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Pará registra queda de mais de 30% no número de casos de malária, aponta Sespa

Por Roberta Vilanova (SESPA)
25/04/2022 09h13

O Pará registrou uma queda de 31,94% no número de casos confirmados de malária no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), responsável pelo levantamento, os dados sinalizam a redução de 4.736 para 3.223 casos confirmados da doença. 

Os números positivos são divulgados no Dia Mundial de Luta contra a Malária, que transcorre nesta segunda-feira (25). A data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2007 com a finalidade de reconhecer o esforço global para o controle efetivo da malária.

A redução de casos no Pará se deve às ações desenvolvidas pelo Governo do Estado, por meio da Sespa, em conjunto com os 144 municípios paraenses, mantendo a vigilância constante dessa endemia e facilitando o acesso ao diagnóstico e ao tratamento imediato dos casos suspeitos da doença, além do combate ao transmissor da malária.

Sintomas e tratamento

 A malária é causada por um parasito transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao picar uma pessoa doente. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre alta, calafrios, tremores e sudorese. Outros sintomas que podem aparecer inicialmente são náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

O diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.

A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, pode evoluir para as suas formas graves. Daí a importância de a pessoa, que tenha viajado, nos últimos 15 dias, para uma área endêmica de malária, procurar imediatamente o serviço de saúde assim que apresentar algum desses sintomas.

O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e espécie parasitária, podendo ser por P. vivax, P. falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  É importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas, para que alcance totalmente a cura.

As principais medidas preventivas são instalar telas em portas e janelas da casa se possível; evitar construir casas perto de matas e igarapés, pois são locais onde o mosquito vive e se reproduz e usar mosquiteiros e repelentes. 

Cenário

Segundo a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paola Vieira, o município com mais casos registrados de malária é Jacareacanga, com 1.019, sendo responsável por 30,65% do total de casos do estado do Pará. “Isso é consequência, principalmente, da exploração mineral irregular que ocorre na região, em áreas de difícil acesso”, informou.

Do total de casos confirmados em 2022, 1.258 ocorreram em área de garimpo, 1.088 em área rural, 549 em área indígena e 202 em área urbana e 10 em assentamento.

Os demais municípios com mais casos são Itaituba (906), Anajás (524), Breves (233), Almeirim (145), Oriximiná (111), Altamira (83), Bagre (45), Novo Progresso (30) e Curralinho (27). “Esses dez municípios juntos concentram 93,93% do total de casos de malária no Pará, por isso merecem atenção especial da Sespa e das autoridades sanitárias municipais”, ressaltou.

Quando se leva em consideração a distribuição de casos por Centros Regionais de Saúde, o 9º CRS, que abrange as regiões do Baixo Amazonas e Tapajós, concentra 67,03% dos casos seguido do 8 CRS, que abrange parte da região do Marajó, com 26,68% dos casos.

Ações da Sespa 

A Sespa continua intensificando as ações de forma complementar para garantir o controle e reduzir a carga da doença. Porém, é importante dar sustentabilidade a essas ações e manter a vigilância, assim como também sensibilizar a gestão local.

Entre as ações realizadas no primeiro trimestre de 2022, merece destaque a elaboração do Planejamento Anual de Controle da Malária 2022; a distribuição de materiais educativos sobre o tema para os Centros Regionais de Saúde; reunião com representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) para tratar do surto de malária na capital paraense; assessoramento técnico nas ações de investigação e controle de casos; e garantia de insumos estratégicos para os municípios, ou seja, inseticida, medicamentos e testes rápidos.

Sobre os insumos, a coordenadora informou que até o mês de março, foram distribuídos 15.050 testes rápidos e 103.060 comprimidos de medicamentos para o tratamento da doença para o 9º, 11º, 12º e 13º CRS.

Um equipamento fundamental como medida preventiva contra a malária é o mosquiteiro impregnado com inseticida de longa duração (MILD). “Então, enviamos 500 unidades de mosquiteiros de rede e 1.250 de cama divididos entre o 7º e 8º CRS”, disse Vieira, ressaltando que o quantitativo de MILDs a ser enviado tem como critérios o número de casos notificados por localidade no Sistema Sivep-Malária, número de prédios e de habitantes.

No que tange ao uso de inseticidas para combate ao mosquito, Paola Vieira explicou que existem dois tipos de borrifação: a intradomiciliar, na qual são borrifadas as paredes internas das residências e onde o inseticida persiste atuante por até quatro meses, sendo assim a mais eficaz. “A outra é a nebulização espacial extradomiciliar, que é indicada como última estratégia de controle, e quando há estudo prévio do comportamento desse vetor na área. Ela só deve ser utilizada quando há alta densidade de mosquitos na área externa da casa, que, na maioria das vezes, ocorre em período noturno”, concluiu.