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Especialista do 'Ophir Loyola' orienta para prevenção do câncer

Em 2021, o Hospital Ophir Loyola tratou mais de 7.500 pacientes com câncer, principalmente de mama em mulheres, do colo do útero e de pele

Por Leila Cruz (HOL)
04/02/2022 21h17

O câncer é a segunda causa de morte no planeta, perdendo apenas para doenças cardiovasculares. O oncologista Celso Fukuda, do Hospital Ophir Loyola, em Belém, ressalta que o Dia Mundial do Câncer, celebrado nesta sexta-feira – 04 de Fevereiro, serve para divulgação de hábitos saudáveis, que podem ser adotados para diminuir a mortalidade e avaliar ações públicas voltadas a reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer, além de aumentar o conhecimento sobre a doença pela população.

A neoplasia maligna surge a partir das alterações de um grupo de células. O crescimento anormal e desordenado forma o nódulo (mais conhecido como tumor). A detecção precoce faz muita diferença, e pode salvar vidas. É a partir dessa premissa que instituições, como o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), do Hospital Ophir Loyola, apoiam campanhas alusivas à data. Este ano, a campanha enfatiza a importância da equidade no controle do câncer.Hospital Ophir Loyola oferece diagnóstico e tratamento a pacientes com câncer

Diagnóstico tardio - Em 2019, o promotor de vendas Cristiano Carvalho, 50 anos, sentia muito desconforto na garganta. Ele fez vários exames em um hospital particular, mas nada foi encontrado. Em 2021, Cristiano foi atendido no Hospital Ophir Loyola, e logo o especialista informou que seria um câncer na laringe.

Para ele, o diagnóstico foi um baque. No Cacon, foi identificado que a enfermidade já estava em estado bastante avançado, sem indicação de cirurgia, porque havia a possibilidade de o paciente não resistir ao procedimento.

“Ele indicou a quimioterapia, e depois 35 aplicações de radioterapia, que finalizaram no ano passado, fiz todo o tratamento com profissionais que considero anjos. Não conseguia nem virar o rosto para o lado, mas graças a Deus minha garganta desinchou. Em janeiro, voltei para avaliação pós-tratamento e o diagnóstico foi bastante positivo. Todos os tumores sumiram, até mesmo aqueles que estavam enraizados. Restam duas tomografias somente para avaliar como está meu corpo. Agradeço a todos pelo empenho. Não foi fácil. O tratamento é muito intenso, mas só tenho a agradecer”, relata Cristiano Carvalho.

Desigualdade social - Ainda que cerca de um terço dos cânceres seja evitável, a doença mata quase 10 milhões de pessoas no mundo todos os anos. A maioria das vítimas, cerca de 70%, são de países de baixa e média renda, e têm 65 anos ou mais, o que escancara a falta de equidade desde a prevenção até o tratamento, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Somado a isso, menos de 30% dos países de baixa renda têm serviços de tratamento de câncer disponíveis - em comparação com 90% nos países de alta renda.

Segundo a ficha técnica publicada pelo Instituto, a cada ano até 3,7 milhões de vidas poderiam ser salvas com medidas preventivas, como a adoção de hábitos saudáveis e o diagnóstico precoce, que permite alta possibilidade de cura com o tratamento em fase inicial do câncer.O especialista Celso Fukuda alerta para os cuidados preventivos

Para tanto, o especialista Celso Fukuda orienta a manutenção desses hábitos e, principalmente, que a pessoa pare de fumar, visto que o tabagismo é o principal fator de doenças cardiovasculares e câncer. “O fumo está relacionado principalmente com câncer de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. A alimentação saudável é imprescindível, com consumo de legumes, frutas e verduras naturais, diminuição de carne vermelha e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas. Também é necessário manter o peso corporal adequado com a prática regular de atividade física. Assim como é importante estimular a amamentação para evitar o câncer de mama nas mulheres e o rastreamento com a mamografia”, orienta.

Estatística - Em 2021, o Hospital Ophir Loyola, que é o Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará, tratou mais de 7.500 pacientes com câncer - 1.105 com câncer de mama em mulheres; 968 com câncer de colo de útero; 702 com câncer de pele; 657 com câncer de próstata e 625 com câncer de estômago.

“As mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo do câncer do colo do útero. E os responsáveis devem vacinar contra o HPV (Papiloma Vírus Humano) as meninas de 09 a 14 anos, e os meninos de 11 a 14 anos, para evitar o desenvolvimento de tumores de colo do útero, vagina e pênis, entre outros. Da mesma maneira, o câncer de fígado está relacionado à infecção pelo vírus causador da hepatite B, e a vacina é um importante meio de prevenção deste câncer. O homem deve procurar o especialista a partir dos 40 anos, ou antes, para poder prevenir ou ter a descoberta precoce do câncer de próstata”, esclarece o especialista.

Câncer mais comum - Não menos importante é a prevenção contra o câncer de pele, tipo mais prevalente na população brasileira. “Evitar a exposição ao sol entre 10 e 16 h, e usar sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios. Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, deve-se usar chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida. São precauções simples, mas muitos não sabem que precisam ter esses cuidados”, informa o oncologista.

Celso Fukuda alerta ainda que a maioria dos casos de câncer está associado a fatores ambientais e ao estilo de vida. Mas caso tenha histórico na família, os cuidados devem ser iniciados mais cedo, com exames de rastreamento dez anos antes da idade do familiar acometido pela doença.