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Projeto Julho Amarelo faz alerta sobre as hepatites virais no Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
24/06/2018 00h00

De 2015 a 2017, 221 pessoas morreram vítimas de insuficiência hepática causada por hepatites virais no Pará. Para mudar esse cenário é que a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) mantém desde 2013 o Projeto Julho Amarelo, com o objetivo de intensificar as ações de prevenção, de informação sobre as hepatites, assim como oferecer a testagem rápida para o diagnóstico das hepatites virais B e C em diversos municípios paraenses. Todas as atividades são alusivas ao Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, comemorado no dia 28 de julho.

As hepatites virais são inflamações do fígado causadas por cinco diferentes tipos de vírus: A, B, C, D e E. As hepatites B, C e D são transmitidas por sangue contaminado, relação sexual desprotegida e da mãe infectada para o filho na hora do parto. As hepatites B e C são consideradas as mais graves porque podem evoluir para cirrose ou câncer de fígado, sendo que a hepatite D só ocorre em quem tem hepatite B.

Já as hepatites A e E são transmitidas por água ou alimentos contaminados por fezes com os vírus, sendo que a hepatite A pode ser transmitida também por sexo oral sem preservativo.

Por serem doenças silenciosas, na maioria das vezes não apresentam sinais e sintomas, mas, quando se manifestam, o indivíduo pode apresentar fadiga, falta de apetite, enjoo, vômitos, urina escura, fezes esbranquiçadas, pele e olhos amarelados (icterícia), dor no estômago e diarreia.

Segundo a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, as hepatites virais representam um grave problema de Saúde Pública que afeta todos os continentes. “Para se ter uma idéia da gravidade da situação, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que existem 170 milhões de pessoas infectadas com hepatite C e 350 milhões com hepatite B em todo o mundo. E em 2018, de janeiro até agora, no Pará, já foram notificados 12 óbitos por insuficiência hepática causada por hepatites virais”, informou a coordenadora estadual. 

Conforme Cisalpina, além de ações de caráter educativo e preventivo, a Sespa tem trabalhado para a descentralização do diagnóstico e do tratamento e hoje além da Região Metropolitana já é possível fazer o diagnóstico e ter acesso ao tratamento em Barcarena, Santarém, Marabá, Tucuruí , Abaetetuba e Parauapebas .

Em 2018, as ações começaram no mês de maio e testes vêm sendo realizados em diversas ações externas, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e Serviços Assistência Especializada (SAEs), hospitais e Unidades Básicas de Saúde. No mês de julho, haverá ações em Belém, Bragança, Barcarena, Abaetetuba, Santarém, Marabá, Parauapebas, Cametá, Baião, Igarapé-Miri, Augusto Corrêa, Salinópolis, Peixe-Boi, Soure, Salvaterra e Acará, com intensificação nos municípios com balneários mais procurados pela população.

Para Cisalpina, os testes rápidos são importantes para o diagnóstico precoce das hepatites B e C possibilitando o encaminhamento do paciente para realização de exames confirmatórios e início imediato do tratamento se for o caso, uma vez que são doenças silenciosas, ou seja, seus sinais e sintomas, na maioria das vezes, só aparecem quando já estão em estágio avançado. “Os pacientes com resultado positivo são encaminhados para consulta médica de acordo com o fluxo estabelecido pelo município”, observou a coordenadora.

As ações preveem a distribuição de panfletos educativos com orientação estimulando a população a ter cuidado com os alimentos e água consumida, realizar a testagem rápida para hepatites B e C  e tomar a vacina para hepatite B, além da  distribuição de preservativos masculinos, já que a hepatite B também pode ser transmitida pela relação sexual e é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST)

Prevenção - As principais medidas preventivas contra as hepatites B, C e D são: evitar contato com sangue, não compartilhar objetos perfurocortantes; usar material individual e esterilizado em tatuagens, piercings e serviços de manicure; e usar preservativo em todas as relações sexuais; e as gestantes também devem fazer o teste no pré-natal e tomar as três doses de vacina para hepatite B se nunca foram vacinadas.

Para evitar as hepatites A e E, as principais medidas preventivas são: lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, antes de comer ou preparar alimentos; lavar frutas e verduras com água tratada, clorada ou fervida; cozinhar bem os alimentos, principalmente mariscos e carne de porco; não tomar banho ou brincar em valões, riachos, enchentes ou perto de onde haja esgoto a céu aberto.

Existe vacina contra a hepatite B disponível nos postos de saúde para as pessoas de todas as idades e também vacina contra a hepatite A para as crianças de 12 meses até cinco anos de idade. Quem toma vacina contra a hepatite B fica protegido com a hepatite D. Ainda não existe vacina contra a hepatite C.

Serviço: Os testes rápidos estão disponíveis nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), nas Unidades Básicas de Saúde.