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Em 2021, Santa Casa alcançou 100% de sucesso no tratamento dos casos de retinopatia na prematuridade

Hospital acompanhou 1.864 bebês com a doença ao longo do último ano

Por Luana Laboissiere (SECOM)
21/01/2022 16h46

O bebê prematuro passa por diversos desafios. E um deles é o risco aumentado de desenvolver a Retinopatia da Prematuridade (ROP), uma das principais causas da cegueira evitável na infância. Para diminuir esse risco, é estabelecido em lei que toda maternidade que tenha ala neonatal, realize este exame. A Santa Casa, como maior maternidade do Norte e referência em neonatologia no Pará, atende mensalmente centenas de casos com bebês nesta situação.

Pelo Ministério da Saúde, os critérios para receber o exame de retinopatia na prematuridade é de bebês de até 32 semanas e com menos de 1.5kg. Porém, na Santa Casa, visando garantir uma segurança maior para os bebês, este critério é ampliado para nascidos com até 36 semanas e com menos de 2.5kg. Nascidos com mais de 37 semanas e com menos de 2.5kg, também podem ser testados de acordo com a avaliação da equipe pediátrica. O hospital atende exclusivamente prematuros nascidos na instituição.  

Jandira Pereira da Silva, do município de Bragança, trouxe o filho, João Miguel, para mais uma consulta na Santa Casa e conta a satisfação de receber este atendimento.

“Pra gente é um privilégio. Nosso filho nasceu com 34 semanas e recebeu com todo acompanhamento e graças a Deus ele está bem. Foi de suma importância todos os exames que ele foi realizando e sendo acompanhado desde o início. E hoje, com 38 semanas, ele está tendo alta. Estamos muito felizes”, contou.

Exame

Como a retina termina de se formar no final de gestação, entre o oitavo e nono mês, os prematuros têm que desenvolver a retina fora do ventre da mãe, em ambiente externo, onde alguns fatores podem prejudicar esta formação, criando o risco da cegueira infantil. Por isso a importância deste exame.

O primeiro exame de retinopatia é realizado depois de 4 a 6 semanas de nascimento. Confirmada a má formação, é realizado o acompanhamento oftalmológico na evolução do caso. Constatado que a retina não continuou se desenvolvendo, existem dois tratamentos possíveis: realizar uma aplicação de medicamentos no olho do bebê e fazer a cirurgia a laser no olho para a correção da retina.

O médico oftalmologista Renato Palácios, que faz parte da equipe médica que atende diretamente os pacientes, fala sobre a satisfação deste resultado.

“O serviço da retinopatia da Santa Casa é super organizado. A começar pelas enfermeiras, que organizam pacientes que vêm dos quatro cantos do estado. São pacientes que temos que estar avaliando semanalmente, dependendo do caso. O segredo do sucesso é não deixar nenhum paciente perdido no caminho e fazer o acompanhamento de perto, porque se um bebê não evoluiu de forma satisfatória, a gente já intervém o mais breve possível com medicação intravítrea ou com tratamento a laser. Então o objetivo é o tratamento precoce dentro dos protocolos internacionais. Algo que eu e o Dr. Tarcísio Guerra conseguimos fazer aqui na Santa Casa”, conclui o médico.

Dos casos acompanhados em 2021, houve necessidade de realizar 10 cirugias a laser e 35 intervenções com Avastim, aplicação de medicação intravítrea. Todos os recém-nascidos que receberam estes tratamentos evoluíram bem, sem desenvolver a cegueira infantil. A enfermeira Maria de Fátima Costa, que atua no serviço, fala da emoção de acompanhar essa evolução positiva dos pacientes.

“Eu fico muito feliz de ver nossos bebês que passam com a gente no mapeamento de retina, que são avaliados, que evoluem para que essa retine se forme e eles não fiquem cegos. Quando eu vou no ambulatório do prematuro a gente vê as mães com os bebês já grandes, correndo, enxergando tudo. Isso é muito bom. A gente consegue sentir que o nosso trabalho tem um resultado muito satisfatório”, finaliza Fátima.

Texto: Ascom Fundação Santa Casa