

Mídias abrigam dados e parte da história cultural do estadoPara o titular da Secult, Bruno Chagas, o audiovisual se tornou uma grande referência da preservação e conservação da memória não somente do povo, mas da nossa própria identidade e história. “O audiovisual é um expoente dinâmico e vibrante, e que o estado do Pará tem como raiz, dentro da sua formação cultural e artística e o Museu da Imagem e Som tem honra de ser grande guardador dessa memória e da preservação da memória do audiovisual do Pará. O Governo do Estado tem a honra de administrar um equipamento que cuida desta memória e preserva a identidade e história do povo do Pará”, comenta o secretário.

Este ano, passou a funcionar nas instalações do Palacete Faciola, em Belém, entregue em junho pelo Governo do Pará. “O patrimônio é muito importante para que formemos a compreensão da nossa história, da nossa identidade. Somos o que somos como seres humanos cidadãos, porque temos uma construção até aqui. O patrimônio é importante para compreender o hoje, compreender o passado, e entender quais são os passos a seguir para o futuro”, destaca Tainah Jorge, diretora do MIS.

De acordo com a gestora, o acervo do MIS começou a partir da chegada da televisão nos anos 1950. “A obra audiovisual tem um recorte fotográfico e cênico, em que compreende um pedaço da história, como as vestes, o comportamento, e a cultura. Então, o MIS tem a responsabilidade de salvaguardar o acervo audiovisual de maneira apropriada e mediá-lo para que a sociedade possa se apropriar disso”, acrescenta Tainah.

Estar em novas instalações é um grande ganho para essa proteção. De acordo com a diretora, o Palacete Faciola é um presente para a cidade e para o estado e com ele o MIS passa a ter melhores condições para tratamento e exibição do acervo. “Ter um espaço para a mediação, melhor acondicionamento desse acervo, com salas melhor distribuídas, tem um espaço para exibição. E a sociedade deve aproveitar. Estamos de portas abertas, esperamos que universitários, professores, escolas nos procurem solicitando ações aqui dentro”, destaca.

Dayseane Ferraz, pesquisadora do Sistema Integrado de Museus da Secult, explica que existe todo um trabalho para a preservação do acervo que inclui 20 coleções que oportunizam a pesquisa e produção de conhecimento, bem como contribui para produções culturais a partir de seus acervos. São registros fílmicos em películas (8, 16 e 35 mm), VHS, DVD, Betacam, dentre outros formatos que dão conta da produção pioneira e contemporânea do audiovisual paraense e nacional.

“Nos bastidores, os museus trazem todo um suporte de tratamento para que a atividade final seja a publicização desse acervo, seja na exposição, livro, catálogo. Esse tratamento técnico consiste em catalogação, organização, higienização, salvaguarda do acervo, medidas de preservação. Temos, por exemplo, duas grandes coleções que são as do Líbero Luxardo, e a dos cine jornais do Milton Mendonça. O tratamento dessas películas consiste nessa refrigeração 24 horas, na digitalização desse acervo, para que ele vá ser exibido em exposição”, comenta Dayseane Ferraz.

Visitar o MIS e se deparar com obras que ajudou a concretizar é uma sensação gratificante, para a produtora executiva audiovisual Indaiá Freire. Ela atuou na na produção do curta-metragem ‘Chama Verequete’, que faz parte do acervo do Museu. 

“Eu fico muito feliz, a gente trata a memória no Brasil de uma forma às vezes não muito correta como deveria tratar. Então, esse filme a gente fez em 2001, em película, que era uma dificuldade muito grande. Por isso a possibilidade de estar aqui para que outras pessoas vejam e conheçam esse Mestre do Carimbó, que já faleceu e é muito importante para a memória musical e cultural do estado do Pará, é uma felicidade grande. Saber que outras gerações podem ter acesso a esse material que é riquíssimo porque preservou este mestre, contando um pouco a sua história”, comenta Indaiá.

 

Serviço

Museu da Imagem e do Som

Palacete Faciola, - av. Nazaré, 194 – Nazaré

Horário de Funcionamento: 9h às 17h