Ophir Loyola alerta para os cuidados com a saúde digestiva para evitar o câncer colorretal
O Dia Mundial da Saúde Digestiva é comemorado em 29 de maio. A data tem o objetivo de mobilizar e orientar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças do aparelho digestivo. Segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia, 20% da população mundial sofre de algum tipo de problema intestinal, e 90% não procuram orientação médica e se automedicam. Uma dessas doenças é o tumor gastrointestinal, um tipo de câncer que se desenvolve no sistema digestivo e pode afetar esôfago, estômago, fígado, intestino delgado, intestino grosso e reto.
De acordo com o cirurgião digestivo do Hospital Ophir Loyola (HOL), Luiz Nazareno Moura, os sinais e sintomas dependem da localização da lesão no trato digestivo. “No trato alto piroretroesternal pode ocorrer queimação, sangramento, dificuldade de engolir, dor ao deglutir, empachamento e distensão gástrica. Em relação ao trato baixo, dor abdominal, diarreia, sangramento via baixa, distensão abdominal, presença de massas abdominais. De uma forma geral, os sintomas são falta de apetite, cansaço fácil e anemia e também podem ser confundidos com doenças benignas”, ressaltou.
O especialista ainda alerta sobre a necessidade de consultas periódicas e realização dos exames de endoscopia digestiva alta e colonoscopia a partir dos 45 anos. “A realização desses exames é imprescindível para a investigação de lesões pré-malignas que podem ser tratadas por este método. O avanço tecnológico permite o tratamento precoce de lesões antes de se transformarem em lesões malignas, são alternativas significativas para a saúde do aparelho digestivo”, explicou Nazareno.
As doenças começam na parede dos órgãos junto às camadas musculares. Entre as principais enfermidades gastrointestinais está o câncer de cólon e reto. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam que neste ano serão diagnosticados 20,5 mil novos casos em homens, e mais de 20,4 mil em mulheres. A identificação em estágio inicial da doença diminui significativamente os índices de morbidade e mortalidade.
Paulo Carvalho, 60 anos, morador de Abaetetuba, está internado no HOL em preparação para cirurgia de remoção do tumor de cólon e reto. "No início, quando descobri a doença fiquei com vergonha, muito triste e não aceitava. Toda vez que me alimentava, precisava ir urgente ao banheiro. Isso começou no final do ano passado, então procurei um posto de saúde e eles começaram a investigar. Solicitaram uma colonoscopia, foi feita biópsia e me encaminharam para cá para o hospital", contou Paulo.
Os fatores podem ser genéticos, mas hábitos nocivos como fumar, ingerir bebidas alcoólicas e o sedentarismo podem levar ao surgimento desse tipo de tumor maligno. Conforme a chefe da nutrição do HOL, Maria Cecília Guimarães, para manter uma boa saúde digestiva, é recomendado ingerir água em abundância, consumir diariamente vegetais, frutas e grãos. “Sempre evitar alimentos gordurosos e não consumir carne vermelha em excesso. Também é necessário mastigar bem os alimentos, controlar o estresse, praticar atividade física e não ingerir líquidos junto com as refeições”, destaca.
Outro fator de risco que leva a saúde digestiva a ter sérios problemas é a obesidade. “O excesso de peso é um dos principais riscos para o surgimento de lesões e tumores. Isso sem falar nas doenças cardiovasculares, renais e do sistema nervoso central. O exemplo claro, é no fígado que pode ocorrer a infiltração gordurosa causados por diversos transtornos”, alerta a nutricionista.
Além disso, Maria Cecília chama atenção para a alimentação de pacientes com tumores gastrointestinais. “Existem alimentos que não podem ser ingeridos por esses pacientes, como alimentos ultraprocessados, tempero completo, refeições com excesso de gordura hidrogenada e gordura saturada”, completou.
Texto: Viviane Nogueira - Ascom Hospital Ophir Loyola
