Negociação para solução de conflitos é tema de curso na Semas
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) promove de terça-feira (17) a quarta (18) o curso "Meios Adequados de Solução de Conflitos com Foco na Negociação", ministrado pelo professor Denis Moreira, advogado da União. O evento é realizado pela Diretoria de Gestão Administrativa e Financeira (Dgaf) e pela Consultoria Jurídica (Conjur) da secretaria, com a participação de aproximadamente 25 servidores.
O seminário foi desenvolvido em quatro módulos e no primeiro foi abordada a teoria do conflito e modos de resolução, com foco no embasamento teórico e nas várias formas de resolução de conflitos e conciliação ambiental. O tema seguinte foi o fator humano do conflito, desenvolvido com o objetivo de trabalhar, a partir de ciências comportamentais, fatores que influenciam o processo de negociação.
Para Denis Moreira, um órgão como a Semas, que defende o interesse de vários setores da sociedade em diversas áreas, é fundamental uma preparação adequada de seus técnicos, para que o processo de negociação possa ser realizado baseado em técnicas adequadas e não apenas de forma intuitiva. "Negociação, ao contrário do que muita gente acha, não é algo intuitivo, existem muitas técnicas. Faz uma diferença muito grande você sentar numa mesa de negociação com domínio de técnicas, de abordagens, e ir despreparado. Quando você está num órgão tão estratégico quanto a Semas, que cuida de interesses de toda a sociedade, não convém que você coloque negociadores sem qualificação para isso. Então, o curso propõe ajudar nesta capacitação, trazendo ferramentas e técnicas que ajudam os conciliadores da Semas a sentar numa mesa de negociação devidamente qualificados." Para o palestrante, é fundamental uma abordagem multidisciplinar. "Trazemos um pouquinho da área comportamental, da parte de linguística, trabalhamos a comunicação não violenta, usamos a principal escola de negociação, que é a escola de Harvard e várias abordagens, é uma combinação de técnicas para uma formação bem completa."
Em seguida, foi desenvolvida uma dinâmica entre os participantes, o "jogo do ultimato", em que objetos de "alto valor" (moedas de chocolate e bombons de menta) foram ofertados aos servidores. A turma foi separada em grupos e cada grupo pôde pegar para si a quantidade que desejasse. Em seguida, os grupos escolhiam quantidades de moedas para oferecer umas às outras. Se a oferta fosse aceita, a negociação acabava. Se não houvesse acordo, ambas as equipes perdiam todas as moedas.
"Na negociação deve haver um equilíbrio e é preciso calibrar esta lógica. Quando uma proposta é injusta gera sentimento de vingança, uma das partes se sacrifica para se vingar da outra parte. Por isso, a negociação às vezes cai em um desastre", comentou Denis Moreira.
No segundo dia de curso serão trabalhados os principais conceitos e teorias de negociação, como a teoria da negociação linear, conceitos e fatores negociais, e ferramentas de planejamento estratégico e mapeamento geral do conflito e dos fatores de conciliação. O tema do último módulo é a estratégia e técnicas negociais, com foco na prática. Em seguida haverá outra atividade prática, com a encenação de uma simulação de uma audiência de conciliação/negociação. O curso será encerrado com debates entre os participantes.