Polícia Militar celebra 40 anos da presença feminina na corporação
Data celebrou conquistas e ingresso de mulheres na PM há 4 décadas
O Dia da Policial Militar do Pará e os 40 anos de ingresso da mulher na corporação foram celebrados na última terça-feira (1º) em uma cerimônia realizada na sede do Comando-Geral da PM, em Belém. O evento marcou o encontro de gerações entre as policiais que compuseram a primeira turma feminina da PM e as novas turmas, que hoje desempenham os mais diversos papéis na instituição. A deputada federal Elcione Barbalho participou da solenidade acompanhada do comandante-geral da PM, coronel Dilson Júnior.
O que eram aproximadamente 50 policiais militares em 1982, quando a PMPA passou a admitir mulheres em seus quadros, tornaram-se mais de 1.800 hoje, espalhadas por unidades presentes em todo o Estado. Em vídeo exibido durante a solenidade, as “pioneiras”, como são chamadas as que fizeram parte da primeira turma feminina, contam como foi o impacto causado pela chegada das mulheres dentro e fora da Polícia. Uniforme, os papéis desempenhados por elas e as consequências da passagem para o meio militar foram algumas curiosidades contadas por elas.
O início dessa trajetória é lembrado com carinho pela sargento Francivone Souza, componente da turma pioneira. “Passa um filme na cabeça, foram 40 anos. Nós saímos da adolescência, entramos na Polícia Militar e, hoje, vemos o quanto progrediu desde o tempo que nós entramos. Temos comandantes de batalhões e policiais em ação, em pé de igualdade com os homens”, destaca a policial da reserva remunerada que também é autora da “Canção da Polícia Feminina”.
Para a soldado Kethlen Silva, que está há apenas quatro anos na PM e em julho de 2019 sobreviveu a uma tentativa de roubo em Ananindeua, fazer parte da instituição é uma honra. “Quando eu entendi o que é ser policial militar, eu me encontrei e hoje não me vejo fazendo algo diferente disso. Por isso, quero agradecer as primeiras policiais militares e enaltecer a coragem delas de quebrar paradigmas de que somente homens podiam exercer tal função. Se hoje eu sou uma policial militar é graças a elas, que deram o primeiro passo”, conta a policial que está grávida de 6 meses.
Quem também se sente orgulhosa de ter escolhido o serviço policial militar é a capitão Charlleny Lobo, comandante da 2ª Companhia do 20º Batalhão da PM, responsável pelo bairro do Jurunas. “No início eu senti uma resistência do efetivo por conta de uma mulher estar à frente do comando, mas com o tempo eu consegui ganhar a confiança deles e é muito satisfatório ver que hoje tenho um comandante e uma tropa que respeitam o meu trabalho”, explicou a oficial que está no cargo desde 2019.
Homenagens
Todas as policiais da primeira turma receberam uma "Menção honrosa" em reconhecimento ao legado que deixaram na instituição. Também foram reconhecidas policiais militares da ativa, representando cada comando intermediário da Região Metropolitana.
"A entrada das mulheres nas forças policiais foi uma forma de materializar a redemocratização por que passava o país na década de 1980. O objetivo era tentar tornar as instituições policiais mais humanas, mais próximas da sociedade e ninguém melhor que a mulher para fazer essa transformação dentro das corporações. Não se pensa mais na Polícia Militar sem a presença feminina. Se hoje nós vivemos uma realidade em que a mulher convive em igualdade com os homens dentro da corporação, ganham os mesmos salários, executam as mesmas funções, é porque as pioneiras desbravaram esse caminho para que nós pudéssemos chegar onde chegamos”, destacou o comandante da PM, coronel Dilson Júnior.
Também estiveram presentes na cerimônia mulheres oficiais e praças da reserva remunerada, além de autoridades civis e militares convidadas.
Dia da Policial Militar
No dia 14 de dezembro de 2011, foi aprovada a lei ordinária número 7.576, de autoria da deputada estadual Ana Cunha, que instituiu o dia 1º de fevereiro como Dia da Policial Militar no Pará. A data marca o ingresso das mulheres na PMPA e destaca a importância da presença feminina no Pará na atividade-meio e fim da Corporação.
Texto: Cabo PM Taiane Figueiredo/Ascom PM