Nova Avenida João Paulo II é liberada para circulação de veículos
Um novo corredor de tráfego foi aberto para a integração dos municípios da Região Metropolitana de Belém (RMB), a partir das 12 h deste domingo (23), com a liberação do prolongamento da Avenida João Paulo II. Fundamental para desafogar o trânsito, o projeto também garante a proteção dos lagos Utinga e Água Preta, que abastecem grande parte da RMB, e cria áreas de lazer. A nova avenida vai ainda se integrar a outra obra de mobilidade urbana. Nesta segunda-feira (24) será assinada a Ordem de Serviço para a reconstrução de parte da BR-316 e instalação do BRT (Bus Rapid Transit) Metropolitano.
Embora a circulação de veículos tenha sido liberada, com velocidade máxima de 60 km/h, a nova avenida só será oficialmente inaugurada em dezembro, após a conclusão das passarelas e obras complementares no entorno. “A ‘João Paulo’ é mais que uma avenida; é um vetor de desenvolvimento. Ela não apenas melhora a circulação das pessoas, como protege o Parque do Utinga e melhora a vida das pessoas. É importante também que toda a sociedade tenha maturidade para entender que essa avenida é um bem público”, disse o governador Simão Jatene.
Celeridade - O novo trecho liberado vai da Passagem Mariano até a Rua da Pedreirinha, próximo ao Viaduto do Coqueiro. São 4,7 quilômetros em duas pistas para tráfego geral, ciclovia bidirecional e calçada. É na nova via que a secretária Íris Moraes, moradora do Aurá, em Ananindeua, coloca suas esperanças para enfrentar um trânsito menos estressante para chegar ao trabalho. “Para a gente que pega esse engarrafamento todo dia para trabalhar vai melhorar muito. Foi uma obra difícil, demorada, mas vai ajudar muito os moradores de Ananindeua, Marituba e Benevides. A gente vai se livrar bastante do engarrafamento da BR-316”, ressaltou.
A nova “João Paulo II” consolida a segunda etapa do Projeto Ação Metrópole, executado pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), totalizando investimentos de R$ 302 milhões, sendo R$ 104 milhões de recursos provenientes da Caixa Econômica Federal, via Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); R$ 80 milhões do Orçamento Geral da União (OCG/Caixa Econômica), e R$ 118 milhões de contrapartida do Tesouro estadual.
A avenida também inclui duas pontes, em metal e concreto, uma com 176 metros, a 60 da Passagem Mariano, transpondo a ponta do Lago Bolonha, e outra, com 224 m, a 30 m da Rua da Pedreirinha, transpondo a ponta do Lago Água Preta. O diretor do NGTM, César Meira, frisou que a obra é “um cinturão de preservação”. “Pode servir de ambiente contemplativo, de mobilidade para os cidadãos e de proteção da fauna e da flora desse parque ambiental”, destacou.
Mobilidade urbana - Até hoje, o acesso à capital paraense era feito somente pela Rodovia BR-316 e Avenida Independência. Para Benedito Mendes, que estava na avenida desde cedo com um grupo de amigos para participar da liberação, a via será um incentivo para que mais pessoas se sintam seguras para usar a bicicleta. “Sempre estamos por aqui pedalando. Fazemos parte de um grupo que viaja para os interiores pedalando. Já fomos para Moju, Marudá, Inhangapi. Com a inauguração, vai facilitar muito a saída da cidade”, afirmou Benedito Mendes, trabalhador da iniciativa privada que reside no Bairro do Marco.
Segundo o secretário de Estado de Transporte, Kleber Menezes, a “avenida é uma medida mitigadora das intervenções que ainda precisam ser feitas, como o BRT Metropolitano, hoje considerada a maior obra de mobilidade metropolitana do Brasil, com 10,5 quilômetros. É uma faixa de amortecimento, para que possamos executar essas obras”.
O projeto da “João Paulo II” também beneficia quatro vias complementares, que recebem serviços de pavimentação, drenagem e iluminação pública - Rua Moça Bonita (entre Av. João Paulo II e BR-316); Rua Parabor (entre Passagem Simões e São Jorge); Passagem Simões (entre Rua do Fio e Av. João Paulo II) e Rua da Pedreirinha (entre Av. João Paulo II e BR-316). Além dessas, nove vias já receberam obras no Bairro Castanheira e outras 15 ruas do Bairro Guanabara foram incluídas em um novo processo de licitação para serviços de saneamento básico e infraestrutura.
Infraestrutura - A nova via tem duas pistas para tráfego geral, cada uma com 10,50 metros de largura, dividida em três faixas de tráfego, com 3,50 metros cada. Na maior parte de sua extensão há 2,50 metros de acostamento, 2,50 m para ciclovia bidirecional, 2 metros de calçada do lado esquerdo e 1,20 m do lado direito. A via é separada por canteiro central, com largura variável. Além de acostamentos, ciclovias e calçadas obedecendo aos preceitos legais de acessibilidade, a avenida conta com drenagem, iluminação pública e monitoramento de segurança.
A obra também é uma barreira física e sanitária para a Área de Preservação Ambiental (APA) Belém, principalmente devido à fitorremediação, um eficiente sistema de captação e tratamento de águas provenientes das seis bacias de contribuição, lançadas diretamente no Parque do Utinga. O sistema diminuirá a contaminação dos mananciais e reduzirá o índice de doenças causadas por mosquitos, trazendo mais saúde e qualidade de vida à população do entorno.
Integração – O projeto de integração da Região Metropolitana de Belém inclui ainda a reconstrução de parte da Rodovia BR-316 e a infraestrutura do BRT Metropolitano. As pistas terão três faixas de rolagem nos dois sentidos, com pavimento flexível; uma faixa (em cada sentido) exclusiva para o BRT Metropolitano; duas ciclovias bidirecionais; gramado próximo à ciclovia para arborização; dois passeios para circulação de pedestres com 2,5 m de largura; faixa de piso tátil e rampas de acessibilidade, de acordo com a legislação vigente, além de mobiliário urbano (bancos, lixeiras e abrigos em paradas de ônibus convencionais).
A obra representa um investimento de R$ 525 milhões, que permitirá ao sistema de mobilidade urbana funcionar integrado às avenidas Independência, Perimetral e João Paulo II.
