Hospital Geral de Ipixuna alerta usuários e acompanhantes sobre riscos da automedicação
A automedicação é caracterizada pelo uso de remédios escolhidos pelo próprio indivíduo, comumente indicado por pessoas não habilitadas no âmbito da saúde
O hábito da automedicação é uma preocupação das autoridades sanitárias de todo o mundo, principalmente, neste momento de pandemia que exige mais conscientização sobre os riscos dessa prática indiscriminada, que pode causar reações graves, inclusive óbitos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada. Além disso, metade de todos os pacientes não faz uso dos medicamentos corretamente.
Diante desse cenário preocupante e de alerta à população, profissionais do Hospital Geral de Ipixuna do Pará (HGI), no nordeste paraense, estão contribuindo para alertar colaboradores, usuários e acompanhantes sobre os riscos do uso de medicação sem prescrição e orientação médica.
De acordo com o coordenador de Logística e responsável técnico pela Farmácia do HGI, o farmacêutico, Ivonildo Alves dos Santos, a automedicação é caracterizada pelo uso de medicamentos escolhidos pelo próprio indivíduo, comumente indicado por pessoas não habilitadas no âmbito da saúde como amigos, vizinhos e familiares, ou seja, ocorrendo sem orientação médica, farmacêutica, odontológica ou profissional de saúde qualificado.
Esse e outros motivos aumentam a responsabilidade dos farmacêuticos, especialmente, na assistência hospitalar que, além das atividades administrativas, há a Farmácia Clínica, voltada à prática do uso racional de medicamentos, em que os profissionais prestam cuidado ao paciente, para otimizar a farmacoterapia à promoção da saúde e bem-estar, sobretudo, na prevenção de doenças, na redução do tempo de internação e, consequentemente, os custos hospitalares.
“O papel da assistência farmacêutica é indispensável para uma boa gestão farmacêutica hospitalar, pois garante a seleção adequada dos medicamentos, entre outros aspectos da gestão. Hoje farmacêutico tem um maior contato com os pacientes para identificar e avaliar problemas/riscos relacionados à segurança, efetividade e desvios da qualidade de medicamentos, por meio do acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico ou outros componentes da Atenção Farmacêutica, realizado por meio da avaliação da prescrição e interação com a equipe multiprofissional hospitalar, além do contato com o paciente”, complementou Ivonildo Alves.
Essa proximidade do profissional com os usuários da unidade hospitalar é aprovado pelos usuários, entre eles, a atendente e cozinheira em Lanchonete, Marcela Ramos de Oliveira, 38 anos, que deu entrada na unidade hospitalar para tratamento cirúrgico em fratura em pé direito.
“O atendimento dos farmacêuticos do HGI é maravilhoso. Na hora que eu mais precisei, fui muito bem atendia, quando estava insegura e sentido dores pela fratura sofrida. Aqui é tudo certinho com uso de medicação. Fui esclarecida que, uso sem prescrição médica é perigoso. Achei a iniciativa muito importante, porque muitas vezes, a gente fica ansiosa e toma medicação, em casa, por impulso. Aqui no HGI me sinto segura e confio muito no atendimento, inclusive, dos farmacêuticos”.
Ações de educação em saúde - A gestão do HGI mantém projeto que leva informações para prevenção de doenças, semanalmente. Entre vários temas abordados, destaca-se os “Cuidados com a automedicação”, ministrada por profissionais da equipe farmacêutica, entre eles, Leonardo Victor da Silva Gomes, que proferiu palestra, recentemente, na área da Recepção Central.
Segundo ele, automedicação, assim como a prescrição desacertada, pode ter inúmeras ameaças à saúde do paciente, como efeitos colaterais, enfermidades e mascaramento de doenças. “Os idosos são mais susceptíveis aos resultados indesejáveis com a utilização de fármacos, devido, principalmente, às variações fisiológicas provocadas pela idade avançada, que podem impactar a seguridade e elevar a chance de mortalidade do paciente e estão rigorosamente relacionadas às situações clínicas do indivíduo”.
Dados da OMS dão conta que o uso inadequado de antibióticos, por exemplo, faz com que as bactérias se alterem, tornando-se resistentes a medicamentos. Infecções como pneumonia, tuberculose e gonorréia, estão se tornando cada vez mais difíceis e, às vezes, impossíveis de tratar.
A questão mais preocupante talvez seja o fato do abandono precoce de tratamento. A capacidade de julgar os sinais e sintomas que os responsáveis carregam com si tende a se deparar em uma grande tragédia.
Para concluir, o responsável técnico pela Farmácia do HGI, Ivonildo Alves conclui que os medicamentos de maior uso indiscriminados pela população brasileira, são: anticoncepcionais, analgésicos, descongestionantes nasais, antiinflamatórios e alguns antibióticos, adquiridos em farmácias comerciais, sem nenhuma dificuldade.
Segundo o RT da Farmácia do HGI, em 2021, foram registrados 754 internações , dessas, 95% dos pacientes foram acompanhados pelos farmacêuticos. A equipe de farmacêuticos do HGI, que oferece atendimento 24h, é composta por Arielle Almeida Schmidt, Antônio Danilo Gonçalves Braga, Leonardo Victor da Silva e Alain Morais Chagas.
SERVIÇO
O HGI é um órgão do governo do estado, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
A unidade hospitalar fica na rua Principal, s/nº, no bairro Centro, em Ipixuna do Pará. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (91) 3811.2631.