Espaço 'Jardim da Liberdade' do São José Liberto inspira coleção de joias
A exposição está aberta até o dia 24, no Espaço São José Liberto, de terça a sábado, de 10h às 18h; aos domingos, das 10h às 14h
O lugar que um dia foi o pátio de recreação dos detentos no antigo presídio São José, no bairro do Jurunas, em Belém, deu espaço para o único museu de gemas aberto que existe no Brasil. O "Jardim da Liberdade" é um dos locais mais visitados do Espaço São José Liberto. O local reúne cristais, quartzos, ametistas e citrinos distribuídos em formato de mandala, que se harmonizam com plantas e uma fonte d'água.
O administrador, Marcelo Gomes, matogrossense, que está em Belém a trabalho, ficou surpreso ao se deparar com o jardim. "É muito bonito, uma coisa que não tinha visto ainda, essa junção das plantas e das pedras e essa parte da arquitetura, ficou muito bonito mesmo. Eu nunca tinha visto um jardim mesclando essa tendências num único espaço".
Quem também não cansa de admirar a beleza do jardim é a estudante de designer, Lúcia Gois. Ela conta que desde que chegou ao Espaço São José Liberto para fazer parte do programa Polo Joalheiro sempre viu a admiração das pessoas pelo jardim e daí nasceu a inspiração para a coleção "Joias do Jardim" lançada nesta quinta-feira (7).
"As pessoas quando chegam aqui se encantam com a beleza das pedras naturais, das pedras brutas, por isso me veio a idea de fazer uma coleção. Pensei coisas que podem ser divinamente criadas com joias brutas que têm toda uma visão, um aspecto de ostentação, de beleza", afirmou a estudante de designer, Lúcia Gois.
Lúcia contou que vai utilizar o quartzo rosa, citrino, amestista, pedras da região amazônica. "Elas têm toda a identidade da Amazônia, e são pedras identificadas aqui no jardim. Tem uma peça também que vai identificar o cristal que fica na entrada do Museu de Gemas. Trabalhei na criação de peças bem do cotidiano, que dê para a pessoa usar, anéis, colares, brincos e braceletes, que vão ficar encantadoras em qualquer qualquer braço", informou a designer.
As 49 peças foram criadas por Lúcia Gois, em parceria com Argemiro Munhoz e Helena Bezerra, e a colaboração de Anderson Moraes. Todos fazem parte do Programa Polo Joalheiro, que há 20 anos tem transformado o mercado de joias no Pará e, principalmente, os profissionais que trabalham no ramo.
"Esse programa veio para mudar a ideia que as pessoas tinham de ourives, de artesãos de joias. Antes do programa a nossa classe era muito desvalorizada e ele nos deu uma valorização e nos dá uma visibilidade melhor, te ajuda a enriquecer tua cultura e teus conhecimentos, te dá muita oportunidade de crescimento".
"Joias do Jardim" traz a marca da exuberância de Lúcia Gois, que se considera uma "exagerada" por gostar de peças com pedras grandes. A criativa do ramo de joias já ouviu que suas peças nunca venderiam por serem chamativas demais. Nunca ficou com elas em estoque. "Para mim cada exposição é responsável por uma inspiração diferente porque é momento de mostrar que o paraense sabe fazer as coisas e o resultado são os elogios que a gente recebe 'de fora'", explicou.
Elogios que Rosiléa dos Santos Souza, diretora de fiscalização e registro do Conselho Regional de Administração do Mato Grosso do Sul, não poupou ao entrar pela primeira vez no Jardim da Liberdade. "Estou encantada com o lugar e, principalmente, com esse jardim que traz uma energia muito diferente do que foi no passado essa instalação. Hoje ele traz sinais de novos tempo, de novas energias", comentou a turista.
Por mais de 100 anos o Espaço São José Liberto foi utilizado como local onde se cumpria pena privativa de liberdade, tantos para presos políticos quanto para condenados pela Justiça.
SERVIÇO
A exposição "Joias do Jardim" está aberta à visitação até 24/04, de terça a sábado, de 10h às 18h, e aos domingos e feriados de 10h às 14h.
*Texto de Fabiana Cabral