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Agricultores de Monte Alegre devem receber mais de R$ 4 milhões de recursos este ano

Projetos da Emater de crédito rural incentivam pecuária e cultivo de limão taiti

Por Luana Laboissiere (SECOM)
01/02/2022 13h48

Município maior produtor de limão taiti do Pará e referência em bovinocultura de corte na região do Baixo Amazonas, Monte Alegre deve absorver, em 2022, pelo menos R$ 4 milhões de crédito rural para a agricultura familiar.

Os recursos são estimados por meio de projetos a serem elaborados pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), com liberação pelo Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Brasil.

O volume previsto para este ano é no mínimo 33% superior do que o encaminhado em 2021, que foi de quase R$ 3 milhões. Fatores como um cenário melhorado da pandemia de Covid, o que facilita até o acesso às glebas, e a maior disponibilidade da modalidade Basa Digital, contratação desburocratizada a qual pode ser acelerada pelo celular, são indicativos do salto quantitativo e qualitativo.

“Monte Alegre já é um município com bastante fluxo de crédito rural a partir da Emater, dadas as atividades agrícolas bem consolidadas como cadeias socioeconômicas e um perfil de produtor que entende o funcionamento das políticas públicas: o que é crédito rural, o que é a assistência técnica da Emater”, explica o técnico em agropecuária Weden Roberto Vasconcelos, ressaltando que o atendimento da Emater é sempre gratuito e que nunca se atrela ao agricultor querer ou se enquadrar a receber crédito.

"O crédito pode concretizar melhor a empregabilidade do projeto de assistência técnica porque é injeção de capital, mas o serviço existe para todos os agricultores familiares”, reforça.

Roda da economia

Quando Isaías Castro, de 44 anos, vai para a lavoura, todos os dias muito cedo, ele sabe que está girando a roda do tempo a seu favor. Cada hora a mais a paisagem das duas propriedades, Fazenda Boa Esperança e Sítio Dois Irmãos, na rodovia Pa-254, toma a forma pretendida: uma sucessão justa e digna para os netos Lorena, de 2 anos, e Wellington, de 4 anos.

“Isto aqui é eu construo igual a um legado: não é uma empolgação. É nossa história. É pra ficar”, orgulha-se Isaías e a esposa, Ana Cleide, 48 anos, que sempre trabalharam com pecuária e cultivo de limão em cerca de 140 hectares. São 260 cabeças de gado Nelore e sete mil pés de limão. Os dois filhos se tornaram adultos e agora Emerson, 22 anos, e Welison, 23 anos, ajudam os pais. 

Atendida pela Emater há 12 anos, em novembro último a família recebeu quase R$ 250 mil do Basa para compra de mais matrizes e reprodutores e apetrechos, além de tratos culturais do limão. “Um dinheiro de demais serventia”, relata Isaías.

“É aquela coisa: todo empreendedor conhece que precisa de moeda pra girar o negócio. É uma ajuda fundamental pro agricultor. Não é favor, não é assistencialismo: é política pública, porque isso depois vai ter resultado no município, na economia, na carne de qualidade que vai chegar na mesa do cidadão, na fruta que todo mundo consome. Um real vira um quilo de comida”, considera, calculando o futuro.  

Texto: Aline Miranda/Ascom Emater