Secult realiza "Feira Preta" e "Percurso Comentado" neste fim de semana, em Belém
As ações encerram as celebrações do Novembro da Consciência Negra deste ano
Para encerrar as celebrações do Novembro da Consciência Negra, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) realiza neste sábado (27), a Feira Preta - Encontro de Afro-Empreendimentos e Mostras Artísticas. A ação ocorre no Teatro Estação Gasômetro, das 10h às 20h, com empreendedores dos segmentos de moda, artesanato e gastronomia, além de apresentações musicais, exibição de filmes, roda de conversas e debates.
A programação inicia com o show da banda Axé Dudu. Já a partir das 14h, ocorre a mostra Tela Preta, com exibição de curtas que têm a curadoria do projeto CINE CLUB TF, como o documentário “O Amor Tem Cheiro de Pimenta e Cominho”, de Ismael Machado; o minidocumentário “Poame-se: Amor, Liberdade e Poesia Preta”, dirigido por Fernando Segtowick; e o minidocumentário “Cine Dance: O Pulsar do Corpo Preto”, com direção de Henrique Lobato.
Todas essas produções foram realizadas por meio de recursos da Lei Aldir Blanc no Pará. Outras obras audiovisuais confirmadas são o documentário “É Nós por Nós” e o curta-metragem “Perspectivas”, dirigido por Arthur Costa. Também serão exibidos o minidocumentário “Levanta Juventude”, de Henrique Lobato e Vinícius Silva, o curta-metragem “Homem na Roda”, com Gabriel Fernandes, e o curta-metragem “E aí, Pretinha?”, dirigido por Mederiá Brandão, Jéssica Paixão e Emanuelle Araújo.
A partir das 16h, ocorre o debate “Os 50 anos da Consciência Negra no Pará”, com mediação da professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e ativista do movimento negro no Pará, Zélia Amador de Deus. Às 17h, tem mais debate com o tema “Enfrentamento ao Racismo Estrutural e Institucional” e mediação da doutora em Direitos Humanos pela UFPA e defensora pública do Estado do Pará, Andreia Macedo Barreto.
A defensora pública do Estado do Pará, membro da Comissão de Igualdade Étnico-Racial da Anadep e pós-graduada em Direitos Fundamentais pela UFPA, Rosemary Reis; a doutora em Educação pela UFPA, militante do Movimento Negro e Afro-Religioso pelas entidades Centro de Estudo e Defesa do Negro - CEDENPA e Rede Fulanas de Mulheres Negras da Amazônia Brasileira e Ya Kolobá do Ilê Asè Omi Ya Ofá Karê, Joana Carmen N. Machado; e a professora fundadora do Cine Club TF, embaixadora da Varkey Foundation 2020, finalista da Global Teacher Prize, conhecido como Nobel da Educação 2020, e vencedora do Prêmio Professores do Brasil 2018, Lilian Melo, são as debatedoras confirmadas na mesa.
A mostra de Música Preta inicia às 18h, com o Hip Hop de Slam Dandaras do Norte, Dra. Poesia, Liz, Kassy, Suellen, Cacau, Jacke Sainha, Jothan Netto, Layza, Key, Francine, Dry, Roberta Tavares e Shaira Mana Josy. A programação encerra às 19h, com show de encerramento com Jeff Moraes e Banda.
“É importante que o Governo do Estado fortaleça as manifestações culturais produzidas por artistas negras e negros. É uma oportunidade para divulgarmos nossos trabalhos em espaços com estrutura adequada que potencializa nossas diversas formas de expressão artística. Além de proporcionar um diálogo com o público que desconhece a riqueza cultural que em sua maioria são periféricas e por sua vez produzidos por negras e negros que geralmente não conseguem acessar espaços no centro da cidade. No show do Slam Dandaras do Norte traremos nossa percepção da realidade vivida por cada uma das componentes em forma de poesia, performance Corpo Poético e da música rap (ritmo e poesia). A poesia marginal trazendo a possibilidade de reflexão sobre as questões raciais em especial sobre a raça negra, uma forma de combater as opressões, o racismo com arte de resistência”, destaca a rapper Shaira Mana Josy.
Percurso comentado
No domingo (28), ocorre mais uma edição do Percurso Comentado, às 9h, com concentração no Mercado de Carne, em Belém. Com o tema "Encostas Negras: a presença africana no bairro da Campina", o passeio irá percorrer o Centro Histórico de Belém e terá a participação do professor mestre Diego Santos (UNAMA/SEDUC), com pesquisas dedicadas ao tráfico de escravos no período colonial. Os interessados devem estar no local de concentração no horário de saída. Não é necessário inscrição. O uso de máscara continua indispensável.
Texto: Josie Soeiro/Ascom Secult