Estado apoia municípios no 'Dia D' da vacinação contra a poliomielite no Pará
A campanha foi antecipada para facilitar o acesso das famílias aos postos de vacinação, a fim de evitar a volta de uma doença que causa sequelas irreversíveis
Pais levaram as crianças para tomar a dose de saúde necessária para evitar a volta da poliomieliteA Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) promoveu em todo o Pará neste sábado (22) o "Dia D" da Campanha de Vacinação Contra a Poliomielite, doença conhecida como paralisia infantil. Todos os 144 municípios foram instruídos a intensificar as estratégias de imunização, quando possível aumentando o número de locais de aplicação da vacina e a quantidade de profissionais disponíveis para a campanha.
A ação é alusiva ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite - 24 de Outubro. Pensando em facilitar o acesso das famílias aos locais de vacinação, a Sespa antecipou o “Dia D” para este sábado.
A iniciativa de intensificar a imunização contra a doença é fundamental para a ampliação da cobertura vacinal contra a poliomielite no Pará. Para o Ministério da Saúde, a meta é atualizar a imunização de 95% das crianças abaixo de 5 anos em todo o Brasil. O Pará, atualmente, registra 47,18% do público-alvo vacinado contra a paralisia infantil.
Pontos de vacinação - Além de intensificar em todo o Estado os esforços para garantir a saúde das crianças, apoiando os municípios (responsáveis pela aplicação dos imunizantes), a Sespa ofertou vacinas em diferentes pontos de Belém e de outros municípios da Região Metropolitana.
A equipe da Secretaria esteve vacinando na unidade móvel instalada ao lado da Basílica Santuário de Nazaré, em uma carreta do Projeto TerSaúde (vinculado ao Programa Territórios pela Paz – TerPaz) em Icoaraci e nas escolas estaduais Waldemar Henrique, no Bengui, e Princesa Isabel, no bairro do Atalaia.
Presente na unidade móvel ao lado da Basílica, a chefe da Divisão de Imunização da Sespa, Jaíra Ataíde, fez um balanço sobre a campanha de vacinação. “O movimento na unidade móvel foi acima das nossas expectativas. Espero que seja uma amostragem do sucesso da campanha em todos os munícipios do Estado. A campanha não acaba hoje. Os postos continuam vacinando até 31 de outubro. Contamos com as famílias para manter a pólio erradicada no nosso Estado”, ressaltou. A unidade móvel ao lado da Basílica Santuário de Nazaré reforça as ações de imunização até este domingo (23)
A unidade móvel ao lado da Basílica funcionará até este domingo (23), encerrando o atendimento as 17 h, devido ao final da quadra nazarena. Além da vacina contra poliomielite, foram aplicados outros imunizantes na manhã deste sábado.
Proteção - Renata Rodrigues, autônoma, levou os três filhos à unidade móvel. Nicolas, Nina e Davi atualizaram as carteiras de vacinação com as doses oferecidas. Davi, 10 anos, recebeu a vacina contra HPV (Papilomavírus Humano), disponível para crianças entre 9 e 14 anos. Já Nina, 3 anos, e Nicolas, 1 ano, receberam as vacinas contra poliomielite e a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
“Fiquei sabendo sobre a campanha nas redes sociais e vi a necessidade de deixar meus filhos protegidos contra essa doença erradicada, mas que corre o risco de voltar se não cuidarmos da vacinação de nossas crianças”, afirmou Renata.Proteção em gotas: responsabilidade dos pais garante infância livre de doenças que podem ser evitadas com a vacinação
Combate à negligência - A poliomielite é considerada uma doença erradicada no Brasil desde 1994, mas a vacinação continua sendo fundamental para manter o País nessa condição. No entanto, muitas famílias em todas as unidades da Federação vêm negligenciando a proteção das crianças, não dando a devida importância à imunização e à gravidade da paralisia infantil.
Alguns países já registram o retorno da doença, principalmente na Ásia e África. Nos Estados Unidos e no Reino Unido já foram encontradas amostras de água contaminada pelo vírus da pólio, por isso ambos intensificam as campanhas de vacinação.A unidade móvel também oferece vacinas para adultos
Outro fator crucial para a baixa cobertura vacinal contra a poliomielite é o crescimento de movimentos contra as vacinas e a divulgação de notícias falsas (fake News) sobre a vacinação, o que só atrapalha o País a alcançar a meta de cobertura vacinal.
O Brasil tem uma história importante no combate a doenças por meio da vacinação. O imunizante contra a paralisia infantil é utilizado no País desde os anos 1960, e foi fundamental para mudar a realidade de gerações que se acostumaram a ver pessoas convivendo com sequelas da doença, como as atrofias musculares, principalmente nas pernas.
Texto: Edilson Teixeira - Ascom/Sespa