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SAÚDE PÚBLICA

Hospital Ophir Loyola volta a realizar exame para diagnóstico de fístula liquórica

Com a cisternotomografia, especialistas investigam o problema e podem decidir se o melhor tratamento é clínico ou cirúrgico

Por Governo do Pará (SECOM)
23/06/2022 14h28

Uma paciente com quadro de meningite foi submetido, no Hospital Ophir Loyola (HOL), ao exame de cisternotomografia, no início de junho. O procedimento, já realizado em outras ocasiões pela instituição, não é tão recorrente no Sistema Único de Saúde (SUS), mas foi necessário para investigar as causas do surgimento de uma fístula liquórica espontânea. Identificada a lesão, o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.

A fístula é um canal que liga duas estruturas, as quais normalmente não deveriam estar interligadas. A formação pode servir de porta de entrada para infecções constantes e, por vezes, graves. No caso da paciente, a comunicação anômala não deveria existir entre o líquido cerebroespinhal (líquor que banha o cérebro), e a cavidade nasal, o que promovia a ligação da parte externa com o espaço subaracnóideo.

As fístulas podem surgir após um trauma, como as fístulas liquóricas traumáticas. No entanto, quando aparecem de forma espontânea, é preciso verificar se há hipertensão intracraniana ou outro problema que ocasione a saída do líquor pelo nariz, como é mais comumente relatado. “O objetivo do exame é pesquisar a origem de uma fístula liquórica. O líquor é um líquido que circula no nosso organismo pelo crânio e coluna. Alguns pacientes podem, de maneira espontânea, ou por causa traumática, perder o líquor pela região nasal, por exemplo”, informou o neurorradiologista Ricardo Rogério.

Durante o procedimento, é feita a punção lombar para a injeção do contraste e posterior aquisição da imagem. O processo é concluído em poucos minutos na Divisão de Diagnóstico por Imagem (DDI). Não é exigido preparo especial, mas a cisternotomografia apresenta uma peculiaridade, que dificulta ser realizada com mais frequência pelo SUS: é necessário que as duas frentes, neurorradiologia e neurocirurgia, atuem simultaneamente.

A Superintendência do Instituto de Neurologia do HOL conta com equipe altamente especializada para a realização deste e de outros procedimentos mais complexos. O objetivo é investigar o trajeto da fístula liquórica que, na maioria dos casos, tem localização exata evidenciada. “Cerca de 70% dos pacientes têm trajeto bem documentado no exame. Não conseguimos identificar os outros 30%, pois infelizmente o débito da fístula pode estar baixo, o que dificulta a identificação do trajeto. A paciente submetida ao procedimento apresentou diagnóstico de fístula liquórica espontânea e deu entrada na instituição com quadro de meningite, que foi facilitada pela presença da fístula”, explicou Ricardo Rogério.

Sintomas - Além do líquido expelido pelo nariz, o paciente pode sofrer com dores na cabeça e ficar mais suscetível a infecções. Por se tratar de um episódio pontual relatado pela paciente assistida no HOL, a equipe médica optou por dar seguimento ambulatorial. Contudo, caso ocorra novamente o fato clínico compatível com a fístula liquórica, poderá ser feita uma reprogramação de internação para uma possível abordagem cirúrgica.

Os profissionais envolvidos no procedimento são médicos radiologistas e das áreas da neurocirurgia e neurologia. “O hospital já realizou anteriormente este tipo de procedimento. Existem outras instituições no Pará que também podem realiza-lo. O importante mesmo é ter experiência na realização do exame, desde a execução à interpretação”, ressaltou o neurorradiologista Ricardo Rogério.

Texto: Ellyson Ramos – Ascom/Hospital Ophir Loyola