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SAÚDE PÚBLICA

Ophir Loyola promove campanha alusiva ao Dia Mundial da Voz

Iniciativa acompanha movimento internacional em prol da atenção para os cuidados com a saúde vocal

Por Governo do Pará (SECOM)
18/04/2022 16h32

Pacientes acompanham apresentações artísticasA Divisão de Fonoaudiologia do Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou, nesta segunda-feira (18), ação alusiva ao Dia Mundial da Voz, transcorrido no sábado (16). Orientações sobre cuidados com a voz e a distribuição de materiais informativos no jardim interno da instituição marcaram a ação de conscientização. A programação musical do evento ficou por conta do cantor, Adson Paranhos, e do DJ, Marcos Pinto, mais conhecido como o DJ Maluquinho. Os dois têm histórias de superação de problemas vocais.

Instituído com a Lei nº 11.704/2008, o Dia Nacional da Voz viabiliza a orientação sobre a importância do encaminhamento apropriado do paciente a profissionais especialistas, caso haja a identificação de problemas potenciais. Fomentada nacionalmente pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), a campanha visa a disseminação de cuidados necessários para a promoção da saúde vocal e atenção aos sinais que contribuem para o diagnóstico precoce de doenças como o câncer de laringe.

Celebrando a data, a chefe da Divisão de Fonoaudiologia do HOL, Brena Habib, ressaltou a importância do trabalho da equipe multiprofissional para o atendimento completo, efetivo e seguro aos usuários. “É por meio do serviço fono hospitalar, com a vertente da fononcologia, que atuamos na voz, deglutição, audição, motricidade orofacial e comunicação dos pacientes. A nossa abordagem é ampla. Com a campanha ‘A Sua Voz Importa’, a gente destaca também a inclusão, valorizando a diversidade. Afinal, todas as vozes importam”, afirmou.

A chefe da Divisão de Fonoaudiologia do Hospital Ophir Loyola, Brena Habib, orienta paciente sobre saúde vocalSuperação - Quem acompanhou a apresentação empolgada de DJ Maluquinho no HOL não imagina as tormentas que ele viveu recente. Vítima de um assalto, o músico teve o olho esquerdo atingido por um projétil. Oito dias depois do atentado, o artista sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o que ocasionou sequelas motoras e na fala.

“Sou DJ, músico, produtor e empresário. São 26 anos de carreira e, lidar de uma hora para outra com limitações, foi doloroso demais. Antes de iniciar os exercícios com a fonoaudióloga, eu pegava o violão e vivia uma angústia, pois não conseguia sequer falar. Meus amigos são todos do meio musical e eles sofriam junto comigo. O médico disse que talvez recuperaria a voz em seis meses, mas faço tratamento há um mês e já consigo até cantar”, disse o artista emocionado.

Foi por meio de atendimentos online que a fonoaudióloga Marilu Fonseca instruía DJ Maluquinho diariamente. “O atendimento virtual é uma realidade e foi por meio da tecnologia que realizamos exercícios voltados para fala, articulação e voz três vezes ao dia. O Marcos é muito dedicado e evoluiu consideravelmente. O resultado só vem se houver a prática todos os dias, conforme o profissional orienta”, enfatizou Marilu.

O cantor Adson Paranhos, 38 anos, também compartilhou do medo e da angústia de perder a voz. “A gente só valoriza algo quando perde. Devido ao fumo e por cantar demais, tive sérios problemas por não cuidar da saúde vocal. E foi convivendo com pessoas com câncer de laringe que eu transformei tudo o que vivi. O que ocorreu comigo foi um verdadeiro milagre. Com muita fé e fazendo acompanhamento, hoje consigo cantar”, comemorou o músico, que há cinco anos participa de ações alusivas a voz no HOL.

A voz - Vindo dos pulmões, o ar sofre pressões e ajustes nas chamadas pregas vocais. Comandos neurais e musculares garantem vibrações que resultam em expressões emitidas pela boca. Ondas sonoras que são facilmente diagnosticadas por ouvidos treinados de fonoaudiólogos, que recomendam: ao notar alterações que persistem por mais de 15 dias, a procura por um atendimento médico torna-se indispensável. 

As práticas terapêuticas buscam, a partir da análise perceptiva auditiva, amenizar impactos dos tratamentos oncológicos na capacidade funcional, acompanhando alterações vocais e reabilitando pacientes acometidos por câncer de cabeça e pescoço, por exemplo. 

Brena recomenda o consumo de maçã como aliada à saúde vocal. “A casca da fruta é adstringente e ajuda na hidratação da voz. Outra recomendação que fazemos é que as pessoas evitem ambientes com muita fumaça e o consumo em excesso do álcool, que anestesia as pregas vocais e é fator de risco de câncer na laringe”, advertiu.

Escuta - Além de desenvolver e potencializar a reabilitação fonoaudiológica de pacientes oncológicos, o setor de fonoaudiologia preza pelo atendimento humanizado. “Nossa equipe atenta bastante para o acolhimento dos usuários. É preciso saber ouvir o paciente não só clinicamente. Compreendemos que somos um serviço especializado, de referência em oncologia. Por detrás da doença, existe um ser humano em sofrimento e cabe a nós, profissionais da saúde, saber acolher e fazer a escuta. Muitas das vezes ele só quer ser ouvido”, concluiu Brena.

*Texto de Ellyson Ramos (Ascom Hospital Ophir Loyola)