Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE

Março Azul-marinho: mês alerta sobre o câncer colorretal

Especialistas do Hospital Ophir Loyola alertam que o tumor maligno é o terceiro tipo de câncer mais comum no Brasil

Por Governo do Pará (SECOM)
22/03/2022 14h48

Visando conscientizar a população sobre o câncer colorretal, principalmente, sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce, o Hospital Ophir Loyola alerta que o tumor maligno é o terceiro tipo de câncer mais comum no Brasil e abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto, final do intestino e ânus. É o câncer mais comum do aparelho digestivo.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os casos novos em 2022 serão de 40.990, sendo 20.520 homens e 20.470 mulheres, no país. A previsão é que somente no Pará surjam 560 casos novos.  Atualmente, o Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Ophir Loyola (HOL) atende 132 pacientes, 86 mulheres e 46 homens.

O desenvolvimento do câncer colorretal depende de  fatores genéticos, hereditários, ou ambientais como má alimentação, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. A maioria dos tumores originam-se a partir de lesões benignas chamadas de pólipos na região, que sofrem alterações ao longo dos anos, tornando-se cancerígenos. Também é preciso atentar para  doenças inflamatórias intestinais crônicas, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa.

A cirurgiã oncológica do hospital, Raissa Tommaso, explica que o intestino sofre traumas diários com substâncias nocivas, como agentes produtores de erros genéticos, presentes em alimentos defumados, salgados e até mesmo poluentes como agrotóxicos. Além disso, alimentos pobres em fibras alimentares, promovem inflamação do intestino, que também leva à produção de mutações.

Dra. Raissa TommasoNo estágio inicial, o câncer de colorretal pode ser silencioso ou apresentar sintomas leves, o que dificulta o diagnóstico precoce. “Os sintomas podem variar em episódios de diarreia ou constipação, que é o intestino preso, sensação de que o intestino não está completamente esvaziado, fezes escuras, o que se caracteriza por presença de sangue”, explicou Raissa.

Rozildo Gonçalves, 48 anos, é professor e realiza tratamento no HOL desde janeiro de 2022. Há um ano, ele teve um sangramento e não deu importância, pois logo passou. No entanto, houve um período em que o sangramento durou mais de 28 dias. Ele também perdeu em torno de 10 kg, pois no exato momento que ingeria um alimento, evacuava. Foi quando decidiu buscar assistência médica no final do ano passado, realizou diversos exames e o diagnóstico foi neoplasia maligna colorretal. 

“A notícia veio um pouco antes do Natal, passamos o fim do ano com muita tristeza. Além da confirmação da minha doença, o meu irmão, 40 dias antes, foi diagnosticado com a mesma neoplasia e já estava realizando o tratamento no Ophir Loyola. Ele ainda está aqui; infelizmente, a situação dele é mais grave que a minha”, relata o professor.

O professor realizou a cirurgia para retirada do tumor no intestino grosso no dia 11 deste mês, e se recupera bem. “Se eu tivesse me atentado antes aos sintomas, o meu problema não estaria tão avançado. Talvez nem precisasse de cirurgia, porque a minha mãe também teve o mesmo câncer e só foi preciso realizar sessões de radioterapia e quimioterapia”, lamenta Rozildo.

O tratamento do câncer colorretal é multidisciplinar. Segundo Tommaso, o tumor é tratado com cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Mesmo em casos avançados, a terapia com equipe multidisciplinar leva à cura, em alguns casos. Então, esse câncer tem cura.

Em estágios avançados, o diagnóstico é obtido com a colonoscopia. “O exame deve ser realizado antes de se sentir algo, de rotina, como parte de nosso check-up. Esse exame encontra lesões precursoras e permite a remoção, sem cirurgia. Quando realizado periodicamente, ela previne o desenvolvimento do tumor de intestino”, explica  a cirurgiã.

Após os 50 anos de idade, a colonoscopia deve ser realizada a cada dois anos ou logo em seguida ao primeiro histórico familiar, nos protocolos mais rígidos. Outra medida de cautela é fazer o acompanhamento com exame de fezes, específico, o sangue oculto presente nas fezes, se houver”, enfatiza a médica.

Texto: Viviane Nogueira - Ascom Hospital Ophir Loyola