Pará é tema de painel durante Fórum Econômico Mundial
Evento acontece até amanhã, em Davos, e reúne mais de 2 mil líderes mundiais
A Amazônia, com toda a sua riqueza de recursos naturais e a tradição de seus povos, foi o tema da sessão principal desta quarta-feira, 25, durante o Fórum Econômico Mundial, que é realizado até amanhã, 26, em Davos, na Suíça. O Governador do Pará, Helder Barbalho, foi quem apresentou o painel ‘Parcerias Subnacionais para a Amazônia’. Subnacionais é uma denominação de estados federados como o Pará. O painel aconteceu na sala Jakobshorns, do Congress Centre.
Os temas discutidos durante o Fórum Econômico Mundial podem direcionar os próximos passos das principais economias do mundo, sendo uma oportunidade para dialogar e atrair investidores. Durante a apresentação, o governador abordou as oportunidades de negócios que o Pará oferece, os desafios a serem vencidos, as políticas públicas que já estão em implementação para o desenvolvimento sustentável, promoção da Bioeconomia e o combate ao desmatamento.
“O grande desafio é a conciliação. Pessoas precisam de emprego, de renda e de oportunidades. Desenvolvimento, vocações que são pilares da nossa economia. E a floresta em pé precisa ter uma nova dimensão de valor para o planeta. Se nós conseguirmos pegar estes três eixos, consorciá-los e viabilizar este novo modelo, estaremos em um caminho pavimentado para vencer esta guerra”, afirmou o governador Helder Barbalho.
O Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) e a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (PEMC) são alguns dos principais instrumentos para a transformação da economia no Pará. O objetivo é garantir o uso da terra de forma sustentável e com mais eficiência por meio de ações que reduzam o desmatamento, e que caminham em paralelo com iniciativas que fomentam a renda, a sustentabilidade, mantenham a floresta de pé e que colaboram para a diminuição das emissões de carbono na atmosfera.
As medidas já refletem em resultados positivos. Dados do sistema DETER, levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que os alertas de desmatamento no Pará reduziram em 11%, de acordo com o calendário Prodes. O levantamento compara o período entre agosto de 2020 a abril de 2021 e agosto de 2021 a abril de 2022.
“O maior Estado emissor de gases efeito estufa está reduzindo o seu desmatamento, portanto, nós temos definitivamente algo que está acontecendo. Agora, se por um lado é ativo, nós temos outro desafio. Nós não temos pernas para a dimensão do nosso Estado. Nós precisamos dar escala para isso. Nós compreendemos que o poder público tem uma dimensão na capacidade. Mas, se nós tivermos a atração de players da dimensão dos senhores e daqueles com quem os senhores dialogam, os segmentos que os senhores representam, esta escala acontecerá e aí nós nos transformaremos não num case local, nós nos transformaremos num case mundial. Daí a importância desta explanação aqui no Fórum”, ressaltou o governador do Pará, Helder Barbalho, durante palestra aos presentes. Na linguagem de mercado , players se refere a grandes investidores que são donos de capital capaz de mudar a perspectiva na região que escolhem representar).
Durante os cinco dias de Fórum, aproximadamente 2.500 líderes mundiais dialogam para enfrentar questões globais e propor soluções para os desafios mais urgentes do mundo, a exemplo da pandemia da Covid-19, a guerra na Ucrânia, choques geoeconômicos e mudanças climáticas. O evento oferece um ambiente único para se conectar, trocar ideias, obter novas perspectivas, avançar em soluções e oferecer oportunidades. Também nesta quarta-feira, o governador participou do diálogo “Um novo Caminho para a Bacia Amazônica”.
Para o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Mauro O’de Almeida, a exposição do que o Pará tem a oferecer poderá culminar em novos investimentos para aliar desenvolvimento com sustentabilidade. “A programação foi muito produtiva. A apresentação (do governador) foi muito boa e deve haver desdobramentos que podem resultar em novos investimentos que vão ao encontro dos nossos objetivos, sendo um modelo sustentável de desenvolvimento que valoriza a floresta em pé e colaborem na redução dos gases efeito estufa”, avaliou.
Também participam do Fórum Econômico Mundial o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida, o secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos e Clima, Raul Protázio Romão, o coordenador de Relações Internacionais, Everton Vieira Vargas, e a diretora de Bioeconomia, Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais da Semas, Camille Bendahan Bemerguy.