Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará registrou conquistas no ano de 2021
O Hospital recebeu certificações como a ONA 2 que reiteraram a qualidade do serviço prestado e tem se tornado referência em cirurgias, transplantes e ensino
Referência na atenção à gestante de alto risco e ao recém-nascido, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) atende 100% pelo Serviço Único de Saúde (SUS) e funciona como unidade de retaguarda, do Governo do Pará, na pandemia do coronavírus. Neste ano de 2021, o hospital recebeu a recertificação ONA 2. Um selo de qualidade com reconhecimento nacional.
A avaliação para conceder a certificação ONA é feita por avaliadores do Instituto Qualisa de Gestão (IQG) que, neste ano de 2021, reiterou a qualidade do serviço e o cuidado com a segurança dos pacientes, priorizados pela Santa Casa, como hospital público vinculado ao governo do Estado.
O presidente da Santa Casa, Bruno Carmona, considera os resultados obtidos no ano de 2021, como reflexos da missão da Fundação Santa Casa, que é a de cuidar das pessoas gerando conhecimento. Ele avalia que todos os dias dentro da instituição se desempenha essa missão alinhada às definições e expectativas da Secretaria de Saúde e do próprio Governo do Estado.
“Conseguimos diversos avanços nas atribuições que nos são determinadas e o nosso grande foco é a atenção materno-infantil, mas todas as outras clínicas especializadas que nós temos, como Grupo do Fígado, Terapia Renal Substitutiva Pediátrica, Transplante renal pediátrico, são executadas de forma bem eficiente. Prova disso, é a acreditação que evoluímos do nível 1 para o nível 2, e estamos prestes a avançar, em 2022, para o nível 3, atingindo a excelência, e com o reconhecimento por uma entidade nacional que é a ONA, que tem seu reconhecimento na área da saúde”, afirmou o gestor.
REFERÊNCIA PARA DOENÇAS NO FÍGADO
Como Centro de Referência para doenças do fígado, Santa Casa alcançou este ano o quantitativo de 500 pacientes curados de hepatite C.
De 2016 até este ano de 2021, a Santa Casa é o Centro Estadual de Referência ao Tratamento de Doenças de Fígado, com certificação pelo Ministério da Saúde (MS), registrou a cura de cerca de 500 pacientes de hepatite C, doença silenciosa e considerada potencialmente grave, com risco evolutivo para cirrose, câncer de fígado e até necessidade de transplante do órgão.
Conforme a Santa Casa, na atualidade, 40 pacientes recebem atendimento para controle de hepatite B no hospital. Este ano, o Governo do Pará inaugurou a primeira enfermaria pública exclusiva para atendimento a pacientes com doenças no fígado, além do ambulatório adulto para quase duas mil consultas por mês.
A Santa Casa do Pará também se manteve em 2021 como maior serviço público de neonatologia da região Norte. Com a oferta de 60 leitos de UTI neonatal, 60 leitos de UCI convencional e 20 leitos de UCI canguru, a Fundação interna cerca de 2,5 mil pacientes ao ano, o que faz dela a unidade que mais oferece serviço de neonatologia em toda a Região Norte e uma das maiores do País.
O perfil de atendimento do serviço de neonatologia é para recém-nascidos de risco, prematuros de baixo peso e de extremo baixo peso, assim como os que nascem com má formação neurológica, abdominal ou torácica, e crianças com asfixia perinatal grave.
Também referência no atendimento de gestação de alto risco e de partos gemelares, o Hospital realizou mais de 200 partos de gêmeos.
Foi na maternidade que nasceram as trigêmeas da moradora de Curuçá, Açucena Aparecida Silva Costa, de 26 anos, que recebeu acompanhamento desde o pré-natal, realizado no Ambulatório da Mulher da Santa Casa. Este foi o décimo quinto parto de trigêmeos, desde 2018, realizado na Santa Casa.
Ainda dentro de sua atuação para a gestação de alto risco, a Santa Casa mobilizou uma força-tarefa especial da Agência Transfusional da Santa Casa em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) para salvar a vida da paciente, Thais Cristina Souza.
Thais Souza superou uma crise de Síndrome Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), doença hematológica rara e deu à luz o caçula temporão em uma cesariana de emergência, aos sete meses de gestação. Ela ficou Internada na Santa Casa por 43 dias.
Do todal dos dias de internação, a paciente ficou 30 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado gravíssimo. No pré e pós-parto, Thais Souza recebeu 531 bolsas de sangue, entre completo e plasma separado.
Os procedimentos de transfusão comum em volume relevante e de plasmaférese exigem acionamento extraordinário de estoque, equipe multiprofissional superespecializada e maquinário específico.
CIRURGIAS E TRANSPLANTES
Em setembro passado, mês dedicado à doação de orgãos, a Santa Casa registrou seis cirurgias de transplante renal em seis pacientes pediátricos portadores de insuficiência renal crônica avançada, atendidos pelo Centro de Referência estadual, que funciona no hospital.
Atualmente, o Serviço de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica, da Santa Casa, dá suporte a cerca de 20 crianças que, em tratamento com hemodiálise, estão na fila do transplante.
Em novembro, deste ano, a Santa Casa registrou o nascimento da bebê, Estefany Araújo Evangelista. A criança filha do casal de agricultores, Francilene do Espírito Santo Araújo e Paulo César Santana Evangelista, moradores da localidade de Igarapé Mocoonzinho, no município de Acará, nordeste do estado, surpreendeu os pais e a equipe ao vir ao mundo pesando 7.038 Kg e medindo 61 cm.
Segundo o enfermeiro obstetra, Antônio de Pádua, servidor há 35 anos na Santa Casa, Estefany Evangelista foi a maior criança nascida no hospítal, em todos os tempos.
MUTIRÃO
Em um mutirão inédito, a Santa Casa realizou 25 cirurgias em Crianças com Deformidades nas Mãos. A ação social promovida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), dentro dos blocos cirúrgicos da Santa Casa, contou com o apoio dos profissionais do hospital, e, ainda, de um especialista internacional, 10 especialistas brasileiros, de outros estados, 10 especialistas paraenses e 10 residentes.
A força-tarefa realizou as 25 cirurgias paralelas e contíguas, sem intercorrências, para correção de deformidades graves, congênitas, em uma mão ou nas duas mãos de 17 crianças, na faixa etária de sete meses a 10 anos, moradoras de 13 municípios do Pará.
De acordo com o cirurgião paraense, Rui Barros, um dos organizadores do mutirão, as crianças serão acompanhadas semanalmente pela equipe local.
Na área ambulatorial, o Serviço de Fissuras e Anomalias Craniofaciais da Santa Casa segue reabilitando pacientes. Com uma equipe multiprofissional completa, o serviço funciona na Santa Casa à disposição de usuários de 0 a 72 anos de idade.
Os médicos explicam que a fissura labiopalatina, também conhecida como lábio leporino ou fenda labiopalatina, é uma abertura que pode existir entre os ossos e músculos dos lábios e palato (céu da boca), devido ao não fechamento dessa estrutura ainda na fase gestacional.
Este tipo de malformação congênita é de alta incidência no Brasil. De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, a fissura labiopalatina atinge um a cada 650 crianças, sendo cerca de 400 mil pessoas no Brasil.
A Santa Casa tem o maior Hospital de Ensino do Pará, e recebe por ano mais de 1.500 residentes e 8 mil estagiários. São mais de 250 profissionais especializados que, por ano, como preceptores e tutores, encaminham o aprendizado teórico e prático de mais de mil residentes médicos, mais de 500 residentes multiprofissionais da área da saúde e de mais de oito mil estagiários acadêmicos.
REFORMAS
Para assegurar melhorias na assistência aos pacientes, a Fundação Santa Casa iniciou a reforma da área centenária do hospital. Dentro do espaço físico da Santa Casa do Pará, no bairro do Umarizal, várias obras estão sendo realizadas para otimizar o local e trazer benefícios para a população que busca os serviços da instituição.
Atenta à necessidade de reformas na área centenária da Santa Casa, a gestão atual da Fundação realizou concorrências licitatórias para a execução das obras, como a do Centro de Nefrologia, para conclusão das reformas do bloco 31 e 32.
Sobre a execução das obras, o presidente da Santa Casa, Bruno Carmona, considera que o governador do estado, Helder Barbalho, tem se mostrado parceiro da Santa Casa no sentido de destinar recursos para investimentos.
“Além das obras, estamos adquirindo equipamentos médicos hospitalares e inaugurando equipamentos no hospital para atender nossa população e isso não seria possível sem o empenho, nem o olhar diferenciado do governador para a Santa Casa", destacou Bruno Carmona.
O presidente da Casa destacou também "a parceria com as secretarias como Sespa, Seplad, Secult e instituições como o Corpo de Bombeiros Militar, fundamentais para conseguirmos avançar em todos os projetos que o hospital tem no sentido de sempre ter um ano melhor que o outro e cada vez mais fazer o melhor para nossa população”, conclui o presidente.
Entre as obras licitadas e em execução, destaque para a do bloco 39, que envolve a Casa da Gestante e a enfermaria São Roque. Um investimento de R$ 1,038 milhão. Essa, segundo a Santa Casa, é uma das obras mais aguardadas, assim como a do Complexo Centenário, que abrange parte da avenida Generalíssimo Deodoro e da rua Oliveira Belo, e em execução, com valor de R$ 13,6 milhões.