Uepa adere aos 21 Dias de Ativismo Contra a Discriminação Racial

Para contribuir com a transformação da realidade a favor da garantia dos direitos sociais e do direito à vida dos afrodescendestes, a Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (Neab), promoverá, a partir desta sexta-feira (11), a primeira edição da Campanha 21 dias de Ativismo Contra a Discriminação Racial, em Belém.

"A população afrodescendente é vitima da discriminação e do preconceito, com narrativas apoiadas em teorias racistas e por julgamentos devido à sua identidade étnica ou cor da pele. Resistir a todas as formas de opressão através das ações sociais e ativistas, é uma das formas de colaborar para a eliminação de todos os tipos de opressão e invisibilidade", afirma o diretor de extensão, professor Aiala Colares. 

A ação conta com a parceria dos Coletivos Negritar Filmes e Produções, Coletivo Juntos e Juntas, Comissão de Defesa e Promoção da Igualdade Étnico-Racial da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará. Também, participarão representantes do movimento Slam Dandaras do Norte e professores da educação básica.

"A instituição está à frente desse processo e, sobretudo, no momento em que conseguimos aprovar a política de cotas étnicos raciais para a universidade", acrescenta o professor, organizador da edição Belém. 
 
A PROGRAMAÇÃO

A programação conta com a difusão de várias dinâmicas em diferentes locais, como ações em escolas públicas, movimentos culturais e debates. Há programações que vão desde a questão que envolve a feira negra, passando pela história do movimento do Hip-Hop, da arte, cultura e sobre o grafite até os debates de nível acadêmico e jurídico.

Entre as dinâmicas, haverá rodas de conversas com temas próprios, como o exemplo do bate-papo que ocorrerá sobre o tema Trans Vivências Negras, com a participação da criadora de conteúdos digitais e educadora popular, Vic Argôlo.

"Para mim, é sempre importante ocupar estes espaços de falas e de disputas das narrativas. O que pretendo abordar é algo que venha romper da lógica de falar sobre nossas dores e começar a refletir nossos papéis enquanto agentes sociais, estamos falando de vivências e seus atravessamentos, mas cada um de nós falará de um local e é necessário a gente compreender as nossas responsabilidades no meio disso tudo", disse Vic Argôlo.

Para a educadora, os 21 dias de ativismo contra o racismo são necessários como forma de apontar e indagar os problemas cotidianos. "Muitas vezes, as pessoas não consideram como problemas, pois não é algo que atinge o todo, e sim um grupo de pessoas específico: a negritude. E essas ações evidenciam para a sociedade os movimentos de negritude e como falar sobre as temáticas da programação e os debates que serão promovidos fazem parte de toda uma configuração social que precisa ser refletida e discutida com urgência, para que a gente não tenha mais vítimas desse locus tão cruel que é o racismo", afirmou Vic. 
 
O professor Aiala entende que o momento é oportuno para falar das temáticas de confronto ao racismo. "Nós precisamos continuar reforçando as políticas públicas de ações afirmativas e de enfrentamento ao racismo estrutural. Não só no Brasil mas também no mundo", declarou o discente. 
 
SERVIÇO

CONFIRA AS PROGRAMAÇÕES
Dia 11/03/2022 - (sexta-feira)
Roda de Conversas
- Tema: Trans Vivências Negras
- Debatedores: Vic Argôlo e Gabi Lu
- Horário: a partir das 17h
- Local: Casa Sumaúma Rua frutuoso Guimarães, 648
 
Dia 17/03/2022 (quinta-feira)
- Mini curso - Necropolítica e genocídio da população negra: estratégias e ações de
enfrentamento
- Responsáveis - Professor doutor,  Aiala Couto e professora doutora, Sandra Guimarães
- Horário: 16h
- Local: Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seção Pará

*Haverá também exposição de documentário, música e feira.
 
Dia: 21/03/2022 (segunda-feira)
- Tema - Transmissão do documentário: Absorvendo o Tabu + Slam + Arrecadação de absorventes + Brechó.
- Convidadas - Vivi Reis, Ilma Palheta (UEPA), Ruth Almeida (UFRA), Tarsila Amoras (UFPA).
- Mediação - Angélica A.
- Local - Casa Movimento – Miniauditório
- Horário: 16h.

*Texto de Vitória Reimão (Ascom Uepa)