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POLÍTICAS PÚBLICAS

Semas debate Plano Amazônia Agora com membros de Comitê Gestor sobre Mudanças Climáticas

Os eixos do Programa, implementado em 2020, foram apresentados com ênfase no desenvolvimento socioeconômico sustentável

Por Aline Saavedra (SECOM)
12/04/2022 20h20

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) promoveu nesta terça-feira (12), no Belém Hall, uma reunião para debater estratégias de ação do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), com participação de integrantes das instituições que compõem o Comitê Gestor do Sistema Estadual Sobre Mudanças Climáticas (Coges-Clima). Foram abordados os eixos do Programa, implementado em 2020, como a política ambiental do Estado, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico sustentável baseado na mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

O encontro foi aberto pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida, que destacou o compartilhamento de conhecimentos e de experiências proporcionado pelos debates. "Nós queremos fazer um alinhamento entre os integrantes do Comitê Gestor da Política Estadual Sobre Mudanças do Clima, para que eles possam entender o que é o Plano Amazônia Agora, como ele funciona, quais são os seus eixos e seus programas, para que todos estejam nivelados e tenham aquele sentimento de pertencimento, e saibam o que irão fazer como Comitê Gestor e o que irão fazer para colaborar com a execução de uma política pública. Hoje é um dia de alinhamento, de conhecimento, de troca de experiências, apesar do que a gente já vem apresentando à sociedade", afirmou Mauro O’de Almeida.Secretário Mauro O’de Almeida durante a explanação sobre o Plano Estadual Amazônia Agora

Implementado pelo Decreto Estadual nº. 941/2020, o PEAA executa ações de combate ao desmatamento e estímulo ao crescimento econômico sustentável, baseado em quatro pilares de atuação: Fiscalização e Licenciamento Ambientais, denominado “Comando & Controle”; Desenvolvimento Socioeconômico em Baixas Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), executado pelo Programa Territórios Sustentáveis; Ordenamento Fundiário, Territorial e Ambiental, operacionalizado pelo Programa Regulariza Pará, e Financiamento Ambiental de Longo Alcance, efetivado pelo “Fundo da Amazônia Oriental – FAO”.

Durante o encontro foi apresentado o balanço da Operação Amazônia Viva, que registra resultados significativos. Foram apresentadas, ainda, as ações do Programa Territórios Sustentáveis, SeloVerde, a estratégia estadual de bioeconomia, financiamento climático, Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), entre outras.

Integração - Participaram do debate representantes da Semas, como a diretora de Mudanças Climáticas, Serviços Ambientais e Bioeconomia, Camille Bemerguy, e o diretor de Planejamento e Projetos Especiais, Wendell Andrade, e de instituições que realizam ações integradas, como o Comitê Técnico Executivo do Plano de Agricultura de Baixo Carbono, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), além do gerente de Negócios e Fomento do Banco do Estado do Pará (Banpará), Gabriel Ladeira, e de membros da The Nature Conservancy e da sociedade civil.

Soraia Almeida, representante estadual do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, disse que "a abertura para debates está sendo positiva, porque podemos propor políticas públicas, avaliar o que já foi implementado e sinalizar ao governo do Estado na execução dessas políticas com pautas concretas, e isso é muito positivo. Porque é boa a participação da sociedade civil, indígenas, quilombolas, extrativistas, agricultores familiares. Quando você chama a população, que é quem vai ter acesso àquela política pública, podemos opinar a respeito. Quem está na ponta tem as informações para que uma política pública possa ser executada, porque sempre que é pensada sem essas populações esbarra em alguma questão. Por isso, é boa a participação da sociedade civil na construção das políticas públicas, principalmente nas questões ambientais, porque a população é quem mais sofre os impactos com a situação em que o meio ambiente vive hoje".

Gás de efeito estufa - O secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos, Bioeconomia e Clima da Semas, Raul Protázio abordou a importância da qualificação das discussões sobre as estratégias da política ambiental do Estado. "A Política Estadual de Clima determina que o governo elabore, com participação da sociedade civil, os planos setoriais, a partir da identificação das fontes de emissão do Estado. A partir desta identificação, nós observamos que a dinâmica do uso da terra e a agropecuária representam 96% das emissões no Pará. E vale dizer que o Estado do Pará é o maior emissor de gás de efeito estufa do Brasil. Por isso, nós precisávamos de imediato de um plano voltado para essa fonte. Para reduzir o desmatamento e as emissões no Estado e para implementar o incremento ao restauro, de forma que, até 2036, o Pará seja um estado carbono livre. Precisamos identificar as principais contribuições para o desmatamento”, explicou Raul Protázio.

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e seus avanços também foram destaque no encontro. Neste ano, 3.392 Cadastros foram validados até março. Apenas em fevereiro deste ano houve a entrega de 1.002 CAR validados, com área total de 58.350,99 hectares. “Em 2021, foram realizadas 43.663 inscrições de CAR, com acréscimo de 19.205, o que corresponde a um aumento em 78,52%, ultrapassando a meta  prevista na matriz do Programa Regulariza Pará, que estabelecia aumentar em 40% a inscrição de CAR de imóveis com até 4 módulos fiscais até janeiro de 2023”, destacou o secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos.